Se ao ler esse material surgir alguma dúvida, faça a sua pergunta no contato ou comentário do blog, talvez possamos ajuda-lo. Esse é um estudo imprescindível!
Nota: No que foi mencionado em relação ao 'Eu' e a 'Alma' nos baseamos nas Cartas de Cristo.
Desde a concepção aos três ou quatro anos de idade, eu era apenas o ‘eu’. O ‘eu’ é o elemento responsável pela nossa individualização, sem ele seriamos como os animais irracionais. O papel original do ‘eu’ é o de guardião da individualidade. O “eu” tem os seus impulsos legítimos de individualidade e de auto preservação. O “eu” controla o desenvolvimento do feto desde o momento da união do espermatozeide com o óvulo. O novo pequeno ser torna-se de imediato o “eu” que sente satisfação e insatisfação no útero, dependendo da sensação de conforto ou mal-estar e do que ocorre à mãe. Com a finalidade de conservar a sua individualidade, um dos propósitos do “eu” é protegê-lo dos ataques exteriores de qualquer tipo e dar a você o que necessite para prosperar, florescer, crescer e ser feliz. Isso é Divinamente ordenado e não deve ser tratado com desprezo. O “eu” constitui um núcleo de “primeira-importância” e muito necessário, de consciência, de criação, desenvolvimento e crescimento. No período entre a concepção e aos três ou quatro anos de idade, o “eu” é controlado pela alma. O impulso do “eu”, nessa fase, torna-se o verdadeiro defensor e protetor de seu conforto pessoal, – porém, trabalha inteiramente em harmonia com as diretrizes de sua alma, (que é chamada também de ‘Eu Superior’) a qual extrai sua natureza da Realidade Divina.
Quando você
nasceu, ao ser separado do conforto do útero que o guardava, seus instintos de
sobrevivência, impregnados com o profundo conhecimento original do “ser criado”
existente em cada célula viva de seu corpo, o levaram a respirar e o tornaram
consciente de um vazio e de uma perda emocional, que você sentiu como um vazio
físico e uma necessidade de nutrição física.
Quando chorava, sua mãe lhe dava de mamar, o que era profundamente satisfatório, – tanto física como emocionalmente. Quando suas necessidades eram plenamente satisfeitas, podia voltar a um estado de equilíbrio no sono. Quando você despertava desse equilíbrio, sentia uma sensação de insegurança (o equilíbrio estava agora dividido em conhecimento mental e emocional subconscientemente). Você “recordava” que sua mãe e seu leite representavam a satisfação da necessidade de segurança, e assim você chorava de novo. Então as suas necessidades eram satisfeitas novamente. Assim se desenvolveram os seus impulsos naturais. Esses impulsos naturais são inofensivos mas depois se transformam em desejos egoístas, depois dos três ou quatro anos de idade. Se você não tivesse sido infundido com esse impulso para “chorar” pelo que deseja para ser feliz, ou de recusar o que o entristece, você estaria à beira da não-existência. Se não saísse correndo ou pedisse ajuda quando estivesse em perigo – poderia morrer. Se não tivesse chorado – “exigindo” alimento – ao nascer, poderia ter morrido de fome. Se não tivesse acolhido com prazer o leite ao mamar, se aninhando afetuosamente à sua mãe, talvez nunca tivesse desenvolvido uma carinhosa proximidade e ligação com ela.
Sem o IMPULSO do “eu” não haveria criação, nem individualidade, nem satisfação das
necessidades, nem proteção, nem respostas calorosas e nem amor humano. Sem esse
impulso não haveria autodefesa, nem autoproteção, nem sobrevivência. Deve
entender-se que não há nada de mal no impulso do Eu. Ele é o instrumento
necessário da criação. Esse impulso do “eu”
primário do indivíduo, está gravado somente com a necessidade de
AUTOSSATISFAÇÃO e de SOBREVIVÊNCIA. Portanto, o “eu” foi criado como:
“O GUARDIÃO da PERSONALIDADE” e estava irresistivelmente gravado com o impulso
magnético para assegurar a INTIMIDADE e SOBREVIVÊNCIA.
Nota: Não se deve esquecer que,
todas as sensações ou “saber” que a criança experiencia nessa fase não é na consciência,
pois a mesma ainda não tem consciência de si mesma. Está tudo no nível do subconsciente.
Nessa fase, O ‘Eu’ é desprovido de mente, raciocínio, pensamento, palavras e conceitos.
O que acontece é que depois o “eu” fica camuflado, encapsulado, com as ações adicionadas pelo “ego”. Antes do aparecimento do ‘eu sou’ o “eu” já existia, desde a concepção. Até a idade acima citada esse estado era de inocência, portanto, não havia consciência e nem autoconsciência. Logo após essa fase surgiu a fase do ‘eu sou’, a fase do “saber”, então surgiu o estado de autoconsciência. Mais ainda assim, o “eu” só sabia de sua existência o ‘eu sou’ e “eu não sou”, mas ainda não havia o sentimento de posse, o sentimento de “meu”. O ‘eu sou’ começou em uma fase de pureza, sem raciocínio, sem pensamento, sem mente, sem palavras, e sem conceitos; com o passar dos dias, um tempo bem curto, começou o condicionamento, agora tudo que não tinha no estado anterior, surge aqui. Antes não havia os adjetivos, como: eu sou assim, eu me chamo fulano de tal, eu sou feio, baixo, alto, rico, pobre, bom ou mau. Não havia todos os ensinamentos condicionados pela sociedade, pais, escolas, igrejas e amigos, etc.. Quando toda essa carga de conhecimento surgiu no ‘eu sou’ puro, começou, então, surgir o ‘eu sou’, que é chamado, também, de “ego”. Para sermos iluminados, precisamos passar pelo processo de dissolver o condicionamento composto por todo conhecimento a partir do ‘eu sou’, todos os adjetivos, até ficar apenas o ‘eu sou’ puro, sem esse conhecimento e condicionamento. E esse processo tem a ver com um profundo envolvimento com o ‘eu sou’ até que os adicionais “dele” sejam dissolvidos. Quando isso acontece o “eu sou” volta para aquele estado de pureza ‘original’.
Um dia o ‘eu sou’ também será dissolvido em nós,
quando isso acontecer você já entra no estado do “Ser Puro”, pois o ‘eu sou’ já está na dimensão do “Ser Puro”. Esse é o
estado de Deus. É a individualização da Consciência Divina. Individualização
não no sentido de separação, mas no sentido de identificação. Cristo disse: “Eu e o Pai somos um”. A partir do
momento em que o nosso ‘eu sou’ é
dissolvido em nós, nos tornamos um com a Fonte de tudo. Um com o Pai. Na verdade,
Sempre somos um com ele, mas não temos consciência disso enquanto não houver a
iluminação, a revelação, a dissolução do ‘eu
sou’. Nesse estado de “Puro Ser”, perdemos, também, o nosso ‘eu’, mas continuamos com a nossa
individualidade em unicidade com a Consciência Divina. É o estado antes da
concepção. O estado do ‘Eu’ começa com
a concepção e só deixa de existir na morte do corpo. O propósito do “Eu” é somente a comunicação com o
mundo. Sem o “eu” não haveria
nenhum sentido a vida aqui na terra, não haveria individualidade. Veja essa
questão de uma forma clara, nas Cartas de Cristo. Durante toda a vida o “eu”continua como pano de fundo,
quase imperceptível. Mas continua a manifestar no homem o senso e impulso de
proteção e autopreservação, desde que não seja em detrimento ao próximo, não há nenhum
erro nisso.
Nota: O ‘eu’ existe mesmo
sem o ‘sou’. Assim, a pura luz está ali, diga você "eu" ou não.
Torne-se ciente desta pura luz, e nunca a perderá. A existência no Ser, a
Consciência na consciência, o interesse em cada experiência - isso não é
descritível, ainda que perfeitamente acessível, pois nada mais existe. (P.152 do livro “Eu sou
aquilo”)
O ‘eu
sou’ não é uma entidade e sim um conhecimento transitório que
compõe o compendio de todas as
atividades do ego. Na verdade o “eu
sou” é o falso ser. O ego é o ‘eu sou’ com todos os adicionais.
O ego é o “eu sou” no condicionamento. Para entendermos melhor, toda vez que o
“eu sou” estiver associado a
algum adjetivo se refere ao ego.
Nota: Neste estudo, toda vez que aparecer a expressão “eu sou” impuro nos
referimos ao “Ego”. E toda vez que
aparecer a expressão “eu sou” puro, nos referimos ao seu estado de pureza. Antes do “eu sou” não havia nada agregado ao “eu”.
Nem a mente, nem pensamento, nem memória, nem conceito, nem raciocínio e nem
consciência humana. Depois da iluminação o ‘eu’ só vai existir como meio
de comunicação com o mundo, em relação a Consciência Divina, não existirá mais.
Depois da Iluminação, o “eu” ou o “eu sou puro” não o ego, será usado pela a
Alma, ou “Eu Superior” em todas as nossas ações na nossa comunicação com o
mundo, mas o “ego” ou o “eu sou impuro” não terá ação nenhuma mais.
Como mencionado acima, quando a criança
nasce, até aos três ou quatro anos de idade, ela não tem consciência de si mesma, e
juntamente com essa inconsciência está a ausência dos pensamentos, da fala e do
raciocínio, por isso ela está no estado de pureza. Essa é a fase de somente o ‘eu’. Quando sai dessa fase, entra
na fase do ‘eu sou’ puro, ainda
sem o condicionamento, e sua mente
consciente começa a desabrochar e junto com esse desabrochar vem o
condicionamento mental, psicológico e emocional. Nessa situação esse ente
humano adquire uma consciência de separação de sua Fonte Criadora, a
Consciência Divina, (Deus), devido os conceitos errôneos absolvidos em tudo que
aprendeu. Por isso René Descartes disse: “Penso, Logo Existo”. Quando não há
pensamento, não há consciência e quando não há consciência, não se sabe que
existe, portanto, não existe.
O aparecimento do condicionamento
associado ao ‘eu sou’ na
infância de uma pessoa é como a instalação de um sistema operacional em um
computador. O computador pode ser dos melhores e mais completo possível, mas se
não for instalado nele o sistema operacional, não funciona. Tudo que se opera
em um computador depende desse sistema. Assim, depois que um ente humano receber
o condicionamento adicionado ao ‘eu
sou’, todos os seus atos bons ou ruins, pensamentos, ações e reações
vão depender desse condicionamento. É um sistema operacional de produção de
coisas boas ou más. Para que tudo volte ao estado de antes do sistema, e tudo
tome outro rumo, esse sistema precisa ser desinstalado completamente. Tudo
precisa ser zerado.
As fases do desenvolvimento de nossa
vida: Primeiro, procedemos de Deus como uma
centelha divina. Nessa fase, somos seres puros em unicidade plena com a
Consciência Divina. Depois encarnamos e essa centelha passa a ser chamada de ‘alma, mas continua sendo parte
da Consciência Divina. A alma está no “Eu”.
Depois surge o ‘eu sou’ puro
por algum tempo sem mente, sem pensamentos e palavras; depois desse curto
tempo, esse ‘eu sou’ fica
condicionado e adquire a sensação de separação de Deus e essa sensação vai
corroendo a pessoa por dentro, consciente ou inconscientemente. O ‘eu sou’ fica condicionado a essa
suposta separação. Depois desse condicionamento o ‘eu sou’ é formado e sua vida (a vida da criança), é norteada por ele. Esses
adicionais do “eu sou” geram o “ego” e ao se fortalecer toma forma como se
fosse uma entidade em nós, mas tudo não passa de ilusão. Mas enquanto essa
ilusão não for desfeita a pessoa continua com a sensação de separação. Esse
condicionamento é o “pecado original” reconhecido pela religião cristã. Para
haver o retorno (Iluminação), precisamos trilhar de volta o mesmo caminho. Precisamos
deixar todo o condicionamento e voltar ao ‘eu
sou’ no estado de pureza, ele ainda está lá. Precisamos ficar nesse
estado do ‘eu sou’ puro até
que o condicionamento seja dissolvido. Um vez dissolvidos todo o
condicionamento e o ‘eu sou,’ entramos
no estado de pureza da “alma” em unidade com a Consciência Divina. A diferença entre a
Consciência Divina e a ‘alma’ é que a Consciência Divina é o TODO e a ‘alma’
é a parte em unidade com o todo. Mas o ‘eu’ também vai desaparecer
quando acontecer a passagem. E aí então vai permanecer o ser Puro. O Ser Puro
Original é o mesmo ‘eu sou’,
só que sem o “Eu”. Será, então, o estado absoluto.
Esse condicionamento é imposto pela sociedade em geral: pais, religião, escola, amigos. Essa transição para a suposta separação é chamada pela religião cristã de pecado. A religião cristã ensina que quando o primeiro casal, no estado de inocência, comeu o fruto proibido, perderam a inocência e ficaram conscientes e a partir daí morreram em relação ao seu criador, isto é, ficaram separados dele. E ainda a partir do casal, agora separado de Deus, todos os descendentes daquele casal, também são automaticamente separados do Criador, porque nasceram na condição do pecado original. Há um aspecto verdadeiro aqui: todos os que nascem, nascem e se desenvolvem no âmbito do condicionamento, por isso crescem “separados” da consciência Divina.
Mas essa separação não foi por causa de
um ato pecaminoso por comer o fruto proibido do conhecimento do bem e do mal, e
sim devido o condicionamento. O Conhecimento do bem e do mal nada mais é que a
própria consciência e mente condicionadas.
De fato, Cristo veio para redimir o homem, através de seus ensinamentos, desse condicionamento. Ele disse para os fariseus,
os integrantes da religião mais hipócrita de sua época: “O reino de Deus está dentro de vós”. O que Cristo pregou foi a Verdade,
de que de fato, o homem não estava separado de seu criador, pois o Reino de
Deus estava dentro dele, mas que o seu condicionamento mental o fez acreditar
que estava separado, e se assim creditava, assim vivia e viveria até que esse
condicionamento fosse dissolvido. E ele, Cristo, tinha a proposta para essa
libertação, para a salvação. Ele propôs o novo nascimento, que nada mais e nada
menos é senão a Iluminação; a iluminação é o conhecimento da verdade que
liberta o homem; é o novo nascimento que sem o qual ninguém verá Deus. Ele não
morreu para salvar o homem, como o cristianismo prega, mas a sua morte foi por
pregar a verdade que liberta e salva o homem. O que o homem, daquela época e o
de hoje, precisa é despertar-se do sono profundo da morte (separação
espiritual). Ele, o homem, precisa ser iluminado! É como o apostolo Paulo
disse, de forma bem clara sobre a iluminação: "É por isto que Deus diz nas Escrituras: "Desperte,
dorminhoco, e levante-se dentre os mortos; e Cristo iluminará você" (Ef
5.14). Isso significa claramente que os que não são iluminados, estão
mortos espiritualmente. Depois da iluminação, nos tornamos novas criaturas com
ações e atitudes inteiramente novas. Veja mais o que Paulo disse: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas". (BLH)
"Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho,
e já chegou o que é novo" (2Co 5.17). Estar em Cristo aqui significa,
caminhar na sua luz, e caminhar na sua luz é está iluminado.
Todos os mestres, não somente Cristo,
trouxeram a mensagem libertadora para a humanidade, em vários lugares e épocas diferentes.
A verdade que liberta é uma só.
Nota: Não se identifique com uma ideia. Se você entende por Deus o
Desconhecido, então você meramente diz: ‘Eu não sei o que sou’. Se você conhece
Deus como conhece seu ser, você não necessita falar. O melhor é o simples
sentido do ‘eu sou’. More nele
pacientemente. Aqui, a paciência é sabedoria: não pense no fracasso. Não pode
haver fracasso nesta tarefa... Lembre-se de recordar: ‘o que quer que aconteça
- acontece porque eu sou. (P.179
do livro “Eu sou aquilo”, como modificações)
Sobre a Alma
No momento da
concepção, quando a semente masculina se une com o óvulo da mulher na cópula, os cromossomos de consciência masculina
se unem aos cromossomos de consciência
feminina. Esta é uma união física da consciência da semente de seu pai
e da consciência do óvulo de sua mãe, projetada pelo Divino.
E assim, os cromossomos de consciência masculina e feminina levam gravado o padrão genético do DNA do pai e da mãe. O momento da união física do espermatozoide com o óvulo é conduzido em dois níveis de criatividade. A injeção da CONSCIÊNCIA DIVINA se tornou sua ALMA “corporificada” na união da consciência humana da semente e do óvulo. E O corpo físico? O corpo fisico foi criado, impulsionado pela “Consciência Pai – Mãe – Vida”. Da junção das sementes masculina e feminina, no momento do orgasmo e fecundação, a alma emana da Fonte Divina e o corpo mais o “eu” são gerados.
No aparecimento do “eu sou” condicionado tanto o “eu” quanto a ‘Alma’ ficam encapsulado pelo “ego”.
Na iluminação o “ego” é dissolvido e novamente a ‘Alma’ assume o controle sobre o “eu”.
A ‘Alma’ reconhece, por meio da psique, que ama o AMOR
DIVINO que é a Realidade Divina, mais do que a qualquer coisa terrena, e que
ela anseia por estar plenamente unida com a sua FONTE do SER. A psique acaba
por renunciar aos impulsos da consciência egocêntrica em favor da Realidade
Divina e por suplicar que seja capaz de renunciar ao “ego” – através da morte
de sua “personalidade”. Isso acontece na Iluminação. A atração exercida pelo
mundo e seus atrativos, não é mais soberana. As ambições autocentradas se
enfraquecem, o desejo por posses pessoais se dissolve e a paz reina na mente. Quando
o seu propósito mais elevado torna-se o Propósito Divino em ação, o “eu”, o núcleo de sua individualidade,
é então controlado pela sua ‘Alma’.
O impulso do eu torna-se o verdadeiro defensor e protetor de seu conforto
pessoal, – porém agora trabalha inteiramente em harmonia com as diretrizes de
sua ‘Alma’, a qual extrai sua
natureza da Realidade Divina.
O Processo da Reconexão
Para alcançarmos o estado de pureza
perdido pelo condicionamento mental, precisamos retroceder pelo mesmo caminho
até alcançarmos o estado original de pureza. Temos que zerar todo o
condicionamento, desfazer toda crença, dogmas, conceitos e preconceitos. Existe
um caminho para isso, que se for seguido à risca com toda sinceridade,
intensidade e persistência, podemos atingir esse estado de bem-aventurança.
Cristo Disse: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”. O que
Cristo estava dizendo aqui é que há um caminho que é a Verdade ensinada por
ele, e como a verdade absoluta é única, não significa que outros também não a ensinaram.
Trilhando esse caminho da verdade, alcançamos a vida plena, a vida do estado
original de pureza.
O caminho pode ser um ensinamento que uma
vez seguido, conduz para a iluminação ou salvação. Note bem, conhecer o caminho
não é o bastante. O buscador precisa trilhar o caminho, ele precisa ter a sua
própria experiência. Ninguém pode ter essa experiência por ele. Por mais que
esse caminho seja conhecido por ele, nada resolverá se ele não o experenciar
por si mesmo.
Veja bem, para alcançarmos o estado de “Ser Puro”, o estado primordial de consciência Divina, precisamos passar pelo conhecimento do estado do “eu sou”. Primeiro precisamos conhecer a fundo o ‘eu sou’ puro e renunciar tudo que foi adicionado a ele, renuncia o ‘eu sou’ impuro. Não precisamos nos preocupar com o estado do “Ser Puro”, o acesso a ele é a consequência automática da ausência do ‘eu sou’. Só precisamos permanecer no “eu sou” até que o condicionamento seja dissolvido.
Repetindo o mencionado acima, durante a
fase de inconsciência ou inocência, entre a concepção e aos três ou quatro anos
de idade, há um estado de pureza que podemos chamá-lo de ‘eu’. Nesse tempo não há pensamento ainda e nem palavras. Por
esse curtíssimo tempo a autoconsciência do ‘eu’
ainda não existe. Sem ainda os pensamentos,
adjetivos e sem raciocínio. Nessa
fase surge o “eu sou” puro, quando o mesmo passa ter autoconsciência mas sem os adicionais e pensamentos. Quando
houver o primeiro pensamento, raciocínio, conceito e palavra, então surge o ‘eu sou’ impuro. Quando surgiu o primeiro pensamento,
o primeiro raciocínio, o primeiro lampejo de consciência e são agregados ao “eu
sou”, os adjetivos, bem como: eu sou isso, eu sou aquilo, eu sou assim, feio ou
bonito, bom ou ruim, rico ou pobre, etc., nasce o ‘eu sou’
impuro, o ego. E é esse ‘eu sou’
que precisa ser desfeito.. O ‘ego’ só pode ser dissolvido permanecendo no “eu sou” puro. Não esquecer que
todo adjetivo ou adicional associado ao “eu
sou”, o encobre e camufla. Precisamos buscar o “Ser Puro”, e o caminho para isso é o “eu sou” puro. O nosso foco, antes de tudo, não é no “Ser
Puro” e sim no “eu sou” puro.
Uma vez eliminado o “eu sou”, é
revelado o que somos verdadeiramente, o “Ser Puro”.
Nota: Ficar no ‘eu
sou’ até que o ‘eu sou’ seja dissolvido, até se tornar o “Ser Puro”.
Nota Introdutória do material a seguir. A partir do versículo 1, é baseado nos dois livros do Mestre indiano SRI NISARGADATTA MAHARAJ. O livro "Eu Sou Aquilo" e o livro "O Nisargadatta Gita". Já li muito material sobre a Iluminação, ou auto realização, desde que comecei a ser um buscador da verdade interna. Dezenas e dezenas de livros, mas poucos são tão simples e profundo ao mesmo tempo, com tanta facilidade de entender como, esse matarial. “O Nisargadatta Gita", é sucinto mas diz tudo que a gente precisa saber para alcançar esse estado surreal da Iluminação. Conhecendo esse material, tudo vai depender da disposição de cada um no que tange a dedicação e seriedade, para experenciar tudo que está continho nele. Sabemos que, por mais clara que seja a exposição de um caminho dessa jornada, o buscador precisa ter as suas próprias experiências; o conhecimento teórico não é o bastante. Baseado nesse ensinamento muitos já foram iluminados e muitos outros serão, porém, muitos outros não serão! Tudo vai depender do procedimento e compromisso de cada um.
O ENSINAMENTO DO CAMINHO
1. Primeiramente, precisas entender que a consciência do ‘eu sou’ veio antes de tudo para você.
E a partir daí permanece contigo
inseparavelmente, está sempre presente, sempre disponível. Por isso tem que recusar todo pensamento, com exceção do ‘eu sou’ e ficar nele até que o mesmo seja
dissolvido. Compreender o sentido do ‘eu sou’, o seu sentido de ‘ser’ ou apenas ‘a presença’, é
extremamente importante, pois nisso repousa o resultado completo do ensino. Em primeiro lugar, precisas está
totalmente consciente do seu ‘Ser’ ou do fato de que ‘você é’. Você tem
que ‘ser’, existir antes que qualquer outra coisa possa ser. Seu senso de ‘presença’ ou a sensação do
‘eu sou’ é realmente
fundamental para qualquer coisa que tem que seguir. Em segundo lugar, este sentimento de ‘ser’ ou a sensação de ‘eu
sou’, não foi o primeiro evento ou acontecimento antes que qualquer
experiência de sua vida pudesse começar? Aplique sua mente para voltar
no tempo, no momento em que ficou claro para você que ‘você é’ ou ‘eu sou’.
O ‘eu sou’ ainda está lá com você,
sempre presente, sempre disponível, ele foi e ainda é o primeiro pensamento, recuse todos os outros pensamentos e
volte para lá e fique lá. Assim tente entender e agarrar este ‘sentido
de eu existo’ ou ‘o sentido de ‘eu
sou’ que é ligado de forma inseparável a você. Quanto mais preciso e
claro você o fizer, mais rápido será seu progresso.
Nota minha: Quando digo: recorde o ‘eu sou’ todo o tempo, quero dizer que
volte a ele repetidamente. (P.180 do livro “Eu sou aquilo).
2. Portanto devemos
ficar inseridos e estabelecidos com firmeza no ‘eu sou’ dispensando tudo àquilo que não pertença a ele.
