Lição 14
Nesta lição aprenderemos de uma forma bem simples e objetiva o que é a meditação, como fazer a meditação e quais os enormes benefícios que podemos ter praticando-a regularmente.
Na lição anterior vimos algo
sobre o que é o despertar da consciência, e as grandes diferenças que existem
entre ter a consciência desperta e adormecida. Vimos também que os meios
efetivos para o despertar da consciência são a prática da morte psicológica e
da meditação.
Aqui está então o principal
objetivo de praticarmos a meditação: despertar nossa consciência, o que por si
só nos faz pessoas totalmente diferentes do que somos, com diferentes
capacidades, objetivos e percepções.
A prática da meditação remonta
a tempos antiquíssimos e está representada em todas as grandes religiões do
mundo como o budismo, hinduísmo, cristianismo, sufismo, judaísmo, taoísmo, etc.
Como
praticar a meditação.
Primeiramente devemos escolher
um local silencioso, arejado e limpo. O quarto de dormir é o ideal.
Depois devemos nos acomodar em
uma posição confortável, na qual seja possível permanecer por um bom tempo sem
se mover.
Pode-se se sentar com as pernas
cruzadas ao estilo oriental ou deitar-se com a barriga para cima, as pernas esticadas
e os pés unidos.
Após isso se deve fazer o
relaxamento de todo o corpo, e para isso usaremos a técnica que já vimos nas
primeiras lições deste curso.
Feito isso, iremos utilizar o
método descrito abaixo e passar a fazer a meditação propriamente dita.
Ao praticar a meditação
entenda que seu único objetivo deve ser silenciar a mente, parar com sua
agitação e com a sucessão de pensamentos que normalmente ocorre.
Quando se consegue alcançar o
silêncio absoluto da mente, ou seja, a ausência total de pensamentos, é que
experimentamos o Vazio Iluminador, o êxtase místico, a liberdade da alma.
Quanto mais se pratica a
meditação mais a mente vai se aquietando, e mais perto estaremos de alcançar o
Vazio Iluminador.
Não se preocupe em saber como
deve ser o Vazio Iluminador ou qualquer coisa do tipo.
Concentre-se apenas na técnica
de meditação que você estiver fazendo.
Seu objetivo deve ser apenas
silenciar a mente, nada mais. O demais virá por acréscimo.
A mente é como um animal
selvagem que precisa ser domado para obedecer.
Inclusive isto é simbolizado na
passagem bíblica na qual o grande mestre Jesus entra em Jerusalém montado sobre
o asno, o burrico.
Se quisermos entrar na
Jerusalém celestial, nas dimensões superiores da natureza, devemos montar,
domar e controlar o asno, ou seja, a mente.
Os koans.
Um koan é uma frase enigmática
que tem como objetivo propor um problema à mente que ela não consegue resolver.
Dessa forma fazemos com que a
mente se canse procurando uma resposta que ela não pode encontrar, uma vez que
a resposta para um koan está além da mente, em um nível superior.
Conforme a mente vai se
cansando ela vai também se aquietando até ficar em completo silêncio.
Esse é o objetivo do koan:
silenciar a mente e ao mesmo tempo atrair levemente o sono. Quando adormecemos,
mesmo que por um breve instante, com a mente em silêncio, é que vivemos a
experiência mística.
Pode-se escolher um dos
seguintes koans para praticar a meditação:
"Quem
é aquele que está só no meio de dez mil coisas?"
"Se
tudo se reduz à unidade, a que se reduz a unidade?"
Também podemos usar um outro
koan para fazer a meditação, nos concentrando e imaginado a seguinte situação:
Existe um profundo abismo e na
beira deste uma grande árvore está plantada. Essa árvore possui um longo galho
que cresceu de tal forma que sua ponta se projetou vários metros sobre o
abismo.
Agora imaginamos que na ponta
deste galho está amarrada uma corda e na outra ponta da corda está você, com as
mãos e pés firmemente amarrados de forma que é impossível soltálos, e apenas se
segurando à corda com os dentes. Então pergunte à mente:
“Como
faço para sair vivo desta situação sem nenhuma ajuda?”
Então o que fazemos é lançar
qualquer uma dessas perguntas à mente e ordenar que responda.
Depois de lançar o koan para a
mente responder deve-se concentrar esperando a sua resposta, como se estivesse
olhando dentro da mente à espera da resposta que ela está obrigada a trazer.
Dessa forma, mantemos a mente
“pressionada” a trazer a resposta até ela ir se cansando e ficando em silêncio.
A mente é claro, tenderá a não
obedecer, a trazer respostas erradas (pois ela não conhece a resposta para um
koan) ou desviar para outros pensamentos. Por isso deve-se insistir para que
ela obedeça e traga a resposta para o koan.
Se a mente insiste em desviar
para outros pensamentos seja imperativo com ela dizendo mentalmente:
“Fora!
Não é isso que estou procurando!”
Em seguida volta a se
concentrar esperando a resposta.
Lembre-se: qualquer resposta
trazida pela mente estará errada, pois ela jamais pode conhecer algo que está
além dos afetos e da mente.
Cada pessoa deve fazer a
meditação (ou qualquer outra prática) respeitando seus limites, ou seja,
começar praticando por pouco tempo e, gradativamente, ir aumentando o tempo da
prática.
Se forçar a concentração por
longo tempo logo de início, pode ser que ocorram dores de cabeça ou mesmo
tontura.
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