Uma vez que entendemos o ‘eu sou’ em todos os sentidos e aspectos, a próxima coisa que devemos fazer é ficar estabelecidos ‘nele’, conscientes no sentido de “ser” e não desviar-se disso por nada. No exato momento que se começar a pensar em alguma coisa, tem-se a prova de que houve adição a partir do ‘eu sou’. E é sinal de que foi agregado ao ‘eu sou’ os adjetivos que se transforma no ‘ego’. Sendo assim o ‘eu sou’ perde a pureza. Quaisquer adjetivos que forem adicionados ao ‘eu sou’, o camufla. Portanto, rejeita qualquer coisa, bem como eu sou isso ou aquilo. O caminho de retorno é começar com a meditação no ‘eu sou’. Saímos do “Ser Puro” e entramos no ‘eu sou’, isto é, do ser original para o “eu sou”; agora precisamos retornar a situação de origem exaurindo o “condicionamento”. Para que o “eu sou” seja dissolvido, precisamos meditar sobre ele, envolver-nos com ele e conhece-lo a fundo. Precisamos ter a nossa atenção, observação e foco nele, a todo momento, até que ‘ele’ seja desfeito. Quando todo condicionamento for dissolvido, o ‘eu sou’ também será.
Nota minha: . Deixe tudo isto e esteja
pronto para que o real se afirme. Esta autoafirmação é expressa melhor através
das palavras: ‘eu sou’. Nada mais tem existência. Disto você está absolutamente
certo. (Do livro “eu sou aquilo” P.124)
3. De forma
constante e com perseverança separe o “eu
sou” de ‘isto’ ou ‘aquilo’, apenas tenha em mente o sentimento “So Hum (Eu Sou Aquilo)”.
Tudo isto não é tão fácil como parece, é
trabalho duro, sua firmeza e perseverança são as chaves para seu sucesso.
Separar o “eu sou” de ‘eu sou
isto’ ou ‘eu sou aquilo’ ou ‘eu sou assim e assim’ tudo isso são adições e
foram agregados a você por outros e pela sociedade. Todos estes apêndices sobre
o ‘eu sou’ pode ter algum
valor em sua vida do dia a dia, mas se seu objetivo ou missão é para a
eternidade, então eles são impedimentos. Você
vai ter que separá-los do “eu sou” e apenas manter em mente o seu sentido de ‘presença’ ou a sensação “dele”, no estado de pureza.
4. Só o “eu sou”
é certo, é impessoal, todo conhecimento e conceitos originam-se “nele”, ele é a raiz e tudo, portanto,
agarre-se nele e deixe todo o restante ir.
Desde o dia que você veio saber que ‘você
é’, desde esse dia você permanece sabendo que ‘você é’. Todos os extras vêm e
vão. Eles são transitórios, mas o fundamental do “eu sou” permaneceu inalterado e é a única certeza. Este ‘eu sou’ é impessoal, é comum a
todos e sem palavras. No momento
que você veio saber que ‘você é’, você não sabia nenhuma palavra ou linguagem,
que vieram mais tarde. Baseado neste não-verbal “eu sou” você poderia dizer mais tarde verbalmente ‘eu sou’ em qualquer língua que
foi ensinado a você. E foi através desse “eu
sou” que começou os pensamentos, consciência, raciocínios, palavras e
condicionamento. A partir deste
pequeno, minúsculo ‘eu sou’ mais conhecimento cresceram aos trancos e barrancos em proporções gigantescas.
Assim todo conhecimento origina do ‘eu
sou’, é absolutamente fundamental, a base, a origem, a raiz de tudo. Você tem que agarrar isto e ficar no “eu sou” deixaando
todo o restante ir.
Nota minha: Não posso dizer o que sou
porque as palavras descrevem apenas o
que não sou. Eu sou, e porque eu sou, tudo é. Mas eu estou além da
consciência e, portanto, na consciência, não posso dizer o que “eu sou”. Ainda
assim, “eu sou”. A pergunta ‘Quem sou eu?’ não tem resposta. Nenhuma
experiência pode respondê-la, pois o ‘Eu’ está além de toda
experiência (P.107 do livro “Eu sou aquilo”).
5. Você está certo que o “eu
sou”, é a totalidade do ser, lembre-se, o “eu sou” é suficiente para curar sua mente e levá-lo além.
Quando você está definitivamente certo de
que ‘você é’, só então tudo mais é! Não antes disso. Uma vez que o ‘eu sou’ está na base de tudo e é
comum a todos, não forma a totalidade do ser? Jogando de lado tudo, volte para este sentido de ‘presença’ ou
‘ser’, do “eu sou”, em toda sua pureza e vai curar sua mente.
O uso da palavra ‘curar’ é muito importante, pois sugere claramente que a mente
ou qualquer outra coisa que foi adicionado ao “eu sou”, depois transforma-se em uma dor, uma doença que
precisa ser curada. Há também aqui uma dica para algo que está além do ‘eu sou’.
6. Este sentido de ‘ser’ está sempre lá, fresco como sempre, não o deixa, sempre está disponível.
Em qualquer estágio da sua vida, ele esteve preso a você
inalterado. Circunstâncias, relacionamentos, pessoas, ideias e assim por
diante, tudo foi mudando e é conclusivo, mas o ‘eu sou’ se manteve e tem permanecido ao longo desta
turbulência. E o que acontecerá quando o ‘eu
sou’ se for? O que restará? A
dica agora é mais enfática em algo além do ‘eu sou’, o Absoluto.
Nota minha: Tanto quanto dar
importância à auto realização, o “eu falso”, ‘eu sou’ deve ser abandonado antes que
o “eu real” possa ser encontrado. (P.89 do livro “Eu sou aquilo”). O eu falso
aqui é o ‘eu sou’.
7. Dê toda a sua atenção para o ‘eu sou’, que é a presença atemporal, o ‘eu sou’ se aplica a todos, volte para ele repetidamente.
Nota minha: Essa presença é atemporal
na fase do estado de pureza do ‘eu sou’.
Use sua memória para voltar no tempo para
o estágio em que você só veio a saber que ‘você é’ sem palavras. Você tem um
senso de tempo, então? Você sabe quem você é ou quem são seus pais? Você sabia
onde estava localizado geograficamente? Você sabia que nenhum deles era uma
presença atemporal, fez algum curso para saber se o espaço veio com o ‘eu sou’, mas não o tempo, e essa presença atemporal se aplica a
todos? Volte a esta fase atemporal e
sem palavras ‘eu sou’ repetidamente.
8. Segure com firmeza o ‘eu
sou’ e vá além dele, sem o ‘eu sou’
você está em paz e feliz.
Agora você sabe disto, do ‘eu sou’, segure-o com firmeza, é
o único meio que você tem para ir além e não há mais nada. E o que tem este ‘eu sou’ lhe dado senão conflitos
e miséria? Ele veio, se identificou com o corpo e você se tornou um indivíduo,
agora volte, venha para o ‘eu sou’,
transcenda os adicionais e fica em paz e feliz.
9. Agarre o ‘eu sou’
para a exclusão de tudo o mais, o ‘eu sou=ego’ condicionado, em movimento cria o mundo, o ‘eu sou’ puro em paz torna-se o Absoluto.
Deixar tudo de
lado e apenas agarrar o ‘eu sou’. Basta observar no poder do ‘eu sou’ condicionado, suas agitações,
e seus movimentos criaram o mundo, e com ele veio todo esse tumulto e miséria.
Volte para o ‘eu sou’
puro, deixe o ‘eu sou’ impuro e
esteja no ‘eu sou’
puro. Em seguida ele se torna imóvel e
desaparece, e então há paz, pois só existe agora o Absoluto.
10. A imortalidade é a liberdade do sentimento ‘eu sou’, para ter essa liberdade permaneça
no sentido ‘eu sou’, é
simples, é bruto, mas funciona!
O sentimento de ‘eu sou’ estava como que dormente no ‘eu’ do
nascimento até os três ou quatro anos de idade, quando ele desabrochou. É a
essência dos cinco elementos que compõem o corpo ou o corpo de alimentos. O
corpo é uma limitação, e enquanto o ‘eu
sou’ se identifica com o corpo, não há chance de liberdade, e a morte é
certa. Eternidade ou imortalidade só é possível quando você está livre do ‘eu sou’. Para esta liberdade florescer você tem que ir além do ‘eu sou’,
compreendê-lo, permanecer refletindo nos seus aspectos e transcendê-lo.
A julgar pela enorme quantidade de literatura espiritual disponível, a compreensão, permanência e transcendência
do ‘eu sou’ parece ser muito
simples e bruta para a prática espiritual, mas funciona!
11. O ‘eu sou’ apareceu
espontaneamente em seu verdadeiro estado, é silencioso e pode ser usado para ir
além.
Este sentido de ser veio até você sem a
sua vontade, ele veio por conta própria e quando chegou não havia noção de
qualquer palavra que lá estava. Embora
silencioso, contudo se você observar atentamente, esse sentimento ‘eu sou’ pode ser agarrado e então ele pode servir como um meio para ir além
em direção ao seu verdadeiro estado.
12. O ‘eu sou’ deixou que o ‘condicionamento
o levasse para fora, mas ele continua sendo
a porta, permaneça nela, pois
ela está sempre aberta.
O sentimento de ‘eu sou’ muito claramente qualifica-se como a porta de
entrada ou entrada pela qual você entrou neste mundo e, portanto, também se
qualifica como porta e o caminho para fora. E não há outra saída! Permaneça
nele e você verá que a porta sempre está aberta, nunca foi fechada. A menos que
você volte e fique no ‘eu sou’
por um tempo suficientemente longo, você não irá saber deste fato.
13. Você, o “eu” tem que estar lá antes que possa dizer ‘eu sou’, o ‘eu sou’ é a raiz de toda a aparência.
Lá definitivamente no 'eu' era um substrato sobre
o qual este conhecimento ‘eu sou’
surgiu, era um sentimento sem palavras. Foi só quando você aprendeu uma língua
que você pode dizer ‘eu sou’.
Junto com o ‘eu sou’ também
veio o espaço, o tempo e o mundo, de modo que o ‘eu sou’ está na raiz de tudo o que se percebe.
14. O ‘eu sou’ é
a ligação permanente na sucessão de eventos chamados de vida, seja a ligação
‘eu sou’ apenas e vá além dele.
Concepção,
nascimento e infância, estes são o começo do seu ser humano, onde o ‘eu sou’ está adormecido no ‘eu’. Depois, há o aparecimento espontâneo do sentimento não-verbal ‘‘eu sou’ e em torno de três ou quatro anos de idade é verbalizado. Sobre este
fundamento do conhecimento ‘eu
sou’ é construída uma grande
estrutura de palavras, ideias e conceitos, e muito em breve surge o ‘isto’
o ‘aquilo’ e o ‘eu sou’ e assim por diante. O ‘eu sou’ está contaminado e acumulado desde a infância à velhice, com
toda sucessão de eventos. O ‘eu
sou’ está na base e sempre
esteve lá. O ‘eu sou’ é uma ligação ininterrupta durante toda a sua vida, com as suas ações; por isso volte a ele, fique ali e tente
transcendê-lo, pois lá reside o seu
verdadeiro ser.
15. O ‘eu sou’ é
a soma total de tudo que você percebe, é o tempo limite, em si, ele é
uma ilusão, você não é o ‘eu sou’
você é anterior a ele.
Uma vez que o ‘eu sou’ é a ligação continua ao longo de todos os eventos em
sua vida, obviamente constitui a soma de todas as suas percepções. É a
própria base da sua percepção, sem o ‘eu sou’ , sem percepção. Este ‘eu sou’ é uma ilusão, como um sonho que espontaneamente apareceu em você e um
dia vai desaparecer. Tudo o que aparece e desaparece não pode ser
verdadeiro e uma vez que você é uma testemunha disso, você se mantém afastado. Você não é o ‘eu sou’, mas é antes dele.
16. O ‘eu sou’ é
o seu maior inimigo e é ,também, o maior amigo.
Quando o sentido ou sentimento ‘eu sou’ apareceu em você e o
enganou fazendo acreditar que você é o corpo, e mais tarde que você é isto e
aquilo. Sua ilusão foi fortalecida ainda mais, e enquanto o tempo passava assim
começou todo o tumulto e sofrimento, neste sentido é seu inimigo. Mas
agora o Mestre lhe diz que volte para o ‘eu
sou’, entenda-o, fique lá, faça amizade com ele, ou melhor, torne-o seu
guia, Deus ou Guru. Fazendo assim ele lhe ajudará a quebrar a ilusão e vai
conduzi-lo à fonte. Quando o “isso” e “aquilo” forem removidos, então o ‘eu sou’ puro e amigo será desvendado.
17. O conhecimento inicial e o final são o ‘eu sou’, esteja atento para o ‘eu sou’, uma vez que você entender isto, você está além
dele.
Seja qual for o volume de conhecimento que você tenha, você tem que começar com o conhecimento primário ou o conceito ‘eu sou’. O ‘eu sou’ é o único, e depois com três ou quatro anos, e assim por diante, a estrutura do labirinto do conhecimento é construída. Você tem que voltar atrás, refazer os passos no labirinto e quando fizer isso corretamente, vai acabar no ‘eu sou e desfazer o condicionamento’ dele. Dê toda sua atenção a este ‘eu sou’, aos poucos virá a compreendê-lo e todas as suas implicações também. A sua clara compreensão do ‘eu sou’ é, e o mais distintamente além dele, você está.
18. Você deve meditar no ‘eu sou’ sem se agarrar no corpo-mente,
o ‘eu sou’ é a primeira
ignorância, persista nele e você vai para além dele.
Traga toda a sua atenção para o ‘eu sou’, medite nele, tente fazer
isto mantendo o corpo-mente totalmente de lado. No início o corpo-mente vai
resistir a essa permanência e foco no ‘eu
sou’, mas com a prática eles automaticamente não vão interferir. Lembre-se, o ‘eu sou’ tem
te enganado fazendo-o acreditar no irreal, assim você pode chamá-lo da primeira
ignorância. Você tem que estar além desse ‘eu sou’ constantemente, só então você pode ir além dele,
caso contrário ele vai continuar jogando com você.
19. O ‘eu sou’
trouxe a dualidade e toda atividade, fique ‘nele’, você está antes do aparecimento ‘dele’.
Todo o processo de percepção e todas as
atividades são baseados na dualidade: o sujeito e o objeto, o observador e o
observado, o fazedor e o feito. É somente após o aparecimento do ‘eu sou’ que toda a dualidade e a
atividade começaram, não antes disso; então a raiz está no ‘eu sou’ que desencadeou tudo.
Localize o ‘eu sou’, refleta nele, e permaneça ‘nele’, só então você pode perceber que você
está antes do aparecimento ‘dele’.
20. O conceito ‘eu sou’
é o último posto avançado da ilusão, se agarre a isto, e o entenda
perfeitamente e permaneça ‘nele’, então você não será mais um indivíduo.
Saindo de um país, na fronteira, há
postos de controles e então é ‘terra de ninguém’ até outro país começar os seus
postos de controle. Da mesma forma, para sair do país ou da ilusão do ‘eu sou’ esta é a última e única
saída, não há outra. Fique neste posto, estabilize-se no ‘eu sou’, e quando você fizer isso você não é mais um indivíduo.
Nota minha: Assim como logo após o último posto você entra em uma terra neutra, sem identificação, sem dono particular, assim também após a compreensão do ‘eu sou’ e permanência nele, surgirá a sua transcendência, você perde a sua identidade como individuou. Você perde o ‘eu sou’ o “Eu” e o “Meu” (o ego) e entra no estado de pureza.
21. Sem fazer qualquer coisa você tem o conhecimento ‘eu sou’, veio a você
espontaneamente sem a sua vontade, fique lá e ponha um machado na raiz dele.
Veja a beleza disto, este conhecimento ‘eu sou’ amanheceu em você, sem
qualquer esforço de sua parte; ele veio por conta própria sem você desejar que
fosse assim. Esse ‘eu sou’ também
vai por conta próprio, sem pedir ou lhe falar, mas antes que isso aconteça,
estabilize dentro ‘dele’ e
liquide-o, então a morte não existirá para você.
22. Seu único capital é o ‘eu
sou’, é a única ferramenta que você pode usar para resolver o enigma da
vida. Já que ‘ele’ está em
todos e movimentos inerente a esse enigma.
Você pode ter ganhado um monte de dinheiro,
você pode ter estabelecido um império, mas é tudo inútil comparado com o valor
do ‘eu sou’. De fato, o
conhecimento ‘eu sou’ é o
único capital e a única ferramenta que você tem para romper esse quebra-cabeça que “ele”, mesmo apresenta através da vida, às vezes completamente desconcertantes
e faz você infeliz. O conhecimento ‘eu
sou’ está presente em todos e movimento inerente a esse enigma. O tipo
de atividade ou expressão depende da combinação dos cinco elementos e três
qualidades.
23. Seja apenas o ‘eu
sou’, basta ser. O ‘eu
sou’ já apareceu em seu estado homogêneo, quando você era livre ‘dele’ e esse você de antes é liberado
agora depois do ‘eu sou’.
Você estava absolutamente livre,
homogêneo e sem forma, nesse estado há o aparecimento do ‘eu sou’ e então ele o enganou fazendo acreditar que você é o
corpo-mente. A fim de voltar para o seu verdadeiro estado, você tem que
permanecer no ‘eu sou’, basta
ser, isso é tudo, além disso, o ‘eu
sou’ já faz parte de seu
verdadeiro estado, apenas fique lá. Permaneça no ‘eu sou’ com o
entendimento de que você não é o ‘eu
sou’, mas você é anterior a ele.
24. Valorize e habite no ‘eu
sou’ em você, é o ‘eu sou’
que nasceu, é o ‘eu sou’ que
vai morrer, você não é esse ‘eu sou’.
Este princípio da habitação ‘eu sou’ que apareceu no seu
verdadeiro ser é o que nasce e é o único que vai morrer. Você não é o ‘eu sou’, mas, a fim de entender
isso e transcender o ‘eu sou’,
você tem que valorizá-lo, ficar com ele constantemente, só então ele irá ficar
satisfeito com você e libertá-lo das suas garras.
25. Manter o foco no ‘eu
sou’ até esquecê-lo, em seguida, você se torna o eterno, o Absoluto e o Parabrahman.
Deixando de lado tudo, não permitindo que
qualquer outra coisa entre na sua mente, na total seriedade permaneça com toda
a força focalizada no ‘eu sou’.
Persistir nesse enfoque ou meditação
sobre o ‘eu sou’ até afastá-lo para o
esquecimento. Se o seu esforço é bastante sincero e sério o ‘eu sou’ está fadado a
desaparecer, pois esse é o seu inimigo.
26. O conhecimento ‘eu
sou’ é a consciência do princípio do nascimento, ao investigá-lo, você
finalmente se estabilizará no Absoluto Parabrahman.
O conhecimento ‘eu sou’ é o criador de tudo, gosta de afirmar-se nisso
sempre, é o puro amor de sua própria existência. Era inerente a seus pais e aos
pais deles e assim por diante. Foi o ‘eu sou’ em seus pais, que foi atraído para si e que levou à sua procriação e o ‘eu sou’ para eles. O ‘eu sou’ é o princípio do
nascimento abundante na natureza e perpetuando tudo. Investigar ou tentar
descobrir como o ‘eu sou’ surgiu
em você, não só vai leva-lo, mas também o estabilizará no Absoluto.
27. Todo o conhecimento, incluindo o ‘eu sou’ é sem forma, jogue
fora esse conhecimento condicionado
e fica parado na quietude.
A raiz de todo o conhecimento é o ‘eu sou’, é o ponto de partida e é
sem forma, portanto, todo o conhecimento é sem forma. Desfaça o conhecimento
condicionado nele e por esforços repetidos volte a este conhecimento ‘eu sou’, agarre-o e jogue-o fora.
O ‘eu sou’ é escorregadio e
vai fugir de seus esforços, mas persista e se estabilize no silêncio e quietude
que forçará a sua partida.
28. Antes do nascimento, onde estava o ‘eu sou’? Não o contamine com a ideia de corpo, Eu como o Absoluto não sou o ‘eu sou’.
Onde você estava antes de nascer? Onde
estava o ‘eu sou’? Você não era
‘Nada’ e não havia ‘eu sou’.
Nesse Nada, ao nascer, depois de três ou quatro anos de idade, apareceu o ‘eu sou’ e ele tem o contaminado
com a ideia de corpo. Agora, através da discriminação você precisa realizar um
procedimento de descontaminação, livre o ‘eu
sou’ da ideia de corpo,
habite-o e transcenda o “eu sou”, porque você como o Absoluto não é o ‘eu sou’.
29. Na ausência do ‘eu
sou’ nada é exigido, o ‘eu sou’
vai com o corpo, o que resta é o Absoluto.
Antes do ‘eu sou’ aparecer você tinha consciência de alguma
necessidade ou demanda? Absolutamente de nenhuma, todas as demandas começaram
com a chegada do 'eu sou’. O que é este ‘eu sou’? Não é nada,
mas a essência dos cinco elementos que compõem o corpo. O ‘eu
sou’ depende do corpo, é
tão transitória como ele e vai junto com ele, de modo que nenhum deles é
verdadeiro. O que resta, então? É somente o Absoluto.
30. Você não deve apenas ter a convicção do ‘eu sou’, mas também que você está
livre ‘dele’.
É
claro que você pode encarar duas etapas no processo da auto-descoberta, sendo a
primeira a compreensão do conhecimento ‘eu sou’ e sua reflexão nele. Você
deve desenvolver a forte convicção de que ‘você é’ e permanecer lá. O que vai
acontecer então? Pouco a pouco você permanecendo no ‘eu sou’ o segundo passo será a realização que você está
além do ‘eu sou’, você
estará livre dele! Você não é o ‘eu
sou’, mas sua testemunha. Assim a permanência no ‘eu sou’ e sua transcendência é a chave
para prática espiritual inteira.
Nota minha: Resumindo “Assim a permanência no ‘eu sou’ e sua transcendência é a chave para prática espiritual inteira” Veja bem, a chave é a ferramenta imprescindível para abrir a porta, e essa é a chave! Primeiro conhecer bem essa chave o ‘eu sou’, meditar ou refletir nela por tempo suficiente, e segundo, ter consciência de que você está além dele, do ‘eu sou’.
31. Lembre-se do conhecimento ‘eu sou’ apenas e deixe o resto, ficando no ‘eu sou’ você vai perceber que ele
é irreal.
O que quer que tenha acrescentado para o
conhecimento básico e fundamental ‘eu
sou’ está destruindo a sua pureza. Largue
de lado tudo que adicionou e só se lembre do ‘eu sou’ em toda a
sua pureza. Você tem que realmente
adquirir o antes dele e para isso você tem que residir nele, habitar nele em
todos os momentos. No processo, você vai perceber que o ‘eu sou=ego’ é dependente e
destrutível e, portanto, irreal, mas o real é independente e indestrutível.
32. Entenda que o conhecimento ‘eu sou’ amanheceu em você e todos são suas manifestações, é
nesta compreensão que você realiza que não é o ‘eu sou’.
Este conhecimento ‘eu sou’ veio de boa vontade para você? Foi o que você quis? Em retrospecto, não parece ser assim. Houve aquele momento que você soube que ‘você é’, e desde então a sensação de ‘eu sou’ passou a ficar fortalecido. ‘Eu sou isto e aquilo’ foi incorporado em você e o restante das atividades de sua vida seguiu. A partir daí, não é conclusivo de que o ‘eu sou’ criou seu mundo e não o contrário? Este ‘eu sou’ amanheceu em você e você está fora dele apenas como uma testemunha, sem participação em quaisquer de suas atividades, em absoluto.
33. Quando este conceito ‘eu
sou’ parte não haverá memória disponível que ‘eu era’ e ‘eu
tinha’ essas experiências, e a própria memória será apagada.
O conhecimento ‘eu sou=ego’ é a mesma semente de memória e toda informação funciona através dele,
que constitui a base da mente. Ele está programado para se cansar e, consequentemente
vir o sono, caso contrário morreria se você não dormisse. Mas o sono não é a
partida completa do ‘eu sou’ é só a suspensão e, após o sono torna-se
revigorado e inicia a sua atividade novamente mantendo a continuidade. Não é de admirar se o seu nome é chamado em voz alta quando
dorme e você acorda e responde dizendo ‘eu
sou’! A morte física e a iluminação é a partida total do ‘eu sou’ e nada é mantido. Todavia,
para quem ‘se auto realizou’ que transcendeu o ‘eu sou’, a memória e o ‘eu
sou’ está disponível a ele, ele pode ou não usá-los, eles não são
‘hospedado’ mais nele. Apenas quem ‘se auto realizou’’ pode experenciar este
estado. Daí a razão da iluminação dissolver o karma, pois na iluminação todo
memória é apagada.
34. Com a chegada do conceito primário ‘eu sou’, o tempo começa, com a sua partida o tempo vai
acabar, você o Absoluto não é o
conceito primário ‘eu sou’.
O ‘eu
sou’ é o motor de arranque, o iniciador, o início de tudo, incluindo o
tempo. Na verdade toda medida começa com o ‘eu
sou’ e toda medida incluindo o tempo, termina com a sua partida. É o
conceito primário sobre o qual é construída a mansão inteira de outros
conceitos. O conhecimento ‘eu
sou’ e o espaço surgiram simultanea e espontaneamente em você, o Absoluto, a quem está à parte. Surgiram em você, mas não
pertencem a você.
35. Quando você sabe tanto o ‘eu sou’ e o ‘eu não sou’, então você é o
Absoluto que transcende tanto a sabedoria e não sabedoria.
Conforme você permanecer no ‘eu sou’ por um longo tempo você
deve também perceber o estado de ‘eu não sou’, ou
haverá um estado de ‘saber’ e ‘não-saber’. Ambos os estados são estados de consciência em sua pureza,
pois eles são os primórdios da dualidade. A mesma chegada do conceito de ‘eu sou’ implica o ‘eu não sou’ escondido nele ou o ‘saber’ tem
o ‘não-saber’ implícito nele, eles são opostos, são pares e sempre andam juntos
e são impossíveis de separar. Mas você é o Absoluto que transcende a
ambas; você é a testemunha de ambos estados, eles só apareceram em
você, nunca pertenceram a você e são ilusórias.
36. Aparecimento e desaparecimento, nascimento e morte são
qualidades do ‘eu sou’, eles
não pertencem a você, o Absoluto.
Vindo, aparecimento ou nascimento, e
indo, desaparecimento ou morte, são qualidades do ‘eu sou’, a consciência ou o estado de ser que só
aparentemente parecem ter surgido em sua verdadeira natureza. Você é o Absoluto e nenhumas dessas
qualidades pertencem a você, de fato elas nunca realmente ocorreram, mas só
parece ser assim.
37. Do nada, o ‘eu sou’
ou estado de ser veio, não há nenhum indivíduo, é o conhecimento ‘eu sou’ e não o indivíduo que tem
que voltar para fonte.
É muito difícil formular quaisquer
descrições ou palavras para o estado antes do ‘eu sou’ ou estado de Ser Puro. Algumas palavras que têm
sido comumente utilizadas são: nada,
vacuidade, plenitude, vazio, eternidade, totalidade
Consciência Divina, Deus, o Todo, ou mesmo Absoluto ou ‘Parabrahman’.
Seja qual for a palavra, o ‘eu sou’
surgiu sobre elas e às vezes é chamado erradamente de sua fonte. O
indivíduo vem mais tarde no quadro e quando você volta nele é o puro ‘eu sou’ ou estado de ser
que resta, assim este conhecimento ‘eu
sou’ que tem que voltar para fonte. Não há dúvida de um indivíduo
inexistente em qualquer lugar.
38. Ao meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’ que gradualmente se estabelece em sua origem e
desaparece, então você é o Absoluto.
Sua permanência deve ser toda no ‘eu sou’. Focado constantemente,
sem pausa, no “eu sou” se
mantenha meditando nele. Quando um objeto permanece em foco por um período
prolongado, há uma boa chance dele desaparecer, uma vez que é o seu oposto. De
apenas ‘ser’ para ‘não-ser’ de ‘eu sou’
para ‘eu não sou’, quando isso acontece,
nada permanece mais, então aparece em você o Absoluto, em
silêncio, calmo, sem qualquer movimento ou experiência.
39. Procure conhecer o ‘‘eu
sou’ na fase de sem palavras, de pureza, você deve ser isso e não
desviar dele nem por um momento, e então ele irá desaparecer.
O conhecimento ‘eu sou’, a que você tem que voltar, é o primeiro que
apareceu em você, quando você veio saber, que ‘você é’. No momento que você não
sabia nada sobre as palavras ou a linguagem, a sensação de ser era não-verbal.
Você vai ter que aplicar-se para agarrar este estado de novamente, você viveu neste
estado, foi o período quando o ‘eu
sou’ surgiu, até o momento que foi ensinado a se comunicar verbalmente
usando palavras. Volte a esse estado e
não se desvie de lá nem por um momento, você tem que reviver esse estado, só
então você vai entender isso e então ele irá desaparecer!
40. Com o transcender da experiência primária ‘eu sou’ todas as experiências vão
desaparecer e apenas restará o
Absoluto.
O surgimento do sentido de ser ou o
sentimento não-verbal ‘eu sou’ foi sua primeira ou primária experiência. Sem
esta primária experiência nenhuma das outras experiências teria seguido, você
tinha que ‘ser’ antes de qualquer coisa poder ser. Mas à medida que sua
permanência no ‘eu sou’ torna-se
firme por sua prática espiritual, uma etapa vai chegar quando o ‘eu sou’ vai cair com todas as
experiências ou memória; vão desaparecer deixando-o em seu verdadeiro estado o
Absoluto.
41. Em seu verdadeiro estado original surgiu este princípio
sutil ‘eu sou’, que é a causa
de todo o mal.
Este princípio sutil ‘eu sou’, que é mais sutil do que a mente, apareceu no seu
verdadeiro e original estado. Depois
que ele apareceu, permaneceu em um estado puro por algum tempo e então começou
o acúmulo de palavras, linguagem e conceitos. O ‘eu sou’ agora se tornou verbal e identificou-se com o
corpo, você tornou-se ‘isto e aquilo’ vivendo neste mundo como uma pessoa. Sua
mente desenvolveu e tornou-se uma oficina de danos, mas a causa foi o ‘eu sou’. Agora você tem que
voltar para ‘eu sou’, o
principal semeador de danos, medite nele e identifique sua falsidade e ele
desaparecerá. Você agora transcendeu o ‘eu
sou’, então onde está a questão de qualquer dano?
42. Tudo o que você tenta se tornar não é você, antes mesmo que
as palavras ‘eu sou’ foram
dita, você já é.
Basta olhar para esta perseguição louca
que você foi entregando-se, ou foi se condicionado ao entrar na sociedade: ‘eu sou isto e aquilo’, ‘eu devo ser isto’ ou
‘eu devo ser aquilo’ ambição, status, nome, fama e muito mais! É muito
natural, você está tentando se tornar o que não é. Mesmo antes que você pudesse
dizer ou sentir o ‘eu sou’,
você é! Este sentimento ‘eu sou’ apareceu
em seu verdadeiro e original estado, e é dependente, transitório e falso. A
identificação do ‘eu sou’ com
o corpo o enganou completamente e agora você está preso. Entenda tudo isso e
saia disto.
43. O hábito raiz é o ‘eu
sou’ e que surgiu a partir do domínio dos cinco elementos e três
qualidades que são irreais.
O ‘eu
sou’ é a essência dos cinco elementos e três qualidades que
compõem o corpo e a mente e todos estes são irreais. Por que eles são irreais?
Porque eles são interdependentes, mudando constantemente e o real não é
dependente e nunca muda. Este conhecimento essencial ‘eu sou’ tornou-se um hábito raiz em você e o enganou
fazendo acreditar que você é uma pessoa com um corpo, nasceu neste mundo e que
vai morrer um dia. Este hábito tem raiz tão profundamente arraigada em você que
é muito difícil de não acreditar nele.
Nota minha: As três qualidades são
‘Sattva’ (conhecimento), ‘Rajas’ (atividade) e ‘Tamas’ (inércia), de que o ‘eu
sou’ é ‘Sattva’.
44. Permaneça no conhecimento ‘eu sou’ sem se identificar com o corpo.
Como você funcionava antes da chegada do
conhecimento ‘eu sou’? Para
entender isso, você terá que voltar novamente, aplicar a sua mente e apenas
tentar lembrar o momento antes de você saber que ‘você é’. Isso ocorreu por
volta de três ou quatro anos de idade, mas antes disso você ainda estava
funcionando sem qualquer problema desde a concepção até a chegada do ‘eu sou’. E sobre as coisas antes
da concepção? Você alguma vez pensou qualquer coisa sobre isto? Você não tinha qualquer requisitos, mesmo
após a chegada do ‘eu sou’ em seu estado não-verbal nascente, não havia
problemas. Durante esse período livre da palavra ‘eu sou’ você não estava
ciente de nada do corpo, é aí que você tem que voltar e residir, no ‘eu sou’.
45. O estado de ser, que é a mensagem ‘eu sou’, sem palavras, é comum a todos, a mudança começa
apenas com o fluxo/mente.
Nessa fase, quando a mensagem ‘eu sou’ tinha acabado de chegar
e era livre de palavra é comum a todos. Todo mundo passa por esse período, o
estado não-verbal, apenas de saber que ‘você é’ ou ‘eu sou’. Nesta fase, só existe o oposto ‘você não é’ ou ‘eu não sou’.
No retorno, seus movimentos de ‘eu sou’
para ‘eu não sou’ ou vice-versa ocorre
espontaneamente sem nenhuma vontade. As mudanças começam assim, quando são
ensinadas palavras ou linguagem e muito em breve os conceitos assumem, sua vida
verbal ou o fluxo/mente começa. Junto com estes vêm os três estados de estar acordado, sonhando ou sono profundo
e você acredita que é um indivíduo com um corpo e uma mente funcionando
neste mundo. Agora, você encontra um novo conhecimento e ele lhe diz para
redescobrir este sem palavras a muito tempo perdido, o nascente ‘eu sou’. Ele ainda está lá e
você tem que reviver isto - isso é a prática espiritual.
46. A crença no ‘eu sou’
como um corpo, como um indivíduo é a causa de todo o medo, na ausência do ‘eu sou’, quem é que teme o que?
Esta crença de que ‘eu sou isto e aquilo’
com a mente e o corpo, torna no indivíduo, que vive neste mundo e na sociedade,
a causa de todo o medo. Os medos são muitos e diversos, é o medo da morte, medo
da velhice, de perder a riqueza, perda de entes próximos e queridos e, depois,
há o medo da falta de saúde, caindo em descrédito e muitos outros. Muitos
pequenos medos que ocorrem e mudam de momento a momento. Mas, para quem já percebeu que o ‘eu sou’ é falso - e uma vez que
todos os medos são baseados no ‘eu sou’ não há mais medo. Obviamente, se não há
nenhum indivíduo, quem é que teme o que?
47. Tente focar sempre no primário e conceito ‘eu sou’, a fim de
perder isso e estar livre de todos os outros conceitos. Em desacreditar a irrealidade do ‘eu sou’ você é
totalmente livre.
Você está em turbulência, está em
desespero, está com medo, e está incomodado com toda essa bagunça que vê ao seu
redor. Procura a liberdade de tudo isso. Você encontra um novo conhecimento, de
alguma forma, seja de um Mestre ou suas palavras registradas em livros, e esse
conhecimento deixa claro para você tudo sobre o ‘eu sou’ e suas implicações. Uma vez que ele fez isso, agora depende de você fazer o que ele diz.
Venha para o conceito primário ‘eu sou’, permaneça nele e compreenda a sua
irrealidade e seja totalmente livre. Tenha sempre em mente que o que o Mestre
diz vem de sua própria experiência e não de boatos e teorias.
48. Sentado calmamente, seja
um com o conhecimento ‘eu sou’,
você vai perder toda a preocupação com o mundo, então o ‘eu sou’ também se vai, deixando-o como o Absoluto.
Você
foi tão longe no principio ‘eu sou’ que acha que é quase impossível separar-se
da selva conceitual na qual está preso. A maioria de nós é tão
profundamente enredada neste mundo que não há tempo para pensar em tudo isso.
Somente aqueles que são sensíveis e atentos ou já enfrentaram uma crise na vida
que percebe a futilidade de tudo isso. Assim começa a busca de sua verdadeira
identidade e do sentido da vida. O
conselho do Mestre é muito simples: primeiro você tem que entender o ‘eu sou’
como o conceito primário e raiz de todos os problemas. Então você tem que sentar-se calmamente e tornar-se um com o conhecimento
‘eu sou’. Ao fazê-lo você vai perder toda a preocupação com o mundo. Então,
espontaneamente, se você tem sido sincero em sua permanência, o ‘eu sou’ cairá
deixando-o livre como o Absoluto.
49. Deixando de lado tudo, estabilize no ‘eu sou’. Enquanto você continua com esta prática, no
processo você irá transcender o ‘eu
sou’.
Basta jogar de lado tudo aquilo que não
seja o ‘eu sou’, obtinha a sua
auto firmeza estabelecida aqui. Uma e outra vez, repetidamente e
incansavelmente você tem que continuar com a prática de se estabilizar no ‘eu sou’. Então, em algum
momento, quando o ‘eu sou’
estiver satisfeito com você, ele lhe libertará do seu estrangulamento e você
vai transcendê-lo e tornar-se o Absoluto.
50. A essência dessa consciência é a qualidade ‘eu sou’, não há nenhuma
personalidade ou indivíduo lá, resida lá e transcenda.
O sentimento de que ‘você é’ ou ‘eu sou’ é a essência dessa
consciência e comum a todos. É lá na
essência na sua pureza absoluta, sem apêndices ou complementos, e nesse estado
não há qualquer individualidade ou personalidade. Todos os
seus esforços devem ser direcionados para chegar a esse estado puro do ‘eu sou’ e residi aí apenas. Se
você fizer isso com grande sinceridade e seriedade será obrigado a transcender
o ‘eu sou’ um dia. Assim,
compreenda a importância da sinceridade no ‘ser’. O tempo que vai levar vai
depender da sua dedicação e seriedade.
51. Valorize o conhecimento ‘eu
sou’ como se fosse Deus, como se fosse o seu Guru, a mensagem de ‘eu sou’ está lá, o fluxo/mente
está lá, permaneça no ‘eu sou’ e realize, descubra, que
você não é ninguém.
Você não deve apenas compreender o ‘eu sou’, mas também realizar a
sua extrema importância. Tudo é criado pelo “eu sou” e a partir ‘dele’,
valorize-o como se fosse Deus. É o único meio para seu caminho para fora, assim
trate-o bem como seu guia ou Guru. Para
começar com o que você tem, mas o conhecimento ‘eu sou’ - somente sem palavras.
Depois vem o verbal ‘eu sou’, o seu encontro de conceitos e, assim, começa o
fluxo/mente. Agora inverta este fluxo mente, venha para o verbal ‘eu sou’ e
passe por ele e se estabilize no não-verbal
‘eu sou’. Neste processo, você deve descobrir que você não é nenhum
deles.
52. Atualmente você está sustentando a memória ‘eu sou’, você não é esse ‘eu sou’, você é o Absoluto antes ‘dele’.
Para a continuação de sua vida inteira
como um indivíduo você tem que manter a memória ‘eu sou’ e é exatamente o que você está fazendo, embora pode
não estar ciente disso. Agora que ele foi apontado a você pelo Mestre, veja o ‘eu sou’ e veja como ele tem o
enganado fazendo o acreditar em algo que você não é! Você não é o ‘eu sou’, mas muito antes dele -
o Absoluto! Algo que sempre foi e sempre será. Agarre este Ser Verdadeiro e esqueça todo o resto.
53. Você sente o ‘eu
sou’, devido os cinco elementos e três qualidades, quando eles se
forem, o ‘eu sou’ vai, mas você ainda está silenciosamente lá.
Este sentimento de que ‘você é’ ou ‘eu sou’ é devido ao corpo-mente,
que é um composto de cinco elementos e as três qualidades. O corpo, juntamente
com os elementos e as qualidades, é perecível; assim você pode ver que isto
tudo, o ‘eu sou’, os elementos
e as qualidades são interdependentes e destrutíveis. Julgando este critério
como pode tudo isso ser real? A Verdade ou o real nunca é dependente nem é
destrutível e isto é o que você é. O corpo, os elementos e as qualidades podem
ir e vir, mas você está lá para sempre, porque você não é nenhum desses.
54. Mantenha-se focado no ‘eu
sou’, até se tornar uma testemunha disso, então você permanece
separado, você terá alcançado o ponto mais alto.
Por um momento, ou por quanto tempo você
acreditar que é o corpo-mente, você deve continuar com a meditação. Durante a
meditação, apenas mantenha-se focado no ‘eu
sou’ sem palavras. Na medida em que a sua pratica espiritual amadurecer,
você deve se tornar uma testemunha do ‘eu
sou’. No momento que isso acontecer, você permanece separado do ‘eu sou’ e este é o maior estado
que você pode alcançar.
55. Este conhecimento ‘eu
sou’ saiu do estado antes dele e agora é a causa de todo o sofrimento. Antes
do ‘eu sou’ surgir você estava
feliz, assim volte a ser feliz.
Se você é sensível e atento o suficiente,
você pode muito bem discernir que este conhecimento ‘eu sou’ tem surgido no estado anterior a ele. Este
sentido de ‘ser’, saber que ‘você é’ ou ‘eu
sou’ apareceu espontaneamente e tornou-se a causa de todo o sofrimento.
Você experimentou esse estado do
período da concepção até o aparecimento do ‘eu sou’, ou em sono
profundo, onde o ‘eu sou’ está
adormecida ou suspenso. Durante qualquer um desses estados houve qualquer
sofrimento ou preocupação? O Mestre tornou tudo isso claro para você e agora
lhe diz para voltar e permanecer no ‘eu
sou’ e transcende o “eu sou” para sempre e seja feliz.
56. Quando você permanecer no ‘eu sou’ perceberá que tudo, além disso, é inútil, e então você é Parabrahman, o
Absoluto.
Entenda o ‘eu sou’ e habite ‘nele,’
pois é a única prática espiritual que
tem de ser feita. Na medida em que a sua pratica espiritual amadurecer, você
deve se tornar uma testemunha do ‘eu
sou’ e pode muito bem ver que ele é falso. No processo, também vê que
tudo saiu do ‘eu sou’ impuro e é,
portanto, baseada na mentira, então ele automaticamente se torna inútil. Você
é, ou o tempo todo sempre foi, o Parabrahman ou o Absoluto. Como pode qualquer
coisa ser útil para o Ser sem forma?
57. Aquele que permanece naquele princípio pelo qual conhece o ‘eu sou’, conhece tudo e não
precisa de nada.
Aquele que transcendeu o ‘eu sou’ é o Absoluto, ele sabe
que o conhecimento ‘eu sou’ só
apareceu espontaneamente sobre ele, e é totalmente falso e vai desaparecer
espontaneamente. Ele conhece a raiz ou a semente muito bem, portanto, ele
conhece tudo. Aquele que permanece no seu Verdadeiro Eu não
precisa de nada, ele está acima de necessidades e exigências.
Nota minha: O “Verdadeiro Eu” aqui tem
a ver com a alma já iluminada, a alma é o “Ser Puro, o Eu Superior”. Não se refere ao “Eu” da
concepção.
58. Basta sentar-se e saber que ‘você é’ o ‘eu sou’ sem palavras, nada mais tem que ser feito; logo você
vai chegar ao seu estado natural Absoluto.
Não há como escapar do ‘Sadhana’ (prática
espiritual – meditação), você realmente tem que ir atrás desse conhecimento ‘eu sou’. Em certo sentido, não
há nada fisicamente para ser feito. Você precisa de esforço para saber que
‘você é’? É evidente que não. A
questão é apenas sentar-se calmamente e voltar para o ‘eu sou’ sem palavras.
Se isto for realizado sinceramente e feito corretamente - ou seja, através da
plena compreensão do ‘eu sou’ e
todas as suas implicações - não levará muito tempo para chegar ao seu estado
natural Absoluto.
59. Erroneamente você entregou este conhecimento ‘eu sou’ para o corpo e, assim,
reduziu o ilimitado ao limitado, por isso, você tem medo de morrer.
Basta tentar lembrar o momento em que
veio a saber, que ‘você é’ ou quando o conhecimento ‘eu sou’ apareceu. Inicialmente, naquela fase infantil você
somente conhecia o ‘eu sou’ sem
palavra, puro, e, periodicamente, você passava para o estado de ‘eu não sou’. Isso durou por algum tempo e
depois, os pais, as pessoas e o ambiente ao seu redor começaram a invadir a pureza
do seu ‘eu sou’. Você foi
feito para usar o uniforme ou traje de ‘fulano de tal’ e aqui começou todo o
erro. O ilimitado foi reduzido ao limitado e que se tornou um indivíduo
encaixado em um corpo. Lhe disseram que tinha nascido e você deduziu que iria
morrer um dia. Você ama este ‘eu sou’
este ‘estado de ser’, não quer perde-lo a qualquer custo e, portanto, o medo da
morte prevalece.
60. Você tem que perceber que você não é o corpo ou o
conhecimento ‘eu sou’. Você
como o Absoluto não é nenhum deles, nem os requer.
Quando o conhecimento ‘eu sou’ surgiu, você não sabia o
que era, ele era apenas um sentimento que ‘você é’ - absolutamente não-verbal.
Você nem sabia se era real ou irreal, ele estava lá. Quando a verbalização foi empurrada em você, você cometeu o primeiro
erro de acreditar que o ‘eu sou’ era o ser real. O segundo erro, que foi
martelado em você, foi o de acreditar que você é uma pessoa que nasceu com um
corpo e vive neste mundo. Deduziu que você morreria um dia por ver as
pessoas ao seu redor morrerem e essas crenças ficaram mais fortes ao ver
nascimentos e mortes que ocorrem ao seu redor quase todos os dias. O que o Mestre diz agora é, que desafia tudo
isso, que você não é nem o corpo nem o conhecimento ‘eu sou’. Ele diz que você
é o Absoluto sem forma e não precisa
de qualquer um deles e que você nunca foi um deles. O Mestre pode dizer, pois isto
é a sua realização e você tem que ter fé em suas palavras.
61. Investigue a validade do conceito fundamental de sua
individualidade, o ‘eu sou’, e
ele vai desaparecer, então você é Parabrahman, o Absoluto.
Se o que você acredita ser, atualmente, é
falso, qual é o meio a ser adotado, a fim de realizar a sua verdadeira identidade? A auto investigação
é o meio que o Mestre sugere, você tem que investigar a questão: (‘Quem sou eu?’). Ao fazê-lo chega ao conceito fundamental do ‘estado de ser’ ou o ‘eu sou’, sobre a qual repousa
tudo. É dito agora que medite sobre este ‘eu
sou’, fique lá, permaneça nele por um período de tempo razoável. Quando
a sua prática amadurecer, um dia virá em que o ‘eu sou’ vai desaparecer e então é revelado o Absoluto.
Por meio da negação você afirma seu ser verdadeiro, tentar perceber a afirmação
escondido na negação do ‘eu sou’.
A permanência no “eu sou” tem
o propósito de dissolvê-lo. A permanência no ‘eu sou’ tem o
propósito de continuar até que ele seja, também, dissolvido com a ILUMINAÇÃO.
62. O essencial para ser convencido é que o conceito original ‘eu sou’ é falso, apenas aceite
que é útil para este desenvolvimento.
O conhecimento ‘eu sou’ entrou de repente em você, você nunca pediu e ele
manteve-se como tal por algum tempo. O
condicionamento mundano gradualmente se estabeleceu como um conceito firme e
que você não está pronto agora para separar ou descrer. Mas a chave para toda a
sua redenção está em perceber que este conceito original ‘eu sou’ é totalmente
falso e é o culpado pelo seu engano. Acabe com isso e não aceite qualquer
coisa que não vá ao encontro com o seu desenvolvimento e de que a convicção ‘eu
sou’ é ilusório.
63. Antes ocorreu a si mesmo que o ‘eu sou’ fosse o ponto mais alto: Parabrahman. Agora, até a
impureza de ‘eu sou o corpo’ desaparece, fique parado na quietude ‘eu sou’.
Você vai ter que aplicar a sua mente e
voltar para o momento em que veio primeiramente o conhecimento que ‘você é’
ou ‘eu sou’, quando ele apareceu
em você. Agora é só esperar ali ... antes disto o que você era? Volte mais ...
antes da concepção o que era ou onde você estava. Você não era Nada! É isso! No
mesmo tempo você era o mais alto, o Absoluto ou o Parabrahman. É só essa
ausência total que não exige nada, não tem forma, livre e, acima de tudo. Neste
estado sem pátria apareceu o ‘eu sou’
e agarrou-se ao corpo e acreditou ‘eu sou o corpo’.
Esta ideia é uma impureza, acabe com ela e permanecer na quietude e no silêncio
do puro ‘eu sou’ sem palavras,
só então você tem uma chance de chegar a sua verdadeira identidade.
64. Sua queda começou com o aparecimento do ‘eu sou’, então você errou,
abraçando o corpo como ‘eu sou’,
tudo o que se reuniram depois disso é irreal.
O aparecimento do ‘eu sou’ foi a primeira decepção, mais decepção seguiu
quando o ‘eu sou’ abraçou o
corpo. Este é o fundamento enganoso que o levou a cometer erros e construir
sobre si mesmo essa mansão de sua individualidade. Seu básico, ‘eu sou’, é falso ou irreal,
assim como pode qualquer coisa que se seguiu depois disso ser real? Basta ver
como foi enganado fazendo-o acreditar em algo que é totalmente irreal.
65. Isso não é brincadeira, em você pode ser revelado o absoluto agora mesmo!
Você
já é o absoluto agora mesmo e sempre! Só precisa colocar sua atenção no ‘eu sou’. O conceito de ter
nascido como um indivíduo com um corpo e mente tem sido tão fortemente
martelado e você simplesmente se recusa aceitar qualquer coisa que desafie isto.
Em tal estado de ser, a verdade de que você é o Absoluto ‘Parabrahman’, neste
exato momento pode parecer exagero, ou como uma piada. Mas na verdade, em você pode até ser
revelado agora mesmo o absoluto. Simplesmente focalizando sua atenção no ‘eu sou’. No momento em que
permanecer além do ‘eu sou’
como testemunha disto, podes fazer a pergunta: Agora, quem é essa testemunha? A
testemunha é você!
66. Quem tem o conhecimento ‘eu
sou’? Alguém em você sabe do conhecimento ‘eu sou’, ‘você é’. Quem é ele?
Enquanto você mantem o foco no ‘eu sou’, a pergunta ‘Quem está
assistindo o ‘eu sou’?’ irá
ocorrer para você. Tem que haver alguma coisa em você que conhece o ‘eu sou’ ou que ‘você é’. Como é
que ‘você não era’ e agora ‘você é’? Esta transição do ‘eu não sou’
para ‘eu sou’, como aconteceu?
Houve alguma vontade nele ou aconteceu espontaneamente? Quem é que sabe desse
aparecendo e desaparecendo de ‘eu sou’?
67. Quem pode saber o estado ilusório ‘eu sou’? Apenas um estado não-ilusória pode fazê-lo, é a Consciência, o Parabrahman, ou o Absoluto.
Tem que haver um fundo imutável que
observa todas as mudanças. ‘Saber’ e ‘não-saber’, ‘ser’ e ‘não-ser’, ‘eu sou’ e ‘eu não sou’,
estes são todos os estados de consciência que ocorrem em um substrato imutável. Somente um estado não-ilusória é capaz
de saber o estado ilusório. Este estado real ou não ilusório tem sido
chamado de Consciência Divina, Deus, o Absoluto ou o Parabrahman. Em
seu estado original, é desprovido de qualquer conteúdo ou experiência, estes
ocorrem apenas após o aparecimento do ‘eu
sou’.
Nota: O “Ser Puro” antes da
concepção é o verdadeiro você. É a centelha Divina ou alma. Depois do
nascimento você continua no processo como “eu humano”, você aparece como “eu” e
o verdadeiro “Ser” ou a alma continuam ocultos pelo “eu sou” durante sua
passagem aqui na terra; depois da
morte, se você se iluminar, retorna ao estado de “Ser Puro”. Mesmo antes da
morte ao ser iluminado você volta para o estado do “Ser Puro” ou da alma. O
comando da sua vida, depois da iluminação, é da alma, a alma comanda o “eu
humano”. A alma está sempre em plena sintonia e unidade com a Fonte Divina
(Deus). Entre a inconsciência de ser e o eu sou isso ou aquilo, houve um tempo
de consciência da existência sem os adjetivos, esse tempo é o da existência do “eu
sou” puro. Consciência e sentimento apenas de “eu sou”, eu existo.
68. O conceito primário ‘eu
sou’ é desonesto, uma fraude. Ele tem o enganado fazendo-o acreditar
que não é.
Concentre-se acentuadamente no ‘eu sou’ e ele vai desaparecer. Primeiro você deve abrir uma investigação
sobre a natureza deste conhecimento ‘eu sou’, como ele apareceu em você e para
onde te conduz. No processo desta investigação que pousa sobre a conclusão de que este ‘eu sou’
é falsa e tem o enganado fazendo-o acreditar em algo que não é verdade. Você
pode, teoricamente, de acordo com esta conclusão, mas a fim de realmente
entendê-la, manter um foco por um período prolongado no ‘eu sou’. Você tem que fazer isso várias vezes, na verdade,
esta é a prática. Qual será o
resultado de tudo isso? Um momento virá quando o ‘eu sou’ vai desaparecer e
você vai acabar no seu verdadeiro estado natural.
69. Finalmente, você tem de transcender o ‘eu sou’ para entrar no estado livre de conceito, onde você
nem sabe que você é!
Em última análise, qual é o objetivo de toda
a ‘Prática espiritual’, o que não pode ser evitado? Após a compreensão do
conhecimento ‘eu sou’ completamente,
você vai ter que meditar sobre ele, para poder conhece-lo bem. Você
simplesmente não pode evitar este passo. A ideia é a de transcender o conceito
primário ‘eu sou’, só então
vai estar livre de todos os conceitos e
entrar no seu verdadeiro estado natural Absoluto.
Mas a sua permanência deve ser na base original, no “eu sou” puro. O
estado Absoluto está sempre prevalecendo, agora, neste exato momento
em você! Na verdade, você nunca esteve fora dele. Neste estado não há
conceitos, portanto, é desprovido de conteúdo e não há qualquer
experiência, assim você não vai nem saber que você é.
70. O Absoluto ou o Parabrahman é anterior ao ‘eu sou’, é o estado não-nascido,
assim como pode ter o conhecimento ‘eu
sou’?
Seu verdadeiro estado natural, Absoluto
ou Parabrahman é antes do aparecimento do conhecimento ‘eu sou’. É o estado que sempre prevalece e não conhece
nascimento ou morte. Tudo o que é conhecido ou visto apenas parece ter ocorrido
nele com o conhecimento ‘eu sou’
como base para a propagação, que é tudo uma ilusão. Mas uma vez que a ilusão se
foi como ele pode ter o conhecimento ‘eu
sou’? Não precisa nem deste conhecimento, pois é o estado não-nascido.
Você deve ter uma convicção firme e chegar à conclusão de que você é
não-nascido. Esse é o estado antes do nascimento físico.
71. Precisas saber que o ‘eu sou’, é um produto dos cinco
elementos, três qualidades ou o corpo de alimentos, mas você não é nenhum
desses.
O ‘eu
sou’ emana dos cinco elementos e três
qualidades que compõem o corpo-mente, que também pode ser chamado de o corpo de alimentos. É o
alimento que sustenta o corpo usando a respiração vital. O ‘eu sou’ é a própria essência do
corpo de alimentos, que é um composto de elementos e qualidades. Considerando
que isto é nada mais que um conjunto que vai se desintegrar, um dia, ele é
dependente e transitório e, portanto, não se qualifica como o real ou a
verdade. Mas para entender a irrealidade de tudo isso, especialmente o ‘eu sou’, você tem que meditar
sobre isso, então vai saber que você não é nenhum desses. Na verdade você nunca
foi qualquer um destes, era o jogo enganoso do ‘eu sou’ que o fez acreditar no que você não é.
Nota min ha: As três qualidades são ‘Sattva’ (conhecimento), ‘Rajas’
(atividade) e ‘Tamas’ (inércia), de que o ‘eu sou’ é ‘Sattva’.
72. Aquele que transcendeu ao conhecimento ‘eu sou’, isso significa que para ele, não há nascimento ou
morte, nem a qualquer karma.
Isso é algo muito importante para se entender - ou seja, a compreensão verbal do conhecimento ‘eu sou’ é completamente diferente de sua efetiva
realização. Há muitos que vão verbalmente ou teoricamente entender o ‘eu sou’, mas o mais raro dos
raros vai realizar isso. Por que isso? Porque realizar significa transcendê-lo,
bem como, o que ‘se auto realizou’ não é mais um indivíduo. É por isso que o Mestre
não é um indivíduo. O que ‘se auto realizou’ sabe que ‘eu sou o não
nascido’, então não há consciência e nem crença de nascimento ou
morte para ele. Como pode qualquer Karma, resíduo Karmico ou transmigração,
como entendido na doutrina hindu, ser aplicável ao não nascido? É o fim de
tudo! (Veja o v33)
73. A ilusão primária é apenas esta sabedoria ‘eu sou’, e que a liberação ocorre
quando a sabedoria é transformado em não-sabedoria.
O
culpado-chefe é este sentido de ‘ser’ ou saber ‘eu sou’. Libertação
significa acabar com o ‘eu sou’, ou o seu completo desaparecimento irreversível.
O que isso significa? Um estado completamente desprovido de quaisquer conceitos
ou qualquer ilusão como o conceito primário ou ilusão ‘eu sou’ transcendido. É um estado de não-sabedoria, sem
conteúdo e sem experiência. É o retorno ao “Eu Original”, ao Eu puro, anterior
ao “eu sou”
74. Você já existia como “Eu original emanente” mesmo antes de poder
dizer as palavras ‘eu sou’. O
testemunhar acontece ao estado anterior às suas palavras ‘eu sou’.
A fonte, substrato ou o fundo tem que
estar lá antes de qualquer coisa poder aparecer nele. Você diz ‘eu sou’, mas ‘você’ é antes
disso, só por causa disso que pode dizer ‘eu
sou’. O Testemunhar acontece a esse estado sem forma, que é anterior a
sua existência através do ‘eu sou’,
que apareceu sobre ele. Esse estado não nascido está sempre presente, não é
nem o ‘eu sou’ nem requer o ‘eu sou’, é além das necessidades
ou qualquer tipo de dependência.
75. Quando o corpo morre o ‘eu
sou’ entra em esquecimento e apenas o Absoluto permanece. Fica parado
lá, nada acontece com você o Absoluto.
O ‘eu
sou’ é a essência dos cinco elementos e três qualidades que formam o
corpo-mente. Quando o corpo cai, o ‘eu
sou’ desaparece e apenas o Absoluto permanece. Conforme você fica
parado no ‘eu sou’, um tempo
virá em que o ‘eu sou’ vai
desaparecer e você permanece como o Absoluto.
Você não é o corpo/mente, então saiba que não há morte, mas apenas o
desaparecimento de ‘eu sou’.
Em qualquer caso, o corpo vai cair e o ‘eu
sou’ vai desaparecer sem aviso, então realize a ‘sua’ relevância
(Iluminação), antes que você inesperadamente parta.
76. Do não-ser ao ser,
como é assim? Pelo conhecimento ‘eu sou’. Fique lá no ‘eu sou’, então você
vai voltar do ser ao não-ser.
A maneira como sai é, a partir do
imanifesto para o manifesto, a partir da ausência da presença, do não-ser para
o ser. Como isto funciona? É o conhecimento ‘eu
sou’, que, quando aparece espontaneamente, torna isso possível. Assim, o ‘eu sou’ é a ligação ou passagem
para dentro, assim também deve ser o meio de desconexão ou a passagem para fora.
Mas, para essa inversão ocorrer você tem que estar no ‘eu sou’, a sensação sem palavras antes do ‘eu sou’ deve engoli-lo
completamente, só então vai estar livre de suas garras e entrar no não-ser. O
não “ser” é o mesmo “Ser Puro”. É conhecido pelo “não ser”, por não ser mais
tido como “eu sou”. E também por ser inominável.
77. Aqui e agora, você é o Absoluto o “Ser Puro”. Segure-se no
processo do ‘eu sou’ com muita
firmeza, sempre permaneça nele e ele vai se dissolver, então você será como
você é.
Neste exato momento você é o Absoluto, o único problema é que você se desviou para muito longe dele e no
‘eu sou’ se perdeu nos
complementos. Aqui reside o ponto
crucial de toda a prática espiritual, onde você tem que cortar todos os
complementos ou apêndices e chegar ao ‘eu sou’ em sua
pureza total - ou seja, no estado sem palavras. Feito isso, agora você
tem que segurar o sem palavras ‘eu sou’
muito firme e habitar sempre nele, então ele irá desaparecer e você estará em
seu verdadeiro estado natural. O Absoluto será desvendado como verdadeiro Ser.
Nota minha: Depois da iluminação o ‘eu humano’ só vai existir
como meio de comunicação com o mundo, em relação a Consciência Divina, não
existirá mais. E na morte ele será dissolvido.
78. No estado de não-existência, estado de ser como o ‘eu sou’ ocorreu, quem é, não é
importante, o ‘eu sou’ é importante, fique lá. Pois no “eu sou” se percebe o
“eu não sou”. O Estado de “eu não sou” e o Absoluto.
Você nunca nasceu. Este conhecimento ‘eu sou’ ocorreu espontaneamente
em seu estado por nascer, isto é antes de ter consciência de seu nascimento, sem
qualquer motivo, apenas como um sonho que ocorre espontaneamente, sem razão e
vontade. A pessoa chamada ou quem passou a ser não tem importância: é a sensação de ‘eu sou’, que em seu
estado nascente sem palavras é importante, você tem que residir lá. É o
estado do ‘eu sou’ antes do “eu sou” isso ou aquilo, antes das
palavras.
79. Primeiro veio o ‘eu sou’, então vem a identificação
com o corpo, ego, agora volte para ‘eu
sou’, habitando lá realize ‘eu sou Deus’.
A sensação de ‘eu sou’ foi a primeiro a aparecer e em seguida, identificado
com o corpo se tornou ‘eu sou isto e aquilo’ ou eu sou + esta forma de corpo =
o Ego. Agora, deixando de lado a forma ou corpo, reverta e estabilize no ‘eu sou’. Habitando lá realize que
‘Eu sou Deus.
80. Você não é nem o ‘eu
sou’, nem as atividades realizadas pelo estado de ser - você como o
Absoluto não é nenhum desses.
Esta miragem ‘eu sou’ deve ser entendida juntamente com todo o emaranhado
de atividades que ele está envolvido dentro de si mesmo. Este ilusório ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é a
raiz de tudo, cada atividade que você participar, cada ação que você executar
tem o ‘eu sou’ como sua base.
Você consegue lembrar-se de qualquer atividade antes do aparecimento do ‘eu sou’? Não. Então, o que isso
sugere? Isso mostra claramente que você está além do ‘eu sou’ como o Absoluto. O ‘eu sou’ só apareceu em você e você não tem nada a ver com
isso ou suas atividades.
81. Com a transcendência do conhecimento ‘eu sou’, o Absoluto prevalece. O estado é chamado
Parabrahman, enquanto que o conhecimento o ‘eu
sou’ é Brahman.
É muito importante entender que o
conhecimento ‘eu sou’ é
Brahman. Quando você transcender o ‘eu
sou’ você transcende o estado Brahma e prevalece como Parabrahman
ou Absoluto. Brahman é ao mesmo tempo com qualidades (‘Saguna’
Brahman) e sem qualidades (‘Nirguna’ Brahman). Com qualidades ele é o mundo
manifesto e sem qualidades é o mundo imanifesto. O ‘eu sou’ e ‘eu não sou’, o ‘saber’ e ‘não-saber’, o ‘ser’ e
‘não-ser’ são todos o mesmo. Eles têm sido simplesmente designado usando termos
opostos. O Absoluto ou estado Parabrahman transcende tanto a não dualidade ou
os opostos.
82. Como você era antes da mensagem ‘eu sou’? Na ausência da mensagem ‘eu sou’ só meu
eterno estado Absoluto prevalece.
A
investigação tem que começar com a questão de saber o que você era antes de
nascer. Ou o que e como você estava antes da vinda da mensagem ‘eu sou’. Na ausência da mensagem
‘eu sou’ ou, na ausência da
sensação de que ‘você é’, você sabia alguma coisa? Você não podia, com o
desaparecimento do último conceito de ‘eu
sou’ você ficou totalmente desprovido de conteúdo. Não existe mais
experiência, você está vazio! Este é o seu verdadeiro eterno estado
Absoluto que sempre prevalece.
83. Quem teria testemunhado a mensagem ‘eu sou’, se o seu estado anterior de não-estado de ser não
estivesse lá?
No próprio responder a tal pergunta, se
perguntado com uma intensidade profunda, você pode desembarcar no estado
Absoluto instantaneamente. Prolongada meditação séria sobre o ‘eu sou’ tem o potencial para tal
ocorrência. Mesmo se você não pudesse realmente sentir isso, através da
compreensão verbal pura, você pode ver que tem de haver ‘alguém’ que testemunha
ou conhece o ‘eu sou’, caso
contrário o ‘eu sou’ nunca
teria chegado a ser. Meditação sobre o
‘eu sou’, que é o ‘Sadhana’ (prática), é a chave
para conhecer e tornar-se ‘quem você realmente é’.
84. Um verdadeiro devoto, permanecendo no conhecimento ‘eu sou’, transcende a experiência
da morte e alcança a imortalidade.
Quem é um verdadeiro devoto? Aquele que
não somente entende o ‘eu sou’,
mas também habita no ‘eu sou’ sem
desviar dele nem por um momento durante um período prolongado de tempo. Ele e
somente ele que fez essa ‘Sadhana’ (prática) com total devoção é um verdadeiro
devoto. Um momento de amadurecimento é obrigado a vir e ele vai transcender o
‘eu sou’, então vai saber que não há morte e alcançará a imortalidade. Deve-se
entender que é o ‘eu sou’ que nasce e morre. Você é o Absoluto, além do ‘eu
sou’.
85. Segure este conhecimento ‘eu sou’ no estado de sem palavras e todos os segredos de sua existência serão revelado a você.
Este sentimento de ‘ser’, ou ‘sabedoria’,
que raiou em você, é a melhor notícia possível. A fim de compreender o seu
verdadeiro significado, que você tem que chegar ao seu mais puro estado
nascente quando ele estava lá, sem palavras. Uma vez que o sem palavras ‘eu sou’ for agarrado, não deixe-o ir,
mas segure-o. Isso é tudo que é requerido para você fazer, nada mais. Aos
poucos, como a sua permanência fortalece, todo o segredo de sua existência vai
se revelar.
86. O que é isso em você que entende este conhecimento ‘eu sou’ sem nome, título ou
palavra? Mergulhe no centro mais íntimo, no ‘eu sou’ e testemunhe o conhecimento ‘eu
sou’.
Este conhecimento ‘eu sou’ que apareceu em você não tem nome, sem palavras, sem
tamanho ou forma. Ninguém é dono dele, e ele não pode ser entregue a qualquer
um. Ele está lá por conta própria, sem adjuntos; mergulhe profundamente em seu ‘eu sou’, e apenas corte todos os
complementos ‘dele’. Se
isso for feito com destreza você vai perceber o ‘eu sou’ em sua gloriosa pureza. Agora, fique lá e se torne
um com ele. O ‘eu sou’ deve
envolve-lo completamente em todos os momentos. Então vai saber que existe
alguém em você que entende este conhecimento ‘eu sou’, é uma testemunha disso e nunca teve nada a ver com
isso também.
87. Aceite totalmente o conhecimento ‘eu sou’ como a si mesmo, e com plena convicção e fé,
acredite firmemente no ditado ‘Eu sou
aquele pelo qual eu sei que eu sou’.
Depois de compreender plenamente o ‘eu sou’, em primeiro lugar,
tem que aceitar que você é o conhecimento ‘eu
sou’ em sua totalidade. Isso é, que tudo em você, suas ações,
pensamentos, sentimentos e comportamento tem a ver com o conhecimento “eu sou”. Quando essa aceitação
vem através de sua prática, o que vai acontecer? Você não vai mais ser um
indivíduo, a personalidade terá ido. Agora você terá atingido o ponto mais alto possível a você. Em segundo lugar,
permanecendo neste estado mais elevado possível de conhecer o ‘eu sou’, vai
perceber que há alguém que conhece o ‘eu sou’. Até que essa realização venha,
você deve pelo menos acreditar firmemente no ditado ‘Eu sou aquele pelo qual eu sei
que eu sou’.
88. A realidade prevalece antes do conhecimento ‘eu sou’, você deve permanecer
parado na origem de sua criação, no início do conhecimento ‘eu sou’.
A realidade sempre prevalece, mas não
conhece o indo e vindo, nascimento e morte, criação e destruição - estes são
atributos do ‘eu sou’, e não
atributos da realidade ou o Absoluto. O ‘eu
sou’ apareceu e um dia desaparecerá. Atualmente você se desviou do ‘eu sou’, volte a ele novamente e
novamente e tente ficar ali por algum tempo. O ‘eu sou’ é o começo, a origem de tudo, e em seu estado sem
palavras está na posição mais próxima da Realidade, o Absoluto. Pelo residir no ‘eu sou’ você tem uma melhor chance de chegar ao seu estado
natural do que de qualquer outro lugar.
89. Quando alguém está estabelecido no final, livre estado
absoluto, o conhecimento ‘eu sou’
se torna ‘não-conhecimento’.
O estado absoluto é o estado final, ou
você pode dizer que é o estado desnacionalizado. Após o desaparecimento do ‘eu sou’, que foi o principal
conceito raiz, não há nenhum conteúdo mais. O ‘eu sou’ tendo partido, não há mais dualidade, o conhecimento
‘eu sou’ torna-se
‘não-conhecimento’, pois não é mais necessário. A dissolução do ‘eu sou’ é o fim de toda a
experiência, assim, quem vai experimentar o que? O conhecimento ‘eu sou’ é o iniciador de tudo, na
sua ausência, não sobra nada.
90. O primeiro testemunho é o de ‘eu sou’, o pré-requisito básico para todos ainda é o
testemunhar, mas quem está testemunhando o primeiro testemunho ocorrendo do ‘eu sou’?
A primeira coisa que lhe veio a saber foi
que ‘você é ‘ou’ eu sou ‘. É a
primeira coisa, que você é uma testemunha, o pré-requisito básico e obrigatório
para todos que presenciam o que está para ocorrer. Uma vez que este ‘eu sou’ toma conta de você cresce
em proporções gigantescas, esta expansão é tão grande que você perde a
consciência do ‘eu sou,’ de si
próprio no processo e se deixa levar sobre suas várias atividades. É o ‘eu sou’ que está testemunhando o
mundo, mas quem está testemunhando o ‘eu
sou’? Essa é a pergunta para a qual você tem que encontrar uma resposta
e é para isso que serve todo o ‘Sadhana’ (prática).
91. A fronteira entre ‘eu sou’ (estado de ser) e ‘eu não sou’
(estado de não ser) é o local exato onde desaparece o intelecto. É o estado
‘Maha-yoga’. Fique lá!
Sua
chegada ao ‘eu sou’ sem palavras e em seu estado puro, é a primeira coisa para
conseguir. Agora, depois de ter chegado aqui você tem que morar ou
ficar aqui, isso só será possível após repetidas tentativas. Cuidado! Este é um
lugar muito escorregadio! A atração da mente ou intelecto é muito forte, não
pode suportar o ‘eu sou’ muito
tempo. Mas uma vez que você se estabilize lá, o intelecto, sem desaparecer, faz
isso também. É somente após a estabilização no ‘eu sou’ por um período prolongado que um momento virá
quando, muito espontaneamente, você também vai saber ‘eu não sou’. Esta é a
zona de fronteira e o local exato onde ocorre o desaparecimento do intelecto e
você fica em um estado de ‘não-saber’. Este é chamado ‘Maha-yoga’ ou o
‘Grande-yoga’, a união do ‘ser’ e ‘não-ser’ que é difícil de encontrar,
portanto, ‘grande’. Sem
intelecto, você fica sem raciocínio e sem o racional, isto é além da mente; só
assim o processo poder ser assimilado.
92. Reconhecer o Atman através da compreensão do conhecimento ‘eu sou’, o Atma-jnana, que é
onipresente, ilimitado e infinito.
Uma declaração muito importante foi feita
anteriormente, onde o conhecimento ‘eu
sou’ foi dito ser ‘Brahman’ e ‘Parabrahman’ estando além dele. Outra
declaração importante é feito aqui, onde o ‘Atman’ ou o “Ser” é para “ser”
entendido através da compreensão do ‘eu
sou’. O ‘eu sou’ é o
‘Atman’. O ‘Atman’, com qualidades ou identificando-se com o corpo é o
‘Jivatman’ (Jiva = ser vivo). O ‘Atman’ sem qualidades é o ‘Nirmalatman’
(Nirmal = Ser puro). O ‘Atman’, que transcende ambos é o ‘Paramatman’ (O Ser
transcendente final). Conforme você permanece no ‘eu sou’ você vai conhecer o ‘Atman’ ou o Ser em todos os
seus aspectos, e isto é Atma-jnana ou auto-conhecimento. É o conhecimento de
seu Ser verdadeiro como o Absoluto, que é onipresente, ilimitado e infinito.
Nota minha: Nas Cartas, Cristo menciona a centelha divina = (nossa alma, nosso ser puro), a Consciência Divina, Pai Mãe,
Vida (=Atma-jnana, o ser verdadeiro com Absoluto), e Consciência Universal (‘Paramatman’,
O Ser transcendente final).
93. O conhecimento ‘eu
sou’ é a verdadeira religião de cada um. Dê a honra maior devido a
isso. Se o fizer, você não vai passar por sofrimento ou morte.
A religião convencional vem depois do ‘eu sou’, antes de pertencer a
qualquer religião você tem que ‘ser’ e é só depois que ‘você é’ que você é
outra coisa. Assim, a verdadeira religião é que você esteja dotado com o
conhecimento ‘eu sou’ e isso é
comum a todos. Assim permanecer no ‘eu
sou’ é a sua verdadeira religião e, ao fazer isso você está dando a ele
a honra maior devido a isso. Os benefícios que você vai ter por esta permanência
no ‘eu sou’ são enormes - você
não vai passar por sofrimento ou morte. O que mais você quer?
94. Quem diz: ‘eu não era’ e ‘eu não vou ser’ como o presente
‘eu sou’? É o único que foi, é, e para sempre será.
Quando você refletir sobre a questão ‘O
que eu era antes de nascer?’, Você percebe que ‘eu não era’, ou que ‘eu não era
como eu sou no momento’. Então, como você acredita que ‘você é’ no momento,
você também percebe, vendo pessoas morrendo todos os dias que ‘eu não seria
como sou no momento’. Portanto, há três coisas: ‘eu não era’, ‘eu sou’ e ‘eu não vou ser’.
Quem sabe isso? É o Absoluto imutável, o Parabrahman, ou o verdadeiro Eu,
que era, é, e para sempre será. Mas a sua identificação nunca será como “Eu”, e
sim como o “Ser Puro”.
95. Quando você diz ‘Eu não estava antes da concepção’, você na
verdade não quer dizer que o presente ‘Eu sou’, mas o que distingue a ausência
do presente ‘eu sou’ estava lá.
Mais uma vez, quando você refletir sobre
a questão ‘Onde eu estava antes da concepção?’, Você imediatamente percebe que
‘você não estava lá’. O que você quer dizer é que você não estava lá como
atualmente está - isto é, que você não tinha formato, forma ou nome. Há ‘alguém’ que vê a ausência do presente
‘eu sou’ e que ‘alguém’ sempre existiu e continuará a estar lá, como que
‘alguém’ seja indestrutível: ele é o
Absoluto.
96. Agarrar o conhecimento ‘eu
sou’ em meditação a realização ocorrerá que ‘Eu', o Absoluto,
não é ‘guna’ (qualidade) ‘eu sou’.
Voê precisa jogar de lado tudo o que não acompanha
‘eu sou’, e reduzir o seu foco
para o sem palavras ‘eu sou’.
Para isso, você terá que aplicar a sua mente, voltar e tentar lembrar-se do
primeiro momento em que você veio a saber que ‘você é’. Esse primeiro, nascente, não-verbal ‘eu sou’ é o que tem que ser
agarrado durante a meditação. Morar lá e não deixá-lo escapar de suas
mãos. No processo, vai perceber que você como o Absoluto não é a qualidade ‘eu
sou’, que na verdade pertence ao corpo, com os seus cinco elementos, juntamente
com as três qualidades. As três qualidades que são
‘Sattva’ (conhecimento), ‘Rajas’ (atividade) e ‘Tamas’ (inércia), de que o ‘eu
sou’ é ‘Sattva’.
97. Não faça nada, mas fique com o conhecimento ‘eu sou’, o
‘moolmaya’ -, ou ilusão primária, e então ele irá liberar seu domínio sobre
você e se perder.
Uma vez que você tenha entendido o
conhecimento ‘eu sou’ não
precisa fazer mais nada, mas apenas permanecer nele. O ‘eu sou’ é a ilusão primária ou conceito e é também conhecido
como o ‘moolmaya’ (a raiz de Maya). No momento você está no aperto firme de
Maya (ilusão), venha para a raiz desta Maya, que é o ‘eu sou’. Permanecendo no ‘eu sou’, na verdade você estará, agora, segurando Maya pela raiz
ou seu pescoço! E o que vai acontecer agora? Maya percebe que sua própria
existência está em perigo e, portanto, libera seu domínio sobre você, foge e
desaparece.
98. Em meditação profunda, infundido apenas com o conhecimento ‘eu sou’, ele será intuitivamente
revelado a você a respeito de como este ‘eu
sou’ veio a ser.
Aqui mas uma vez é destacado a
importância da meditação para o ‘Sadhak’ (aspirante), e isso, também, não é
algo a ser feito casualmente, mas de uma maneira muito profunda. O que se quer dizer com profunda?
Meios profundos que você não sabe nada, exceto o sentido ‘eu sou’, assim meditar por um período prolongado, sem
interrupção de tempo o sucesso pode ou não vir cedo, mas ele vai vir. Se você
está completamente infundida com o conhecimento ‘eu sou’ com enorme sinceridade e seriedade. E o que será
revelado para você? O ‘eu sou’
em si vai contar sua história e você virá a saber como ele veio a ser. Ou,
paradoxalmente falando, como o ‘eu sou’
nunca chegou a ser ou nunca foi em primeiro lugar! É sempre o Absoluto que foi,
é, e será para sempre, o ‘eu sou’
é apenas uma ilusão que apareceu nele.
99. O conhecimento ‘eu
sou’ significa consciência, "Deus", Guru, mas o Absoluto não é nada disso.
O conhecimento ‘eu sou’ é apenas um dos muitos nomes que têm sido atribuído
a Ele, como a consciência,
Deus ou Ishwara e Guru. Por que tantos nomes? Porque o ‘eu sou’ é sem nome e todos estes nomes vêm pelo fato dele (o
conhecimento ‘eu sou’), intuitivamente ter revelado para diferentes candidatos que haviam
meditado profundamente sobre o ‘eu sou’ de formas diferentes.
Alguns viram isso como Deus, alguns o viram como Brahman, alguns o viram como
Guru e assim por diante. A revelação final é, naturalmente, que você está além
de tudo isso e é o Absoluto, o sem forma, o eterno e totalmente livre de todos
os atributos.
100. Você tem que entender que o ‘eu sou’ está antes mesmo do surgimento de quaisquer
palavras, pensamentos ou sentimentos.
A importância do conhecimento ‘eu sou’ como o primeiro ou
primordial princípio nunca deve ser esquecido. Para esta convicção crescer mais
forte, a reversão para aquele momento em que você veio pela primeira vez a
saber que ‘você é’ ou ‘eu sou’, é essencial. Quando você faz isso, a pureza do ‘eu sou’ torna-se muito claro para você. Você também pode ver
muito claramente que do jeito que aconteceu o ‘eu sou’ é a primeira e a última coisa que você trouxe para
este mundo e agora pode levá-lo para fora dele. Antes de mais nada - palavras,
pensamentos ou sentimentos - podem existir, devido ao ‘eu sou’ já estar lá.
101. O princípio interior ‘eu
sou’ é comum a todos e não tem atributos, e é o princípio de todo
funcionamento.
O conhecimento ‘eu sou’ que alvoreceu em você é de fato o princípio
interior, através do qual você funciona. O seu ‘ser’ é de grande importância
para qualquer outra coisa que seja ou venha ser. Antes da chegada desse
conhecimento ‘eu sou’ você
sabia alguma coisa? Ou durante o sono profundo, quando o ‘eu sou’ está mantido suspenso, você sabe alguma coisa? Este
princípio interior ‘eu sou’
não pertence a qualquer indivíduo em particular, mas é comum a todos e não tem
atributos.
102. Identifique-se com o mais elevado princípio em você que é o
conhecimento ‘eu sou’. Isso
vai elevar você ao status de ‘Brihaspati’ - o guru dos deuses.
Torne-se completamente um com o
conhecimento interior ‘eu sou’,
ele é o princípio mais elevado possível em você. Primeiro você deve ser capaz
de ver muito claramente que existe algo chamado de conhecimento ‘eu sou’ em você - ou seja, não é
só para identificá-lo, mas compreendê-lo em sua totalidade. Em seguida, vem a prática,
onde você começa permanecer no ‘eu sou’,
e isso, em sua fase aguda, resulta em se tornar um com o ‘eu sou’, apenas o ‘eu
sou’ não restando mais nada. Isso vai elevar você para o status mais
elevado possível, o que se chama de ‘Brihaspati’, ou seja, o maior guru, o guru
dos deuses.
103. Este saber ‘eu sou’,
que veio espontaneamente e que você sentiu de forma gradual, é o princípio do
filho da ignorância, o Estado ‘Balkrishna’.
O ‘eu
sou’, que apareceu espontaneamente em você, é chamado de o princípio do
filho da ignorância (isto é, não saber, do não conhecimento) ou estado
‘Balkrishna’. Isso acrescenta mais a sua compreensão do ‘eu sou’. De fato, quando o conhecimento ‘eu sou’ ocorreu-lhe era um estado
de completa ignorância. Você não sabia o que esse sentimento de ‘ser’ era e o
que fazer com ele. Você sabia que apenas dois estados, os do ‘eu
sou’ e ‘eu não sou’, que
se alternavam por conta própria.
104. Este ‘eu sou’
ou estado Balkrishna tem um grande potencial. Aqui ‘Bal’ significa os meios que
o corpo da criança se alimenta e ‘Krishna’ os meios do ‘não-conhecer’.
Podemos ir mais longe, explicando este
princípio da criança ignorante ou o estado Balkrishna, que é nada mais do que o
‘eu sou’, como tendo um grande
potencial. Por que isso? Porque é o conceito primário ou ilusão em que se
constrói tudo o mais sobre você e sua vida. E, não só você, mas esse ‘eu sou’ criou o universo ou
cosmos inteiro. Na sua ausência nenhum deles existe. ‘Bal’ os meios que o corpo
da criança se alimenta, o que implica também a força ou poder e ‘Krishna’ os
meios do ‘não conhecer’, o que implica não conhecer sua própria força. Este
Balkrishna é muito poderoso e seu potencial de criação é enorme, assim como a
pequena semente que é bastante inconscientes de seu potencial para a criação de
uma grande árvore de figueira. Isto quer dizer na fase da ignorância, do não
saber foi criado todo o universo, isto é, do saber humano.
105. Para acabar com o sentido corpo-mente ou identidade, observe
ou habite no ‘eu sou’. Mais tarde, o ‘eu sou’ irá fundir-se à
natureza última.
Quando o ‘eu sou’ alvoreceu em você, em seus estágios iniciais, não se
identificou com o corpo. Você vai ter que aplicar a sua mente, volte e tente
lembrar-se daquela fase em que apenas o puro ‘eu sou’ existia sem adjuntos.
E mais tarde e muito gradualmente que o ‘eu
sou’ começou a identificar-se inicialmente com o corpo, e a mente
também, juntamente com o tempo. Tudo isto ocorreu com você, mesmo não sabendo
disso, seus pais, professores, amigos, parentes e arredores contribuíram para o
processo e fortalecer o verbal ‘eu sou’
- resultando em um bem desenvolvido, chamado ‘personalidade’. Agora está sendo apontado a falácia dessa
identidade equivocada. Agora está sendo explicado esse conhecimento ‘eu sou’ a você e você deve permanecer
nele, para acabar com a sensação de corpo/mente ou a sua identidade presente. Chegará um momento quando o ‘eu sou’ irá
se fundir à sua verdadeira natureza final.
106. O tipo mais elevado de repouso é quando ‘eu sou’ e ‘eu não sou’
são ambos esquecidos. Esse estado é chamado de ‘Param Vishranti’, que também
significa repouso total, relaxamento completo ou quietude absoluta no
estado mais elevado.
A palavra ‘repouso’ deve ser entendida no
seu sentido mais elevado, onde você não tem repouso em um determinado período
de tempo, mas está eternamente em repouso. Este estado tem sido chamado como
‘Param Vishranti’, ou o grande repouso
final. Neste estado ambos o ‘eu sou’ e ‘eu não sou’ são esquecidos. Eles são, de fato, os
aspectos da consciência e você não é nenhum deles. O significado da expressão
‘Param Vishranti’ foi dado como o mais elevado tipo de repouso. (Em *Marathi,
‘param’ = mais elevado, ‘Vishranti’ = repouso. Para esclarecer ainda mais, a
palavra ‘Vishranti’ talvez dividindo em ‘vishra’ = esquecer ‘anti’= no final).
*Nota minha: O Marathi ou marata é uma língua da Índia, falada principalmente em Maharashtra, por aproximadamente 90 milhões de pessoas. Pertence ao grupo de línguas indo-arianas, subgrupo das línguas indo-iranianas. Wikipédia
107. Tendo adquirido e compreendido o conhecimento ‘eu sou’, permaneça lá em
isolamento e não vagueie ao redor de aqui e ali.
Ficando
estabilizado no conhecimento ‘eu sou’, mesmo depois de ter entendido isso, é
extremamente difícil. Sua identificação com o corpo é uma coisa que fica no
caminho e a outra é a mente, que, embora tenha entendido o ensinamento, não é
subconscientemente preparada para aceitá-lo. A mente continua
pedindo-lhe ‘Isto não pode ser ele, é muito simples’, ‘Tente isto’, ‘Tente
fazer isso’, ‘Deve ser muito complexo, procure mais’ e assim por diante. Assim,
o errante continua sem parar e você permanece onde está. O Guru percebe esta dificuldade e, portanto, aconselha-o a ficar em
reclusão - não da sociedade, mas dos pensamentos, apenas no sentido de ‘ser’ ou
‘eu sou’ e nunca vagando longe dele. Lembre-se que não refere o vagar
através do isolamento físico, talvez seja útil, mas é bastante secundária, mas
se refere o não vagando de pensamentos, quando você isolar o ‘eu sou’ do resto.
108. Depois de você estabilizar-se no ‘eu sou’, vai perceber que não é o estado eterno, mas ‘você’
é eterno e antigo.
Você deve ter observado que embora todos
os dias você vê as pessoas em torno de você morrerem, se sente que irá continuar
como está. No fundo, no subconscientemente, você acredita que as coisas vão
ficar como estão, nada vai mudar. Estranhamente, porém, em retrospecto, você
acha que as coisas mudaram drasticamente do que eram há vários anos atrás,
especialmente seus conceitos, ideias e maior parte de todas as prioridades. É
esse impulso subconsciente para a eternidade ou a imortalidade que arrasta-o
para a espiritualidade. De uma maneira que você não estava errado, exceto que
você acreditou equivocadamente que você, como um corpo, uma pessoa ou como o
‘eu sou isso e aquilo’ vão continuar. Seguindo
esses ensinamentos, quando você estabilizar-se no sem palavras ‘eu sou’,
vai perceber que não é eterno. Você se destaca do ‘eu sou’ como o verdadeiro Absoluto sem forma, que é a
testemunha do ‘eu sou’ que
apareceu nele. Este é seu verdadeiro ser, é eterno e antigo.
109. A sequência é ‘eu
sou’ a testemunha de toda a manifestação, que ocorre simultaneamente. O
‘eu sou’ removido, o que resta? Você é ‘isso’.
No momento que você acorda, você tem a
sensação de ‘eu sou uma testemunha do
mundo’, ocorre tão rapidamente que você não dá qualquer atenção à
pergunta ‘a quem ocorre o testemunho?’ Não foi a algo anterior ao ‘eu sou’? Na verdade, o ‘eu sou’ e espaço caminham juntos
e você instantaneamente vê o mundo, ou esta manifestação. Depois disso, sua
personalidade ligada ao seu dia-a-dia assume e instantaneamente o ‘eu sou’ também está perdido e
esquecido. À medida que você voltar
para o sem palavras ‘eu sou’ e permanecer nele por um período de tempo
razoável, um dia ele desaparecerá, então o que restar, você é ‘isso’.
110. O que é mencionado aqui é simples, quando o ‘eu sou’ surge, tudo aparece,
quando ‘eu sou’ desaparece
tudo desaparece.
As palavras do verdadeiro Mestre são
sempre simples, pois ele não é mais um indivíduo. Ele não espera nada de você,
exceto o desenvolvimento de uma firme convicção no ensinamento simples que ele
transmite. Na verdade, é através de sua graça, que ele entregou algo tão
profundo para você de uma maneira tão simples. Tudo foi centrado em torno do ‘eu sou’: o ‘eu sou’ aparecendo, tudo
parece, o ‘eu sou’ cedendo, tudo desaparece. Basta compreender o ‘eu sou’,
permanecer nele e ser livre dele e seu trabalho está feito.
111. Um questionamento - Você quer me dizer algo sobre a
manifestação pós-‘eu sou’,
enquanto eu estou dirigindo-o para o pré-‘eu
sou’ o Absoluto.
Basta ver como são claras as intenções do
Mestre, sua única preocupação é a de levá-lo para o Absoluto, que ele diz que é
anterior ao ‘eu sou’. O que
ele pode dizer sobre a manifestação do pós- ‘eu sou’? Desde que você não entenda o estado antes de seu
‘ser’, ou melhor, você nunca ter conhecido ou pensado sobre ele, você pede para
falar-lhe algo que já sabe. Você sabe muito sobre a manifestação do pós- ‘eu sou’, está confortável com
isso, portanto, você gostaria de ouvir alguma coisa nesse domínio e não apenas
fora dela. Agora deixe de lado tudo o que é manifestação pós-‘eu sou’e tente se concentrar no
que o Guru está dizendo, que é sobre o pré-‘eu
sou’ ou o Absoluto.
112. Eu não estou dizendo que é o real, porque as palavras negam
isso. Tudo o que eu estou dizendo que não é a verdade, porque ela veio do ‘eu sou’.
O maior honestidade do Mestre deve ser apreciada quando ele diz que o que está dizendo não é a verdade. Na verdade, torna a sua compreensão mais clara, e enfatiza a falta da total confiabilidade das palavras para perceber a verdade. Mas já que não temos outros meios de receber instruções do Guru, ele usa palavras e deixa claro que o real está além das palavras. No momento em que proferir uma palavra que vem do ‘eu sou’ é falsa, pois o ‘eu sou’ é falso.
113. Eu te levo à fonte do ‘eu
sou’ uma e outra vez, ao chegar e estabilizar-se lá você percebe que
não há ‘eu sou’!
A Mestre é incansável em seus esforços e
muito generoso, de fato. Todos aqueles que vêm a sua porta recebem o mesmo
tratamento ou seja, eles são levados para a fonte do ‘eu sou’ uma e outra vez. Ele não fala sobre qualquer outra
coisa, ele quer aproveitar ao máximo o tempo que lhe resta neste corpo físico e
difundir os seus ensinamentos a todos aqueles que venham. Ele está esperançoso
de que dos muitos que vêm, pelo menos alguns, ou talvez apenas um, possa
entender o que ele está dizendo, se estabilize no ‘eu sou’, realize sua irrealidade e seja livre dele.
114. Não há nenhuma explicação como essa semente, essa
consciência ou o conhecimento ‘eu sou’
surgiu. Mas uma vez que ele veio, ele mantém sussurrando através das ‘gunas’.
O surgimento do conhecimento ‘eu sou’
ocorre espontaneamente e não há explicação de como essa consciência semente
veio a ser. Assim como não há nenhuma explicação porque uma criança gosta de
brincar. Mas uma vez que o conhecimento ‘eu
sou’ surge, ele gosta de manter sussurrando através das ‘gunas’, as
três qualidades que, junto com os cinco elementos, compõem o corpo. A palavra
‘sussurrando’ tem sido usada porque em Marathi ‘gun-gun’ significa sussurrando.
Nota: As três qualidades que
são ‘Sattva’
(conhecimento), ‘Rajas’
(atividade) e ‘Tamas’
(inércia), de que o ‘eu sou’ é ‘Sattva’. Estas são os três gunas: Sattva, Rajas e Tamas – são considerados
como as qualidades fundamentais da natureza, ou Prakriti.
115. Você deve saber como este ‘eu sou’ surgiu, pois é a única coisa pela qual você pode
desvendar todo o mistério.
A chave para todo este mistério da vida
encontra-se em uma e apenas uma coisa e que é o conhecimento ‘eu sou’. O ‘eu sou’ deve ser entendido de forma muito clara, sem sombra
de dúvida em sua mente. Se necessário, percorre esse ensinamento novamente e
novamente. Uma vez tendo compreendido ele, você vai ter que morar ou residir nele, em sua maior pureza e, em seguida, sua relevância vai ficar exposta e
você vai saber sobre sua chegada e partida.
116. Em seu estado Absoluto, que é sem forma ou formato veio este
conhecimento ‘eu sou’, que
também está sem forma e formato.
Basta pensar sobre o que você era antes
da concepção. Você não estava lá simplesmente! Não era Nada! Então, onde está a
questão da forma ou formato no espaço infinito apenas? Você estava vivendo
alegremente, não havia preocupação, e então este conhecimento ‘eu sou’ chegou. Este conhecimento
‘eu sou’ herda as propriedades
de seu estado absoluto pelo fato de não ter nenhuma forma e formato, assim,
todo o conhecimento é sem forma, porque na sua origem está o ‘eu sou’.
117. Este conhecimento ‘eu
sou’ veio espontaneamente, ‘apareceu’ no seu estado absoluto, portanto,
é uma ilusão.
Você era ‘não existente’ e
espontaneamente ‘você é’, o ‘eu sou’
‘apareceu’ no seu estado absoluto. Havia alguma vontade de sua parte nele? Por
isso, é como o sonho que só ‘aparece’ não-volicional (sem vontade) quando você
cai no sono. O sonho ‘aparece’ para ser verdade em quanto dura como o sonho,
o ‘eu sou’, também é uma
ilusão, só é verdade enquanto ele durar. Com o desaparecimento do ‘eu sou’ você
estará em seu estado absoluto.
118. Esse conhecimento ‘eu
sou’, o ‘sattva’, não pode tolerar a si mesmo, por isso precisa dos
‘rajas’ (ação) e ‘tamas’ (alegando ser o fazedor) para o apoio.
Compreender o ‘eu sou’ é uma coisa e permanecer ‘nele’ é uma tarefa bastante desafiadora. Parece simples, mas
o ‘Sadhana’ (prática), exige determinação considerável e seriedade por parte do
buscador. Fica claro aqui que o ‘eu
sou’ em sua pureza é a qualidade ‘sattva’
(conhecimento), que não pode tolerar a si mesmo (não admira você escorregar!).
O ‘sattva’ exige constantemente a companhia das qualidades ‘rajas’ (ação) e
‘tamas’ (inércia) - alegando ser o fazedor. Mas esta é uma batalha contra a
corrente, lembre-se que você está indo para trás, assim segure o ‘eu sou’ e
persista.
Nota minha: O Sattiva = ‘eu sou’
ou conhecimento. “rajas” = Ação e Tamas = inércia.
119. A única ‘Sadhana’ (prática) é pensar: Eu não sou o corpo,
eu sou o sem forma, o conhecimento sem nome ‘eu sou’ que habita neste corpo.
Afirma-se muito claramente que há apenas
uma ‘Sadhana’ (prática) para realizar e que é para permanecer no conhecimento ‘eu sou’ que habita neste corpo.
Isso tem que ser feito tendo em mente três coisas: em primeiro lugar que eu não sou o corpo, em segundo lugar, que esse conhecimento
é sem forma e em terceiro lugar que
é sem nome ou sem palavras. Isso pode ser feito se você voltar para o
momento em que este sentimento ‘eu sou’
apareceu pela primeira vez em você. Durante o período inicial que se seguiu
após o seu aparecimento o ‘eu sou’
estava em seu estado mais puro e estes três critérios aplica-se a ele. Feito
isso, você não precisa fazer mais nada.
120. Quando você permanecer por um tempo suficientemente longo
no ‘eu sou’, o conhecimento ‘eu sou’ em si vai tornar tudo
claro para você. Nenhum conhecimento externo será necessário.
Para começar, o ‘eu sou’ deve ser completamente entendido e repercorrido de
volta ao seu estado puro quando você não estava ciente do corpo. Naquela época,
o ‘eu sou’ sem palavras era
sem forma e puramente uma sensação de que ‘você é’. Tendo agarrado o ‘eu sou’ que você tem agora, e
habitando nele por um tempo suficientemente longo, essa reversão e permanência
terá de ser feito repetidamente. No processo, o conhecimento ‘eu sou’ vai ajudar você e revelar
o seu segredo, e então nenhum conhecimento externo será necessária.
121. Convicção é a única técnica e a única iniciação do Mestre
é: “você não é o corpo, mas apenas o
‘eu sou’ sem palavras”.
Há muitas pessoas que leram muito e foram
de Guru para Guru para descobri que ‘iniciação’ e ‘técnica’ são comumente
transmitida de Guru aos seus discípulos. Esperando algo bastante semelhante,
eles são surpreendidos quando se deparam com um verdadeiro Guru, que diz que a convicção é a única técnica.
E o que é essa convicção? É que eu não
sou o corpo, mas apenas o conhecimento ‘eu sou’ sem palavras, que ele diz ser a
única iniciação. Isso é algo muito básico, simples e direta e a beleza
dele é que ele não se conforma com qualquer religião convencional.
122. Quando você vê claramente que é o ‘eu sou’ que nasce, você está fora dele como o não nascido.
A crença de que você nasceu e vai morrer
um dia está fortemente incorporado em você neste momento e, portanto, o medo sempre
prevalece. Seguindo esses ensinamentos você volta e chega ao conhecimento ‘eu sou’ e permanece lá por um
período de tempo suficiente. É durante este período de permanência no ‘eu sou’ vai chegar um momento em
que você vê muito claramente que é o ‘eu
sou’ que nasce. Quando você vê isso, aparece à parte como o não
nascido, algo que ocorre quase que imediatamente.
123. Uma vez que o ‘eu
sou’ vai, o que permanece é o original que é incondicionado, sem
atributos ou identidade. Isso é
chamado de ‘Parabrahman’, ou o Absoluto.
A partida do ‘eu sou’, marca o fim de todos os conceitos ou ‘a ilusão’.
Você não é mais um indivíduo condicionado, mas permanece como original – e o
Original não tem atributos ou identidade. Como poderia o sem forma, sem nome,
infinito ter quaisquer atributos ou identidade? É a própria base. Tudo o que
vemos com atributos ou identidade apareceram apenas sobre ele, que por sua vez
são baseados no conceito primordial fundamental ou ilusão ‘eu sou’. Uma vez que os únicos meios de comunicação que
temos são de palavras ou a linguagem, este infinito tem sido chamado de
‘Parabrahman’ ou o Absoluto.
124. A ausência de ‘eu
sou’ não é experimentado por ‘alguém’, ele tem de ser entendido de tal
maneira que o experimentador e a experiência são um.
Você está tão profundamente enraizado na
dualidade que sempre sente que deve haver ‘alguém’ que vai experimentar o nada,
o vazio, o espaço ou a ausência de ‘eu
sou’. É impossível para a mente conceber um estado de não-dualidade,
porque só pode funcionar em modo dual ou sujeito-objeto. Assim, obviamente, a mente tem que parar ou você tem que transcender
a mente, e para que isso aconteça você tem que ir para o ‘eu sou’, que é o
ponto de onde a mente começa. Quando você permanecer no ‘eu sou’, chega
um momento em que ele desaparece e, em seguida, o experimentador e a
experiência se fundem e o que resta é o seu verdadeiro estado natural, além das
palavras ou descrição.
125. O conhecimento ‘eu
sou’, que apareceu na infância, é uma fraude, uma vez que te fez
acreditar que a ilusão é verdadeira.
Veja como esse conhecimento ‘eu sou’ é um amigo e inimigo
também. Como um amigo pode lhe mostrar o caminho, mas, como um inimigo, ele te
enganou fazendo-o acreditar que você é um corpo. Ele enganou fazendo imaginar
que você é uma pessoa que nasceu neste mundo, e que um dia vai morrer. Esta
natureza Janus(1) - como do ‘eu sou’ deve ser entendido, é o
senhor dos portões com duas faces opostas.
Nota minha: (1) Janus era segundo os romanos
o deus dos portões e portas. Ele era representado por uma figura com duas faces
olhando em direções opostas (saída e a entrada/Passado e Futuro etc).
126. Este conhecimento ‘eu
sou’ alvoreceu em você, depois o testemunhar começou. Esse ‘Um’ que testemunha é separado do
que é testemunhado.
Este conhecimento ‘eu sou’ chegou sem ser chamado, ele apareceu ou ocorreu sem você
pedir por ele. Ele veio muito espontaneamente e rapidamente, e antes mesmo que
você pudesse fazer qualquer coisa, o testemunho do espaço começou. O ‘eu sou’ e o espaço vieram juntos,
você ‘viu’ e sentiu o corpo e começou a identificar o ‘eu sou’ com ele. No
processo de voltar você pondera sobre a questão ‘quem está testemunhando?’ Ou
“Por que é que este ‘eu sou’ apareceu?” Então você percebe que o ‘Um’
que testemunha tem que estar à parte do que é testemunhado, e que este ‘Um’
sempre esteve lá.
127. A meditação é esse conhecimento ‘eu sou’, essa consciência meditando sobre si mesmo e se
desdobrando seu próprio significado.
Quando
falamos de meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’, o que está sendo feito?
É o conhecimento ‘eu sou’ que
está meditando sobre si mesmo. Você não deve meditar sobre o ‘eu sou’ como ‘eu sou isso e
aquilo’, ou pessoa, e tal. Deve dissociar
o ‘eu sou’ de tudo o mais, descer ao seu nível mais puro e deixar que o sem
palavras ‘eu sou’ medite sobre si mesmo. Quando isso é feito por um tempo
suficientemente longo, ele vai desdobrar seu próprio significado.
128. Quando você medita sobre o conhecimento ‘eu sou’, que é o princípio do
conhecimento, como pode haver alguma dúvida?
Você
tem ou algumas vezes tem alguma pergunta, ou alguma dúvida no fundo de sua
mente quando entra em qualquer atividade? Exatamente o mesmo acontece quando
você entra no campo da espiritualidade e começa a meditação. A grande
questão que geralmente permanece no fundo é ‘Isso tudo vai dar certo ou eu
estou desperdiçando meu tempo?’ Mas o que acontece quando você medita sobre o
conhecimento ‘eu sou’ como
prescrito? Como pode haver qualquer pergunta agora? Se você tiver entendido
corretamente o ‘eu sou’, vai
ver que é o início do conhecimento, o ‘eu
sou’ em sua maior pureza. Como parte da prática que você tem que
permanecer no ‘eu sou’ e não
se mover dele. Se surge uma pergunta, você pode ter certeza que vacilou ou já
não está permanecendo no ‘eu sou’.
Na verdade, este é um meio muito útil para avaliar o seu progresso na prática:
o objetivo é chegar a uma fase em que as questões não surja mais.
129. Use o nome, forma e imagem apenas para atividades mundanas,
caso contrário, apenas agarre o conhecimento ‘eu sou’ sem consciência corporal - além do nome, forma ou
imagem.
Embora você talvez permaneça no ‘eu sou’, fisicamente você ainda
está alojada no corpo, algo que você não pode fazer com distância. Você tem um nome,
forma e imagem que lhe foi atribuído pelo mundo. Bem, já que o próprio mundo
deu-lhe tudo isso, assim você pode usá-los para todas as atividades mundanas.
Tenha em mente sempre, em todos os momentos e sem hesitação que você não é
nenhum deles, pois eles só estão disponíveis para você. As atividades podem
continuar, mas você deve manter segurando o conhecimento ‘eu sou’ sem a consciência corporal.
130. Não existem técnicas, exceto a técnica que ‘eu sou’ - ou seja, a firme
convicção de que ‘eu sou’ significa
apenas ‘eu sou’.
Mais uma vez, enfatizamos a técnica e
ensino, ou iniciação, como mencionado anteriormente. A única técnica prescrito é permanecer no ‘eu sou’ e desenvolver a
firme convicção de que ‘eu sou’. O que essa convicção quer dizer? Isso
significa que quando você permanecer no ‘eu
sou’, é apenas o ‘eu sou’
e nada mais - o ‘eu sou’ em sua pureza.
Você deve estar completamente infundido com o conhecimento ‘eu sou’, em todos os lugares e em
todos os momentos. Então, e somente então você terá uma chance de transcender
isso.
131. Esta convicção pode ser reforçada através da meditação e
meditação significa que quando o conhecimento ‘eu sou’ permanece neste conhecimento.
Como a convicção de que ‘eu sou o corpo’ ou ‘eu sou isto e aquilo’ veio?
Foi porque você foi lembrado delas repetidas vezes pelas pessoas ao seu redor.
Esta é a convenção, a tradição, parte do condicionamento, e você acredita que
‘Eu nasci como um corpo neste mundo’. O que o Mestre está dizendo é bastante
contraditório com a convicção que você tem desenvolvido através de seu
condicionamento. Quando o
condicionamento começou você estava cru e essas crenças enraizaram
profundamente em você, por isso, a fim de afastá-las é necessária a meditação.
E o que é a meditação? É permanecer
no conhecimento ‘eu sou’ quando
ele for compreendido, permaneça em si mesmo e não se mova de lá.
132. O maior milagre é que você recebeu a notícia ‘eu sou’. É auto evidente. Antes
de saber que ‘você é’ qual conhecimento você tinha?
Lembre-se do momento em que você veio
pela primeira vez a saber que ‘você é’ ou ‘eu
sou’. Quase instantaneamente o espaço também veio junto com ele e
rapidamente você teve a sensação de ‘eu sou neste mundo’. Basta observar o
poder desta notícia ‘eu sou’ que
você tem, não é um milagre que ele criou o mundo, o que você acha que está
vivendo? Antes da chegada do ‘eu sou’
você sabia alguma coisa? Ou melhor, antes que a notícia ‘eu sou’ viesse, você precisou saber alguma coisa? O
conhecimento não era necessário porque você era, e mesmo agora, você é o
conhecimento em si!
133. Meditação significa ter um objetivo ou agarra-se a algo.
Você é alguma coisa. Basta ser o ‘eu
sou’.
Meditação significa ponderar ou ter sua
atenção voltada para algum objeto, imagem ou ‘mantra’. Você pode fazer isso até
que você tenha realizado seu desaparecimento na meditação, ou você pode dizer
que o ‘sujeito’ e o ‘objeto’ se fundem em uma unidade. Quando você ‘apenas ser’
ou só está no conhecimento ‘eu sou’,
você é tanto o sujeito e o objeto da meditação. É o “estar meditando sobre o
‘ser’” e, como resultado ambos são anulados e o que permanece em última
análise, é o Absoluto.
134. Não é com a identificação do corpo que você deve sentar-se
para a meditação. É o conhecimento ‘eu
sou’ que está meditando sobre si mesmo.
A
verdadeira meditação só começa quando inicialmente, usando a sua discriminação,
você corta tudo o que não seja o ‘eu sou’ - que inclui a identificação
do corpo-mente, que é o maior obstáculo. Você
não deve ter a sensação de ‘eu sou isso e aquilo meditando’ ou ‘eu estou
sentado neste lugar particular, nesta postura, meditando ...’ todas essas
externalidades deve ir. Deve ser apenas o conhecimento ‘eu sou’ que deve estar meditando
sobre si mesmo. É apenas quando a pureza do ‘eu sou’ é mantida em meditação que há uma chance de que ele
vá desaparecer.
135. Quando este ‘eu
sou’ ou presença consciente funde em si mesmo e desaparece, o estado de
‘Samadhi’ acontece.
Você deve estar completamente engolido
pelo ‘eu sou’ ou a sua
presença consciente. Em todos os sentidos, em todas as direções, em todos os
momentos o conhecimento ‘eu sou’
deve ser infundido em você. Quando fizer isso com sinceridade e uma tremenda
intensidade, o ‘eu sou’ se funde em si mesmo e desaparece, quando isso
acontece, então o estado de ‘Samadhi’ surgi.
Nota minha: samādhi; samyag,
"correto" + ādhi, "contemplação") pode ser traduzido por
"meditação completa". No ioga é a última etapa do sistema, quando se
atingem a suspensão e compreensão da existência e a comunhão com o universo. No
budismo é usado como sinônimo de "concentração" ou "quietude da
mente".
136. No ventre o conhecimento ‘eu sou’ está dormente. É o
princípio de nascimento que contém tudo.
O conhecimento
‘eu sou’ é um fenômeno assertivo que é muito forte e predominante em toda a
natureza. O ‘eu’ está lá no óvulo liberado do óvulo feminino e também em todos
os espermatozoides do macho que corre rapidamente em direção ao óvulo no útero.
Quando os espermatozoides pairam em torno do óvulo eles estão desesperados para
penetrá-lo e completar o processo de concepção de um outro ‘ser’. Finalmente um
deles consegue entrar, a fertilização ocorre e um novo ‘ser’ é concebido. Daí
em diante, é um processo de multiplicação e diferenciação formando o embrião
seguindo-se o feto no útero. Cada célula do feto carrega o ‘ser’ que está adormecido
no útero - e é o ‘Eu’ que nasce. O ‘Eu’ contém tudo e afirma-se fortemente ao
longo da vida do corpo que nasce. Após a autoconsciência segue, como “eu sou” o
percurso acreditando-se equivocadamente ser o corpo! Todavia a semente do ‘eu sou’ está
adormecida no “Eu”.
Nota: O que Cristo, em suas Cartas, chamou de “eu”? O “eu” é o que
compõem a nossa individualidade. Ele é criado para que o ser humano, enquanto
aqui estiver, possa se comunicar entre si e com o mundo físico. O seu papel é
estritamente terreno. O “eu” carrega desde a concepção a semente adormecida do
eu sou. O ‘eu
sou, quando somos iluminados, desaparece e fica somente o “eu” que é unificado com a Consciência Divina. Na
iluminação o “eu” fica inteiramente no controle da alma. Na morte o “eu’
desaparece. Cristo menciona, também, que no momento da fecundação, no momento
do orgasmo, é injetado no “eu” a centelha divina emanada da Consciência Divina.
Essa centelha divina é o mesmo “Ser” puro mencionado aqui, ou a alma. Nessa
interpretação a conclusão fica assim: antes da primeira encarnação todos nós
éramos Seres Puros, na encarnação esse Ser puro foi incorporado simultaneamente
no “eu”. Nesse caso, o “Ser” puro não foi transformado no “eu”, mas na alma,
que está unificada no “eu”. O “eu” não é eterno e sim a alma. A Alma é chamada
também de “Eu Sou”. O nosso Verdadeiro Ser, é a alma. No período da concepção
aos três ou quatro anos de idade não está consciente do que é. Só a partir do ‘eu
sou’.
137. O princípio de nascimento é ‘Turiya’ (o quarto estado), que
significa ‘onde a consciência é’.
A observação cuidadosa de todo o processo
de reprodução, seja sexual ou outros tipos prevalentes na natureza, tem
mostrado que é um auto fenômeno fortemente assertivo. Todas as espécies que
vivem quer propagar e perpetuar, e o auto assertivo ‘eu sou’ é o princípio de nascimento que é parte integrante
de todo o processo. Desde o princípio do parto foi difícil de definir ou
classificar, era simplesmente chamado ‘Turiya’ pelos pensadores antigos. A
palavra ‘Turiya’ significa ‘quarto’, ou seja, o quarto estado de consciência
que se encontra na própria base dos outros três, que são: vigília, sonho
e sono profundo. Significa,
também, ‘onde a consciência é’.
138. A experiência que ‘eu
sou’ ou você existe é ‘Turiya’. Aquele que sabe ‘Turiya’ é ‘Turiyatita’
(além do quarto estado), que é o meu estado.
O ‘Turiya’ é absolutamente fundamental
para o seu ser e normalmente você não está ciente deste estado, devido ao seu
movimento rotacional através dos outros três estados que você está bem ciente.
O ‘Turiya’ é o ‘eu sou’ em sua
forma pura e sem palavras, aquele que o compreende e o transcende é chamado de
‘Turiyatita’ (aquele além do quarto estado), que é o estado do Guru.
139. ‘Turiya’ ou ‘eu
sou’ está dentro da consciência, que é o produto de cinco elementos.
Seja além do ‘Turiya’, o Guru sabe muito
bem e diz que o ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’
é o princípio de nascimento e está dentro da consciência. E, o que é essa
consciência ou o ‘eu sou’? É
um produto dos cinco elementos que compõem o corpo. É a própria essência dos
cinco elementos e as três qualidades e mantém ‘cantarolando’ em toda a sua
vida.
140. A fim de se estabilizar no ‘eu sou’ ou ‘Turiya’ você deve compreender este princípio do
nascimento.
O Guru, mais uma vez destaca a
importância de se compreender o ‘Turiya’ ou o ‘‘eu sou’’, a fim de se estabilizar na mesma. Para isso, você terá que ir várias vezes
de volta para aquele momento em que o ‘eu sou’ apareceu pela primeira vez em
você. O ‘Turiya’, que
permaneceu dormente desde o dia de sua concepção, de repente ou espontaneamente
apareceu e você veio a saber que ‘você é’. Este estado sem palavras de ‘Turiya’ prevaleceu durante algum tempo
no qual você só sabia que ‘eu
sou’ e ‘eu não sou’.
Aos poucos, com o processo de seu
condicionamento, o ‘eu sou’ logo identificou-se com o corpo e você se tornou um
indivíduo (Sr. ou Sra. ‘fulano de tal’) que vive no mundo.
141. ‘Turiya’ ou ‘eu
sou’ é sempre descrito como o estado de testemunhar que vê através da
vigília, sonho e sono profundo. E ‘Turiyatita’ é ainda mais além.
Comentando ainda mais sobre o ‘Turiya’, Este
ensinamento descreve-o como a ‘testemunha’ ou o estado de testemunhar que está
por trás da vigília, sonho e sono profundo, que faz todo o testemunho através
destes três estados. Meditação profunda e seriedade, conforme prescrito pelo
Guru é necessária a fim de se estabilizar no ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’, e só então você tem uma
chance de transcender o ‘eu sou’
e tornar-se um ‘Turiyatita’, aquele além do ‘Turiya’ ou o ‘eu sou’.
Nota minha: Turiya é uma palavra que significa o quarto, referindo-se ao
conceito indiano de um quarto estado de consciência, diferente dos três comuns:
o estado desperto, o de sonhos e o de sono profundo sem sonhos. Wikipédia
142. Na ausência do conceito básico ‘eu sou’, não há pensamento, consciência, e consciência de
sua existência.
Compreender a importância do conceito
básico ‘eu sou’ e ficar
constantemente pensando nele. Quanto mais você insistir nisso, mais você
percebe que ‘sim, é isso’. Neste ‘eu
sou’ repousa tudo: todos os pensamentos que prevalecem, todas as ações que você
executa, a própria consciência do seu ser, a sua existência. O ‘eu sou’ indo,
tudo isso vai, como no estado de sono profundo ou esse período antes do ‘eu
sou’ surgir.
143. Junto com o corpo e o princípio interno ‘eu sou’ está tudo. Antes disso, o
que estava lá?
O princípio interior ‘eu sou’ é absolutamente essencial
para tudo vir à tona. O corpo pode estar lá, mas a menos que o princípio ‘eu sou’ surja nada pode ser
conhecido. Uma vez que você tenha
entendido a importância do conhecimento ‘eu sou’, todos os seus esforços devem
ser direcionados para investigá-lo. A primeira pergunta que você deve
fazer é: como é que este ‘eu sou’ veio a ser? Antes disso, o que estava lá?
144. Agarre o ‘eu sou’,
que é o seu único capital, medite sobre ele, e deixe que se desdobre todo o
conhecimento que tem de vir.
Você perambulou muito e aqui pela
primeira vez foi dito algo tão simples. O Mestre está tentando fazer você
entender o ‘eu sou’ em todos
os sentidos que ele pode. Ele chama este conhecimento ‘eu sou’ o única capital que você tem. E lembre-se, quando
ele diz, ele está certo, você realmente não tem que fazer mais nada depois de todo o perambular
que tem feito sem resultado. Faça o que ele diz e agora medite sobre este
conhecimento ‘eu sou’, o Mestre
diz por experiência própria que este conhecimento em si vai se desdobrar no que
você quer saber.
145. Você deve identificar-se apenas com este conhecimento
interior ‘eu sou’. Isso é
tudo.
Corte
suas ligações com tudo o que é acrescentando sobre o ‘eu sou’ e que destruiu a
sua pureza. Depois de fazer isso com uma precisão cirúrgica, só fique
lá e se identifique com este conhecimento interior do puro ‘eu sou’. Este conhecimento é o
único legado pra você ter compreensão e permanência, é tudo o que você tem que
fazer. Se fizer isso com sinceridade, um momento virá quando você irá além do ‘eu sou’ em seu estado natural.
146. Sente-se em meditação através da identificação com o ‘eu sou’, permaneça apenas no ‘eu sou’, não apenas nas palavras ‘eu
sou’.
Tendo
compreendido o conhecimento ‘eu sou’, somente habite ou permaneça no ‘eu sou’,
sem palavras. A fim de fazer isso, você
terá que voltar para aquele período que se seguiu após o surgimento do ‘eu
sou’, ou quando você só veio a saber que ‘você é ‘. Naquela época, você não
tinha conhecimento de palavras ou linguagem e vivia em um estado não-verbal; esse
estado tem de ser agarrado e permanecer nele. Esse período era desprovida de
quaisquer conceitos, que vieram mais tarde, como parte do seu condicionamento.
147. Esqueça tudo sobre disciplinas físicas neste contexto, e
apenas seja um com esse conhecimento ‘eu
sou’.
Um grande número de disciplinas físicas
tem sido receitados por muitos e, no final, você tem que selecionar o que achar
adequado. Mas aqui o Mestre diz-nos para esquecer todas as disciplinas físicas,
ele está dizendo algo que é completamente diferente. O Mestre quer nos fazer
entender o nosso sentido de ‘ser’ em sua maior pureza e, em seguida, apenas seja um com ele. Compreender o conhecimento ‘eu
sou’ é importante e por isso tem que permanecer nele, juntos eles
formam o ‘Sadhana’ (prática).
148. Você não precisa fazer nenhum esforço especial para saber
que ‘você é’? O ‘eu sou’ sem
palavras em si é como se fosse Deus.
Se você entendeu o conhecimento ‘eu sou’, onde está a questão de
fazer qualquer coisa? Não admira que o Mestre exclui todas as disciplinas
físicas. Veja a beleza da coisa, para saber que ‘você é’ ou ‘eu sou’ você precisa fazer um
esforço especial? É algo tão entranhado em você e que você nem nota. O Mestre agora
diz-lhe para chamar a sua atenção ou concentrar-se neste sentido ou sentimento
de ‘ser’ ou ‘eu sou’ e depois
ver o que acontece. Este conhecimento interior ‘eu sou’, sem palavras, é o Deus em você.
Nota minha: Por que esse sentimento “eu
sou” é como se fosse Deus ou é Deus em você? É porque antes do condicionamento
esse sentimento era puro e era um com ele. Era o mesmo sentimento. Ele ainda
está em nós, mas está camuflado até a iluminação.
149. Você deve cumprir o voto que eu não sou o corpo, mas
somente o princípio interior ‘eu sou’.
A fim de entender o verdadeiro
significado de tudo o que foi dito até agora, você deve ter a certeza de que "eu
não sou o corpo", mas somente o conhecimento ‘eu sou’. Para ter essa certeza, você tem que meditar sobre o
conhecimento ‘eu sou’ por um
período razoável de tempo. Acabar com a consciência do corpo e ficar
completamente engolida pelo conhecimento ‘eu
sou’, é a primeira e a última coisa a ser feita, a única promessa a ser
cumprida. Você pode dizer que é a prática de estar no ‘Turiya’ ou o quarto
estado em todos os momentos.
150. Depois de se tornar o ‘eu
sou’ ele vai revelar todo o conhecimento e você não precisará ir a
qualquer um para guiá-lo.
Toda
a abordagem do Mestre para qualquer um que vem a ele é: em primeiro lugar, para fazê-lo entender o que é o ‘eu sou’, e em segundo lugar, dizer-lhe para
permanecer no ‘eu sou’, até que ele se torne o ‘Absoluto’. Isso é tudo o
que ele faz. O trabalho do Mestre é feito, o resto é com o candidato, o seu
total sucesso, dependendo de como ele tenha entendido corretamente o ‘eu sou’ e se ele está fazendo
qualquer tipo de ‘Sadhana’ (prática) ou não. O Guru, é claro, não deixa pedra
sobre pedra em transmitir o ensinamento, desde que ele encontre um candidato
honesto e sincero diante dele.
Nota minha: Ficar no “eu sou” até se tornar o 'Absoluto'
151. O conceito primário ‘eu
sou’ aparece de forma espontânea e é a fonte de todos os conceitos,
então tudo é entretenimento mental.
A primeira vez que você veio a saber que
‘você é’ ou ‘eu sou’, como
isso aconteceu? Você desempenhou qualquer papel em trazer esse sentimento? Não,
ele veio espontaneamente, por conta própria. Em sua fase inicial o ‘eu sou’ era puro sem nada ligado
a ele, era não-verbal. Gradualmente, à medida que você cresceu, o puro
não-verbal ‘eu sou’ vestiu o
disfarce de um verbal ‘eu sou’
com o ‘fulano de tal’ ligado a ele e muitos, muitos mais anexos seguido. Assim
você pode ver que o conceito principal era o ‘eu sou’, todos os outros conceitos seguiram deste primário. Agora,
depois de entender e seguir os ensinamentos do Guru você percebeu que o ‘eu sou’ é falso! A raiz é
cortada! Daí em diante, tudo o que se seguiu a ele não pode ser outra coisa
senão entretenimento mental.
152. Esta memória ‘eu
sou’ não é nem verdadeiro nem falso, é sem esses dois atributos. Que a
memória do ‘estado de ser’ apenas parece existir.
O
que é isso em que a continuidade é mantida em sua vida? Pela memória ‘eu sou’
ou ‘estado de ser’, juntamente com ‘eu sou fulano de tal vivendo neste mundo’ e
‘sendo isto e aquilo tenho essas funções a desempenhar’. Basta ver o
truque que tem sido desempenhado pelo ‘eu
sou’ e não é nem verdadeiro nem falso, mas sem esses atributos. Isto
pode ser dito sobre o ‘eu sou’
assim como ser dito sobre um sonho: o fato de sua ocorrência não poder ser
negado, mas seu conteúdo é falso! O ‘eu
sou’ é uma aparição em seu verdadeiro Ser e sempre somente aparentará
existir, ele nunca pode entrar no reino da realidade.
153. O ‘eu sou’
em si é o mundo, deve-se ir à fonte e descobrir como ele apareceu e quando.
Conforme a sua compreensão do
conhecimento ‘eu sou’ torna-se
clara, você percebe que tudo repousa sobre o ‘eu sou’. Ele é a própria base do mundo que você vê ao seu
redor. Antes da chegada do conhecimento ‘eu
sou’ ou durante o sono profundo você nunca soube ou sabe sobre a
existência de qualquer mundo. O ‘eu
sou’ está no começo, então você tem que voltar a ele e não apenas
voltar, mas gastar uma quantidade considerável de tempo lá, só então você virá
a saber como ele veio a ser.
154. A convicção de que o ‘eu
sou’ e o mundo nunca existiram só pode acontecer no ‘Parabrahman’ (O
Absoluto).
Conforme você permanece no ‘eu sou’ depois que compreendê-lo
totalmente ou sinceramente fazendo a ‘Sadhana’, conforme prescrito pelo Guru,
chega um momento em que você transcende o ‘eu
sou’. Neste acontecendo ambos os ‘eu
sou’ e o mundo desaparecem e você entrar no Absoluto ou estado
‘Parabrahman’. Só nesse estado, você terá a convicção de que o ‘eu sou’ e o mundo nunca
existiram. O Guru está nesse estado, ele foi além do ‘eu sou’ e este mundo, ele está apenas usando o ‘eu sou’ ou seu ‘Ser’ para se
comunicar com qualquer um que vem até ele.
155. Estabilizar-se no ‘eu
sou’, o que não tem nome e forma, é a própria libertação.
Conforme
você volta para o ‘eu sou’ em sua forma mais pura, ou seja, como era no seu
estado nascente, e se estabilizar lá, você fica sem nome e forma. A
nascente ‘eu sou’ é comum a
todos, não pertence a ninguém e não tem nome ou forma. Você esteve neste estado
nos primeiros estágios de sua vida quando você permanecia somente no ‘eu sou’ e não sabia mais nada.
Aplique sua mente e tente lembrá-lo e, em seguida, tente vivê-lo.
156. O conhecimento ‘eu
sou’ que é anterior ao pensamento - é coberto por um corpo humano, que
é um corpo de comida com o sopro vital e conhecimento do Ser (Prana e Jnana).
O
precoce ‘eu sou’ era desprovida de nome e forma, livre de palavras, não-verbal.
Aos poucos, começa os processos de condicionamento, o não-verbal ‘eu sou’ se
torna o verbal ‘eu sou’. Você aprende palavras e linguagem que se acumulam no
puro não-verbal ‘eu sou’. Através de seus sentidos você percebe o
corpo, que requer alimentos e respiração vital para seu sustento. O ‘eu sou’ se identifica com o corpo
e você diz ‘eu sou isto e aquilo’. Apesar
de todas essas coberturas, o conhecimento da morada do ‘Ser’ ou o puro ‘eu sou’
está sempre lá. É apenas uma questão de colocar de lado tudo,
descobrindo-o e ficando estabilizado nele - que é a ‘Sadhana’ que está sendo
prescrita.
Nota minha: Prana,
Prāna é, segundo os Upanishad,
antigas escrituras indianas, a energia vital universal que permeia o cosmo,
absorvida pelos seres vivos através do ar que respiram. Wikipédia
Jnana, Jnana um
termo para "conhecimento" na religião e filosofia hindu e na
filosofia budista. A ideia de jnana centra em um evento cognitivo que é
reconhecido quando experimentado. É do conhecimento inseparável da experiência
total da realidade, especialmente uma realidade total ou divina. Wikipédia
157. Depois de alcançar o estado de ‘eu sou’ e tendo consciência de que só você vai transcender
todas as tendências (‘Vasanas’).
‘Vasanas’,
tendências ou desejos exerce uma atração muito forte e atua como obstáculos
muito potentes na ‘Sadhana’. Os desejos óbvios são fáceis de identificar, mas
os sutis entram pela porta de trás ou estão sempre teimosamente lá no fundo.
O desejo ‘ser’ é a própria raiz e muitas vezes perdida, que desenvolveu-se
gradualmente ao longo dos anos com o verbal ‘eu sou’ com o ‘eu sou isto e aquilo’. Mas, se você lembrar e estiver atento o suficiente, ficará claro
que, quando o puro não-verbal ‘eu sou’ ou sensação de ‘presença’ chegou, não
havia vestígios de desejo
nele, apesar de ter sido dormente. Este puro ‘eu sou’ quando o desejo não era
expresso é atualmente o seu objetivo. Conforme você permanecer nele com
plena compreensão um estágio virá quando você estará apenas ciente do ‘eu sou’. É somente quando chegar
a esta fase que você terá transcendido todos os desejos
e eles não vão incomodá-lo mais.
Nota minha: Vasaná, vasana ou desejo, é uma tendência comportamental ou impressão cármica que influencia o
comportamento atual de uma pessoa. É um termo técnico na filosofia indiana,
particularmente no ioga, bem como na filosofia budista e no Advaita
Vedanta. Wikipédia.
158. Seja um com o Ser, o ‘eu
sou’. Se necessário descartar
as palavras ‘eu sou’, mesmo sem elas você sabe que ‘você é’.
Você tem que identificar-se totalmente
com o conhecimento interior ‘eu sou’
em você. Esse conhecimento ‘eu sou’,
ou sensação de ‘presença’ raiou espontaneamente em você, que veio sem a
sua solicitação ou desejo de que fosse assim. Quando ele veio era sem palavras,
apenas um sentimento de ‘ser’, e enquanto isso prevaleceu, palavras não eram
necessárias e a vida continuava. Foi só quando o seu condicionamento começou que
as palavras e linguagem se intrometeram e logo assumiram. Esta aquisição foi
tão completa que não se pode conceber a vida sem palavras, que agora existem
como conceitos. Assim, a fim de fazer
a sua meditação eficaz, você está convidado a descartar as palavras ‘eu sou’,
porque mesmo sem elas ‘você é’.
159. O ‘eu sou’ é a consciência antes do pensamentos, ele não
pode ser colocado em palavras, você tem que ‘ser apenas’.
Quando o conhecimento ‘eu sou’ raiou em você, não
conhecia palavras ou linguagem. Era uma consciência sem ou antes do
pensamentos. Quando estamos usando palavras de comunicação, deve ser evidente
que elas não podem ser utilizados para descrever o estado sem palavras! Ela
pode ser insinuado ou podem ser apontadas, mas a sua verdadeira compreensão só
virá por ser ele, então acaba com
palavras e ‘seja apenas’, e depois veja o que acontece.
160. O ‘Eu’,
em você veio do ‘Eu’ em
seus pais, só então poderiam ser chamados de pais!
O fato de que o ‘Eu’ veio do ‘Eu’ em seus pais ou que seus pais criaram você é o habitual, o
entendimento convencional. Mas só de pensar o contrário, seus pais poderiam ser
chamados ‘pais’ somente após a sua chegada do conhecimento do ‘eu sou’, não antes disso! Antes
eles eram apenas um casal, os futuros pais, mas não os pais, até a sua chegada.
Olhando para ele dessa maneira, de certa forma, criou os ‘pais’. Então, quem
criou quem? No entanto, falamos de tudo isto ser a realidade! É isso?
161. O Absoluto não sabe que ‘É’. Somente quando o conhecimento
‘eu sou’ apareceu
espontaneamente que ele sabe que ‘É’.
Não há dúvida de que haja qualquer
experiência no Absoluto ou ‘Parabrahman’. Todas as experiências demandam a
necessidade da dualidade na forma de o experimentador (sujeito) e o
experimentado (objeto). O Absoluto é um estado não-dual, de modo que vai
experimentar o quê? Além disso, o Absoluto, não requer qualquer experiência ou
a necessidade de saber que ‘é’. Pelo aparecimento espontâneo do conhecimento ‘eu sou’ ele veio a saber que ‘é’,
mas ele não requer o ‘eu sou’
em nada, pois é completo em si mesmo, desprovido de quaisquer necessidades.
162. Torne-se iniciado na compreensão do que estou expondo a
você, estou falando sobre a semente de ‘Brahman’ ou ‘eu sou’ que está plantando em você.
Quando o Guru é enfrentado por um
buscador sincero, ele fica muito interessada em transmitir seu conhecimento a
ele, e isso por si só é a iniciação. Seu ensinamento é muito simples. Ele
desperta você para o há muito tempo perdido ‘eu sou’ ou ‘Brahman’, ele chama de o plantio da ‘semente
Brahman’ em você. É como ver ou descobrir algo desejável - você quer dele
desesperadamente e as sementes de sua aquisição são semeadas. Porque uma vez
que a ‘semente Brahman’ semeia-se em você, condições adequadas prevalecem, você
irá fazer qualquer coisa para trazê-la à fruição.
163. Isso, ‘Brahman’ ou ‘eu sou’ é o estado que sozinho abraça tudo
e é toda manifestação. Você tem que
esquecer tudo e fundir-se com ‘Brahman’.
Tudo
o que você vê ou sente tem o ‘eu sou’ como sua base, o ‘eu sou’ e ‘Brahman’ são
os mesmos. Tudo é a criação do ‘eu
sou’ ou estado ‘Brahman’, isto também pode ser dito a partir de sua
própria experiência. Antes da chegada do ‘eu
sou’, ou no estado de sono profundo, você sabia de sua existência ou do
mundo e do resto? Foi apenas com o nascer do ‘eu sou’ que o espaço, que engole tudo, veio. Como parte da
‘Sadhana’ (prática) você tem que esquecer tudo - ou seja, todas as externalidades
e tornar-se um com o ‘Brahman’.
164. Tudo o que é criado é criado pelo conhecimento ‘eu sou’, não há outro caminho,
somente esta convicção. Isto é ele! O nome e corpo surgem do ‘eu sou’.
Primeiro você tem que desenvolver a
compreensão de que o conhecimento ‘eu
sou’ é o criador de tudo. Isto inclui o seu nome e forma, ambos são
produtos do ‘eu sou’. Você
deve desenvolver a compreensão profunda de que, sim, isto é ele - o ‘eu sou’ é o princípio e o fim de tudo.
Então, quando você tiver o entendimento, tem que permanecer no ‘eu sou’ ou
constantemente meditar nele. Esta permanência é feita para tornar a sua
compreensão uma certeza ou convicção que é inatacável. Esta é a única maneira
de sair, não há outro caminho.
165. Permanecendo no ‘eu sou’ você não vai querer deixá-lo, e
então ele não vai deixar você!
O conhecimento
que habita ‘eu sou’ é Deus, ou
a divindade em você. Primeiro você deve tentar compreendê-lo de forma muito
clara, sem qualquer sombra de dúvida. E se você compreender corretamente, não
vai querer sair nem por um momento. Se você sentir uma sensação de reverência e
amor por este ‘eu sou’ é um
sinal certo de que tenha entendido isso. Então esta divindade, ou Deus vai
segurar você e não vai deixá-lo ir!
Nota minha: O “eu sou” só pode ser
considerado o “estado de Deus”, no estado de pureza, como antes das palavras.
166. O ‘eu sou’ está lá, mesmo sem você dizer isso. Depois de
entender o ‘eu sou’, não há
nada mais para entender.
O conhecimento ‘eu sou’ está sempre lá, residente em todos em todos os
momentos. Não existe uma única coisa que é desprovida do ‘eu sou’. Ele se
expressa através dos cinco elementos e três qualidades. Com a combinação dos
elementos e qualidades é, por isso, a expressão de ‘eu sou’. Esta expressão
pode ser boa ou ruim, dependendo da combinação, mas o ‘eu sou’ em si está em
sua pureza. Compreender o ‘eu
sou’ é a própria base do ensino, isso feito, não resta mais nada a ser
compreendido. O que se segue adiante é a ‘Sadhana’ (prática), que é a meditação
sobre o ‘eu sou’. Sua
seriedade, sinceridade e intensidade da prática vai determinar o seus
progressos.
167. Quando você está estabelecido no ‘eu sou’ não há pensamentos ou palavras, você é tudo e tudo é
você, mais tarde, até mesmo você vai.
À medida que sua
‘Sadhana’ (prática) amadurece, sua convicção se torna mais forte e você se
estabelece firmemente no ‘eu sou’. Ou seja, você está permanentemente
estabelecido no ‘Turiya’ ou o quarto estado. Neste estado não há pensamentos ou
palavras, em todos os lugares há apenas o ‘eu sou’, você é tudo e tudo é você.
Quando você permanecer assim, o palco está montado para o seu transcendimento
do ‘eu sou’. Em última análise, isso também vai, deixando-o como o Absoluto ou ‘Parabrahman’.
168. O ‘eu sou’ puro é sem ego, você pode se tornar o seu observador só por se estabelecer nele.
Quando
você está estabelecido no ‘Turiya’ ou o quarto estado, não há mais nada, exceto
o ‘eu sou’. É o ‘eu sou’ em sua máxima pureza, sem adição de qualquer
complemento, como resultado, não há ego também. O Ego vem com o verbal ‘eu sou’, quando você diz ‘eu sou
isto e aquilo vivendo neste mundo’. Como tudo isso se foi não há nada além do ‘eu sou’, sem palavras, o ego
desaparece. Ao se estabelecer no ‘Turiya’ ou o quarto estado que você se
torna o seu observador e fica separado dele.
169. O observar acontece para o Absoluto, com o aparecimento do
‘eu sou’, então ele sabe que
‘é’.
O Absoluto ou ‘Parabrahman’ é como ele é,
sem forma e eterno. Não requer qualquer coisa e não é dependente de qualquer coisa.
O observar apenas acontece para o Absoluto, com o surgimento espontânea do ‘eu sou’. Assim como você começa a
assistir um sonho que aparece de forma espontânea, você não está realmente
envolvido em qualquer um dos eventos que são sonhados. Com o aparecimento do ‘eu sou’ o Absoluto sabe que ‘é’,
embora este conhecimento não tem qualquer utilidade para o Absoluto e nem
depende disso.
170. Vigília, sonho e sono profundo, dizem respeito apenas ao ‘eu sou’, você está acima deles.
Os três estados de: vigília, sonho
e sono profundo que todos nós comumente experimentamos são na
verdade baseada no ‘eu sou’ ou
o ‘Turiya’, o quarto estado. Diferentes formas de classificação quádrupla
semelhantes são encontradas em abundância na literatura antiga, que são: os
quatro corpos (bruto, sutil, causal e supra-causais) ou as quatro formas de
‘Vani’ ou Discurso (‘Vaikhari’ = palavra falada, ‘Madhyama’ = palavra tangível
no pensamento, ‘Pashyanti’ = palavra intangível na formação e ‘Para’ = palavra
fonte). Independentemente da forma como podemos descrever estes estados, o seu
verdadeiro e natural é o Absoluto ou ‘Parabrahman’ estado que está acima de
tudo isso. O ‘eu sou’ ou ‘Turiya’ só
aparece no Absoluto e leva aos outros três estados e experiência o mundo.
Nota minha: O “eu sou” ou Turiya
(o quarto estado) está fundido no Absoluto, mas devido o corpo, seus elementos
e as três qualidades (conhecimento, ação e inércia), a sua expressão é no mundo.
171. Quando você vai lá no fundo, nada é tudo que existe. Não
existe o ‘eu sou’. O ‘eu sou’ se funde no Absoluto.
Após a compreensão do ‘eu sou’, profunda, intensa, a
meditação contínua nele é necessária. Ela deve ser de tal forma que o
conhecimento ‘eu sou’ medita
sobre si mesmo desprovido de toda a identificação do corpo. Quando isso é feito, chega um momento em
que o ‘eu sou’ desaparece ou não existe mais. Neste
momento, o ‘eu sou’ se funde no Absoluto, bastante semelhante ao final ou
desaparecimento do sonho e você sendo como é no estado de vigília.
172. Compreenda este conhecimento ‘eu sou’ e fique fora dele, transcenda-o. E apenas seja.
O Guru é realmente muito generoso: ver
como ele teimosamente persiste com você. Ele conhece o seu potencial e também
sabe que, pelo menos teoricamente, você entende o seu ensinamento. Martelando
repetidamente e quando afastado do ensino ele quer que você se estabilize no ‘eu sou’, para só então você ter
uma chance de transcender isso. Ele está constantemente pedindo-lhe ou tentando
empurrá-lo para o ‘Turiya’ ou quarto estado. Isso ele faz incansável e
implacavelmente com quem vem a ele e em quem ele sente ser um candidato genuíno.
Então, depois de expor tudo, ele diz ‘agora que você tenha entendido tudo,
apenas seja’.
173. A história de todos nós começa com o ‘eu sou’, é o ponto inicial do sofrimento como da felicidade.
Não existe ser neste mundo que seja
desprovido do ‘eu sou’. Contudo, pode acontecer a história de que tudo começa
com a chegada do conhecimento ‘eu sou’.
Circunstancialmente você talvez esteja condicionado de maneiras diferentes, o
que, juntamente com a combinação de elementos e as qualidades, é expresso em
conformidade. Esta expressão pode ser boa ou ruim, isso poderia levar a
felicidade ou miséria, de qualquer forma ou qualquer que seja o resultado, o
ponto de partida é sempre o ‘eu sou’.
174. Estabilize no ‘Bindu’ (Ponto) ‘eu sou’ e transcenda-o. ‘Bindu’ significa sem dualidade (Bin
= sem, Du = dois).
É o ‘eu
sou’ novamente e foi dado um novo nome para um melhor entendimento: o
‘Bindu’ (ponto), que quando dividida em duas palavras ‘Bin’ e ‘Du’ que
significa sem dualidade. Como isso é assim? Com o foco de sua meditação sobre o
‘eu sou’ (ou quando o
conhecimento ‘eu sou’) medita sobre si mesmo por um período prolongado, uma
etapa chega quando é apenas o ‘eu sou’
em todos os lugares. Quando isso acontece, não há mais nada, senão o ‘eu sou’, é um estado não-dual.
Este ‘Bindu’ (ponto) está localizado em nenhum lugar e ainda está em toda
parte, está em seu interior, encontre-o e se estabilize nele.
Nota minha: O “eu sou” no estado
de pureza não tem dualidade; a dualidade só começa aparecer no condicionamento,
ou o ego.
175. É o ‘eu sou’
que investiga o ‘eu sou’.
Percebendo sua falsidade ele desaparece e se funde na Eternidade.
Neste exato momento, enquanto você está
lendo estas linhas ou como reflete sobre elas, quem é que está fazendo isso? É
o conhecimento ‘eu sou’ investigando
o ‘eu sou’. Tudo isso que você
está fazendo tem o ‘eu sou’ em
segundo plano. O ‘eu sou’ é a
força motriz por trás deste empreendimento inteiro, que quer desesperadamente
saber o que ele é. À medida que a
compreensão cresce e entende sua falsidade, ele desaparece. Isto feito, não há
mais nada para fazer, então você está na Eternidade.
176. Se quiser, tome o ‘eu
sou’ como seu destino, tornar-se um com ele, então você
pode transcendê-lo.
Seu destino o preocupa; vou ser bem
sucedido na vida? Vou tornar-se isso ou aquilo? Vou ter uma doença grave? E o
medo da morte, e como ela virá, está sempre à espreita lá no fundo. Mas veja o
que o Guru diz! É algo que não só surpreendente, mas gratifica, bem como, que
libera você de todo este conjunto de preocupações e apreensão. Por que não
tomar o conhecimento ‘eu sou’
para ser o seu destino? Vou me tornar
o ‘eu sou’ só e nada mais, isto é o meu destino. Permanecerei no ‘eu sou’ só, meditarei sobre ‘eu sou’ somente, dia a
dia, é o ‘eu sou’ somente em todos os lugares e em todos os momentos. O
que vai acontecer na aceitação do ‘eu
sou’ como o seu destino? Você vai superar isso e ser livre das garras
do nascimento e da morte, que é a maior recompensa que você pode imaginar.
177. Junto com o conhecimento ‘eu sou’ aparece o espaço e o mundo. Quando o conhecimento ‘eu sou’ parte o mundo está
liquidado.
Pense bem, aplique a sua mente e tente
lembrar o momento em que o conhecimento ‘eu
sou’ apareceu pela primeira vez de forma espontânea e que veio saber
que ‘você é’. Se for difícil, em seguida, tente observar o que acontece na
próxima vez em que você acorda de um sono profundo. O ‘eu sou’, o espaço e o mundo aparecem quase em simultâneo, de
uma só vez, e depois todo o resto assume o fato de que os três ‘apareceram’
em você e são eliminados. O que é que está segurando essas suas percepções? Não é o ‘eu sou’? Enquanto o ‘eu sou’ está
lá que você vai perceber o espaço e o mundo. Se o ‘eu sou’ se afasta ambos desaparecem.
178. Martele em si mesmo que o ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é o pai de toda a manifestação,
então o ‘eu sou’ em si vai
ajudá-lo a estabiliza-se nele.
Um processo de reversão deve ser
realizado a fim de entender e acreditar que o ‘eu sou’ ou ‘estado de ser’ é a raiz de toda a manifestação.
Reversão significa voltar para aquele momento em que você veio pela primeira
vez a saber que ‘você é’, antes disto você sabia alguma coisa sobre o mundo
manifestado que você vê? Ele era inexistente para você. Completamente da mesma
forma, em sono profundo, quando o ‘eu
sou’ está suspenso o mundo não existe para você. Quando o ‘eu sou’ vem, assim que faz toda
esta manifestação, quando o ‘eu sou’
vai, está tudo acabado! À medida que você entende e se familiariza com tudo
isso, o ‘eu sou’ faz amizade
com você então ele ajuda você a se estabilizar em si mesmo.
179. O ‘eu sou’
é observado pelo Absoluto, não tem sentidos ou olhos, o testemunhar
simplesmente acontece.
Quando você se estabiliza no ‘eu sou’ um momento vem quando
você está separado dele. O ‘eu sou’
é observado ou testemunhado pelo Absoluto e isso ocorre sem os sentidos ou os
olhos. Este testemunho simplesmente acontece, o ‘eu sou’ aparece espontaneamente no Absoluto. Quando o ‘eu sou’ sai, o Absoluto
permanece.
180. Estou introduzindo você para o seu ‘eu sou’.
A primeira fase é
compreender, e depois meditar sobre o ‘eu sou’ e estabilizar-se nele. Isto é o que o Guru vem fazendo o tempo todo: ele tem tentado fazer você
entender o conhecimento ‘eu sou’
de todas as maneiras possíveis. Ele foi até mesmo ao ponto de dizer que, se
você não entender, então apenas valorize-o como o Deus em você. Após o Guru lhe apresentar para o seu ‘eu
sou’, ele lhe pede para meditar sobre isso, o que ajuda você a se estabilizar
no ‘eu sou’. Em seguida, o palco está montado para transcendê-lo.
181. Leve a convicção em si mesmo que o conhecimento ‘eu sou’ dentro de você é Deus.
Muitos, muitos candidatos chegam a porta
do Guru. Ele dá uma olhada e sabe quem é o que, por isso, dependendo das
capacidades do candidato, ele expõe o ensinamento para o interessado. Há
aqueles que estiveram ao redor por algum tempo e compreenderam um pouco. Agora,
como eles irão partir, eles pedem algumas últimas palavras de despedida que
podem suportá-los em bom lugar quando vão. Ele
diz a eles para levar a convicção de que o conhecimento ‘eu sou’ dentro é Deus
e viver por ela, isso é tudo.
Nota minha: O conhecimento “eu sou” no
interior é o nosso guru, guia, mestre ou Deus interno, que pode nos guiar e
substituir o guru externo.
182. Para Aquele que medita sobre o conhecimento ‘eu sou’, tudo no reino da
consciência se torna claro.
Após a compreensão do conhecimento ‘eu sou’, sem palavras, a
meditação sobre ele ou a ‘Sadhana’ (prática), é uma obrigação, não há como
escapar dela. Para aquele que segue os ensinamentos de seu Guru e sinceramente
medita sobre o sem palavras ‘eu
sou’, tudo no reino da Consciência será revelado. Ele saberá como esta
consciência veio a ser e como é a consciência de que é a criadora de tudo. A
revelação final é que ele não é a Consciência, mas se destaca separado dela
como o Absoluto ou ‘Parabrahman’.
183. Vá a qualquer lugar, mas nunca se esqueça que o
conhecimento ‘eu sou’ é Deus. Dia a dia, através da meditação
constante essa convicção vai crescer.
Você passou algum tempo com o Guru, você
tentou absorver o ensinamento, mas você não pode ficar com ele por tempo
indeterminado. Quando você sair, vai pedir algo para viver e ele lhe diz, onde
quer que vá, nunca se esqueça de que o conhecimento interior ‘eu sou’ em você é Deus. A prática é essencial,
gradualmente à medida que a sua prática cresce em intensidade e duração, um dia
virá em que você terá a firme convicção de que o conhecimento ‘eu sou’ é Deus
de fato. Fique imerso no ‘eu sou’ e você terá uma boa chance de transcendê-lo.
Nota minha: Veja que o guru está se
referindo que o conhecimento “eu sou” puro é Deus no sentindo da habitação de
Deus em nós. Pode ser entendido, também, como o conhecimento de Deus. Percebo
que nesse estudo há um diferenciação entre Deus e Deus. Não que haja mais de um
Deus e sim níveis de consciência Divina. Por exemplo: ‘Ishwara’ = Deus e
‘Parameshwar’ = o Deus supremo ou o Absoluto. (Veja v210). Nesse caso o
conhecimento “eu sou” que é Deus, se refere não ao nível de consciência do Deus
absoluto, e sim ao um nível menos elevado. Cristo, em suas Cartas, explica a
Consciência Universal, como o Ser Supremo e da Consciência Divina com o
desdobramento da Universal.
184. Não se preocupe com nada, apenas continue permanecendo no ‘eu sou’, um momento virá quando
ele vai ficar satisfeito e revelará todos os segredos.
Haverá períodos de frustração, haverá
períodos de dúvida. Seus envolvimentos mundanos irão dificultar sua ‘prática’ e
uma atmosfera de derrota iria prevalecer. Mas,
aconteça o que acontecer, simplesmente jogue tudo de lado, não se preocupe com
nada e continue a permanecer no ‘eu sou’, com toda a seriedade. O ‘eu sou’ irá testar sua
resistência, mas um momento virá quando ele estará satisfeito com você,
tornando-se seu amigo e libertará o seu domínio sobre você.
185. A armadilha de nascimento e morte é por causa do ‘eu sou’, habite nele, realize-o e
transcenda-o.
Basta observar a natureza Janus como do ‘eu sou’. Ele age como um inimigo,
quando o colocou nessa armadilha de nascimento e morte em que você caiu. Uma
vez que você está preso, ele exige um esforço extraordinário para te libertar.
Se você tiver sorte o suficiente para se deparar com o Guru certo ou seus
ensinamentos, só então você terá uma chance de sair dessa armadilha. As palavras do Guru são muito simples e
direta: entender o ‘eu sou’, permanecer nele, realizá-lo e transcendê-lo.
Quando você permanecer no ‘eu sou’, torna-se seu amigo e lhe ajudará a sair.
Nota minha: As duas faces do “eu sou”
são: no estado de pureza e no estado de condicionamento. No estado de pureza
ele é amigo e no estado de condicionamento, ego, ele é inimigo.
186. Sua verdadeira identidade - O Absoluto é anterior ao ‘eu sou’. Como você pode fornecer
um uniforme para ele?
O uniforme ou traje que nós fornecemos
para a nossa verdadeira identidade é a do corpo com todos os seus sentidos e da
mente na forma de conceitos. O conceito principal é o ‘eu sou’ que não tem nome ou forma e acaba de aparecer
espontaneamente em seu verdadeiro Ser. Sua verdadeira identidade, o Absoluto ou
‘Parabrahman’ é anterior ao ‘eu sou’,
então como pode qualquer uniforme ou vestimenta ser fornecido para ele.
Nota minha: *Isto é, o absoluto é antes
do conhecimento “eu suo”.
187. Meu Guru me ensinou o que ‘eu sou’, eu ponderei somente nisso. Meu estado original é
estar nesse estado, onde não há ‘eu
sou’.
O Guru nos diz como ele realizou a sua
verdadeira natureza e de sua própria experiência, ele dá o mesmo ensinamento
para nós. Podemos ver como é
importante a compreensão do ‘eu sou’, pensando sobre ele e depois se
estabilizando nele. Este é o primeiro passo para a realização do seu estado
original, que é anterior ao ‘eu sou’. Apenas na obtenção firmemente
estabilizada no ‘eu sou’ que
você será capaz de transcendê-lo. Então você vai estar no seu original estado
absoluto, que é desprovido do ‘eu sou’.
188. O ‘eu sou’
aconteceu e o mundo foi inventado. Antes disso, você não tem a mensagem ‘eu sou’, você existia, mas você
não sabia.
O ‘eu
sou’ é o princípio e o fim de tudo, foi com o surgimento do ‘eu sou’ que toda esta
manifestação surgiu. São apenas duas pequenas palavras, mas veja o estrago de
terem inventado na forma deste mundo. E a forma como o ‘eu sou’ fez tudo isso é de fato surpreendente: nem por um
momento você acredita que é tudo falso e, na verdade, nunca chegou a existir!
Você, o Absoluto está sempre lá, ‘eu
sou’ ou não ‘eu sou’, pelo aparecimento do ‘eu sou’ você só sabe que ‘você é’.
189. No estado infinito, o estado de ‘eu sou’ é temporário, não desista do seu verdadeiro ponto de
vista, caso contrário você vai ser enganado.
O Absoluto, estado infinito sempre
prevalece. A aparência nele do estado ‘eu sou’ é temporário e irá desaparecer
um dia, mas o infinito está sempre lá, como tem sido. Na aparência do ‘eu sou’ em seu estado nascente, é
muito livre, sem nome ou forma. Logo, o processo de condicionamento assume e
você se ilude acreditando que o ‘eu
sou’ é o corpo-mente, e perde seu ponto de vista. Você tem que ir para trás e chegar a esse estado sem palavras do ‘eu
sou’ e permanecer nele, a fim de realizar a sua natureza temporária e falsa.
Depois de ter recuperado o seu ponto de vista como o Absoluto infinito, que
está como é e será para sempre.
190. Agarre-se no ‘eu
sou’ e todos os obstáculos vão evaporar, você estará além do reino do
corpo-mente.
O Guru fala de sua própria experiência,
ele tem feito grandes esforços para fazer você entender o ‘eu sou’. A primeira coisa que o Guru faz para todos que o
busca e o acompanha, é fazê-lo entender o ‘eu
sou’. Na clareza desse
entendimento é baseado todo o fundamento da prática e do progresso. A menos que você compreenda a verdadeira
importância do ‘eu sou’ você não vai prestar atenção nele ou fazer tentativas
de agarrar-se a ele. O ‘eu
sou’ é impessoal, sem nome e forma, no momento em que agarrá-lo e tornar-se um
com ele, você também alcança o mesmo status. Ao tornar-se um com o ‘eu sou’
você vai além do reino do corpo-mente.
191. Todas as perguntas existem, porque o ‘eu sou’ está lá. Após o ‘eu sou’ desaparecer, nenhuma
pergunta surge.
O
‘eu sou’ é o conceito primário, a raiz, o início de onde todas as perguntas
começam. Quando você habitar no ‘eu
sou’, estará bem no começo, então onde está a causa de todas as
perguntas aqui existentes. Se acontecer que enquanto você estiver permanecendo
no ‘eu sou’ você afastar dele,
podem surgir dúvidas, mas não até então. Uma vez que você está firmemente
estabelecido no ‘eu sou’ um tempo virá quando ele desaparece, então não há
nenhuma possibilidade de qualquer questão surgir - a raiz foi cortada!
192. Compreenda o ‘eu
sou’, transcenda-o e conclua que o ‘estado de ser ‘, o mundo e Brahman
são irreais.
O Guru pede novamente para o buscador
compreender o ‘eu sou’. Em
primeiro lugar pois, você tem que compreender que ele é meramente duas palavras. Quando
você considerá-los como apenas duas palavras, você ainda está no nível verbal e
pode até entender mal e acreditar que o Guru está lhe pedindo para reafirmar o
seu ego. O ‘eu sou’ que o Guru está
falando é o de um sem palavras, o muito primordial que surgiu quando
você só veio a saber que ‘você é’. Este ‘eu sou’ é impessoal e sem quaisquer atributos,
que é onde você tem que voltar e residir. Apenas transcendendo o ‘eu sou’, que você vai perceber
que este ‘estado de ser’, o mundo e Brahman são irreais.
193. O ‘So Hum’
japa (recitação) está incessantemente acontecendo em seu pulso indicando ‘eu sou’; entre em sintonia com
ele pela recitação.
A respiração, a qual resulta do pulso, é
observável como dois sons sutis durante a inspiração
e expiração, que ouvimos como
‘So Hum’. Este
som ‘So Hum’ é considerado como um ‘mantra’ para ‘Japa’ (recitação) e significa
‘Eu sou Aquilo’. O som ‘So Hum’ que é
naturalmente disponível para você é na realidade sem palavras e indica o
primordial ‘eu sou’.
Alguns candidatos podem achar este método propício para a sua prática, de modo
que o Guru recomenda recitação do ‘So Hum’ e entrando em sintonia com ele.
194. A recitação do ‘So Hum’,
indicando ‘eu sou’, deve estar
por muito tempo, é antes das palavras.
Qualquer
‘Sadhana’ tem de ser realizada por um tempo muito longo, depende muito de sua
seriedade e intensidade. Raramente houve buscadores que perceberam a sua
verdadeira identidade, após um curto período. O ‘So Hum’ é antes das palavras e naturalmente disponível a você,
sua evolução tem ocorrido no processo de auto-investigação como: ‘Deham Naham’
(Eu não sou o corpo),’Ko Hum?’ (Então, quem sou eu?), a resposta sem palavras
que veio foi ‘So Hum’
(Eu sou Aquilo).
195. O ‘eu sou’ é o
único “deus” para agradar e se agradou, ele irá levá-lo para a fonte.
Convencionalmente e externamente há
muitos deuses disponíveis, você pode ir de deus para deus e ficar perdido e
confuso. Mas o ‘eu sou’ é
interno e universalmente presente em todos, além disso, é desprovido de
qualquer nome ou forma. Você tem que adorá-lo a todo custo, adore o ‘eu sou’, ele é o único Deus para
agradar. Se você se tornar amigo do ‘eu
sou’ e ele torna-se satisfeito, irá levá-lo para a fonte pela liberação
de suas garras (do ‘eu sou’ condicionado).
196. O ‘Jnani’ é aquele que chegou a uma conclusão sobre a
matéria-prima ‘eu sou’ e está separado dele.
Quem é um ‘Jnani’ (um homem de
sabedoria)? O ‘Jnani’ é aquele que não só compreendeu e desenvolveu uma firme
convicção sobre o conhecimento ‘eu sou’,
mas também o transcendeu. Ele (o ‘Jnani’) conseguiu alcançar isso através do
‘Sadhana’ de meditar sobre o ‘eu sou’
por um período de tempo razoável e no processo foi além e ficou separado dele.
Tendo feito isso, ele está fora dos ciclos de nascimento e morte.
197. Esse som sem som, o zumbido ‘eu sou’ é um lembrete de que você é Deus. Para compreender e realizá-lo, medite
sobre ele.
O som ‘So Hum’, observado ao inalar e exalar
durante o processo de respiração é extremamente sutil. O zumbido do eu sou é ainda mais sutil do que isso e
tem sido chamado de ‘som sem som’. É um lembrete constante de que você é Deus. Meditação sobre o sem som ou sem palavras
‘eu sou’ é recomendado como um meio de entender e realizar isso. Conhecimento
teórico ou verbal do ‘eu sou’ não é suficiente, você tem que realmente
realizá-lo e tornar-se um com ele, e por isso, que a meditação é essencial.
198. Você está no ‘eu
sou’ sem qualquer esforço para estar lá. Não tente interpretar o ‘eu sou’.
Meditação,
compreensão e realização são todos os processos complementares e
trabalho de uma forma geral. Você está sempre no ‘eu sou’, você necessita de qualquer esforço para saber que
‘você está’? Então, ser apenas nele. As
palavras não pode ser usado para descrever o sem palavras, elas podem em todo o
caso ser os ponteiros. Qualquer tentativa de sua parte para interpretar
o ‘eu sou’ está destruindo o
próprio propósito de compreender e perceber. Na verdade, é o contrário, quando
todas as interpretações chegam ao fim, só então você está no ‘eu sou’ sem palavras. Em última
análise, mesmo este material de estudo terá de ser mantido de lado e esquecido,
é só então que o seu ‘Sadhana’ começará.
199. O ‘eu sou’
na forma do corpo pode atingir o estado mais elevado somente se você entender,
aceitar e habitar ali. Então você escapa do nascimento e morte.
No momento você está neste organismo dotado
com o conhecimento interior ‘eu sou’.
Compreender o conhecimento ‘eu sou’
e usá-lo para meditar sobre si mesmo. Quando o conhecimento ‘eu sou’ medita sobre si mesmo por
um período de tempo razoável, finalmente somente resta o ‘eu sou’ e nada mais. Este é o maior estado do conhecimento ‘eu sou’ em forma de corpo (também
chamado de ‘Turiya’ ou o quarto estado). Entendendo, aceitando e permanecendo
no ‘eu sou’ não há dúvida de
renascimento.
200. O ‘eu sou’
é uma propaganda do Absoluto, uma ilusão, temporária. Aquele que sabe disso
conhece o princípio eterno.
O
‘eu sou’, em sua forma mais pura e sem palavras, é uma acumulação ou anúncio do
Absoluto ou o ‘Parabrahman’. Tem um momento de aparência e um momento
de desaparecimento, é sempre temporária e como um sonho, é uma ilusão. Para
entender esta natureza do ‘eu sou’
a pessoa tem que voltar para o momento em que apareceu pela primeira vez de
forma espontânea. Se estiver difícil, tente observar o ‘eu sou’ como aparece no momento em que você acorda depois de
um sono profundo.
201. No ventre o ‘eu
sou’ é latente: Quando estamos com três ou quatro anos de idade ele
surge espontaneamente. No clímax na meia idade, diminui na velhice e finalmente
desaparece.
Entre o aparecimento e desaparecimento do
‘eu sou’ um tempo de vida
inteiro é coberto. Tanto a chegada e saída não estão em suas mãos e ocorrem
espontaneamente. As mudanças que ocorrem na sua assinatura conforme avança a
vida são um bom indicador dessa ascensão e queda do ‘eu sou’. Nos estágios mais avançados da sua vida é incapaz
de assinar do jeito que fez na sua meia-idade ou juventude. Mesmo se você
conseguir fazer isso, ele exige um grande esforço e um pouco de instabilidade é
visível ao fundo.
202. Lembre-se disso, se você desejar lembrar-se de mim ou me
visitar aqui, lembre-se do conhecimento ‘eu
sou’.
Durante todo o momento que você esteve
com o Guru, ele teve apenas um objetivo, que é fazer com todos os esforços
possíveis para empurrá-lo para o ‘eu
sou’ ou o ‘Turiya’. Como você está se preparando para sair ou até mesmo
como você está realmente o deixando, ele diz que se em tudo o que você desejar,
lembrar-se dele ou está visita, lembre-se do conhecimento ‘eu sou’. Quando ele percebe um candidato genuíno, ele planta
a semente ‘Brahman’ nele com a esperança de que algum dia ela vá brotar,
prosperar e libertá-lo. Se isso vier a acontecer, que seria candidato, por sua
vez de semear a semente ‘Brahman’ em outros.
204. A identidade do corpo não pode obter este conhecimento, o
conhecimento ‘eu sou’ deve ser
obtido deste conhecimento, quando o conhecimento habita em conhecimento há
transcendência do conhecimento.
Quando você mora no ‘eu sou’ sem palavras e se você recordá-lo corretamente, vai
sentir a liberdade e a alegria que sentiu durante essa fase nascente do ‘eu sou’. Naquela época você não
sabia nada, mas o ‘eu sou’ e
você dançavam de alegria, completamente despreocupado e indiferente de tudo.
Depois veio o condicionamento e o desenvolvimento do verbal ‘eu sou’ e suas calamidades tinham
começado. Seu destino real é o ‘eu sou’
além do corpo, quando você morar nele, ele próprio irá revelar a sua história.
205. Este ‘eu sou’
desfrutado além do corpo é o seu destino. Permaneça nele e ele próprio irá
dizer-lhe a sua própria história.
Se
você sentar em meditação pensando ‘eu sou isto e aquilo meditando’, não há
nenhuma chance de que possa se tornar um com o ‘eu sou’. Todos os links
externos têm de ser totalmente cortada e somente o ‘eu sou’ deve
permanecer, desprovido da ideia de corpo. Deve ser o ‘eu sou’ em sua máxima pureza, em sua maior pureza, quando se
levantou, que é a razão da necessidade de voltar e recuperar o nascente ‘eu sou’. Faça isso várias vezes
até que se estabilize no ‘eu sou’
que é sem palavras, você já passou por essa fase, por isso é apenas uma
questão de aplicação e resistência. Quando o conhecimento ‘eu sou’ sem palavras permanece em si, há uma chance
de transcender isso.
206. Quando você mora no destino como ‘eu sou’, você realiza que ele não é a sua morte, mas o
desaparecimento do ‘eu sou’.
O
Guru está revelando um segredo que é de tremenda importância que apenas um
candidato avançado, que passou um tempo considerável pensando sobre seus
ensinamentos, pode compreender o seu verdadeiro valor. Ele está dizendo:
o seu destino não é a morte, mas o desaparecimento do ‘eu sou’! Esta realização
só pode vir de alguém que transcendeu o ‘eu sou’ e percebeu a sua verdadeira
identidade como o Absoluto ou o ‘Parabrahman’. O ‘eu sou’ que tinha aparecido nele (que erroneamente acreditam
ser o nascimento) agora desapareceu (que erroneamente acreditam ser a morte),
isso é tudo. Ele não tem nada a ver com isso, como ele nunca foi o ‘eu sou’. Ele chega à conclusão de
que ele é não nascido, ele era não nascido e permanecerá não nascido!
207. Você está além do desejo, que por si mesmo depende do ‘eu sou’. Não suprima os desejos, só não se identifique com eles e eles vão
desaparecer.
Quase um em cada três candidatos
pergunta o que pode ser feito sobre o desejo. É um obstáculo que todo mundo
tem que superar, e é tão grande que parece quase impossível de superar. Para
eles, o Guru diz que você é além do desejo, o desejo é do ‘eu sou’ e dependente dele. Então, em vez de suprimir um
desejo, que seria mais útil não se identificar com ele, então ele irá
desaparecer. Entendendo e meditando sobre o ‘eu sou’ sem palavras é tudo que é mais propício para o
processo.
208. Por que dizer que eu faço alguma coisa? Tudo o que é feito
é feito pelo ‘eu sou’ e você
está além dele.
Por que todos dizem que ‘eu tenho feito
isso’ ou ‘eu tenho feito aquilo’? À medida que você permanece no ‘eu sou’ sem palavras você vai
logo perceber que é ele o ‘eu sou’
que é o fazedor. Repetidamente não se identifique como o ‘fazedor’ é outra
técnica sugerida para se estabilizar no puro ‘eu sou’ e ir além dele. Na verdade, esse é o estado real das
coisas, mas é o seu condicionamento que fez você acreditar que você é o
fazedor.
209. Tenha cuidado com o ‘eu
sou’ crescente sobre a sua verdadeira natureza e dando-lhe a falsa
sensação de ser o executor.
O caminho é realmente escorregadio, mesmo
para o candidato mais avançado. Depois da compreensão e estando estabilizado no
‘eu sou’, sem palavras, você
pode começar a receber vislumbres de sua verdadeira natureza - aqui o Guru
avisa a continuar muito atento. Por que isso? Porque o ‘eu sou’ é realmente difícil de ficar a distância. Ele pode
crescer muito rapidamente e em silêncio outra vez sobre a sua verdadeira
natureza e prendê-lo, e em breve você vai começar a acreditar que você é
fazedor. Isso o levará de volta à estaca zero e desfazer todo o progresso que
você havia conseguido.
210. Quando o ‘eu sou’ torna-se
puro - isto é, sem ‘eu sou isso’ ou ‘eu sou aquilo’ - você se torna ‘Ishwara’
(Deus).
Você
tem que voltar para o ‘eu sou’, quando apareceu pela primeira vez em você e no
breve período que se seguiu depois, quando o ‘eu sou’ era incontaminado.
Durante esse período, o ‘eu sou’
não tinha complementos, como ‘isto’ ou ‘aquilo’, foi uma fase em que era puro.
Você passou por esse período em sua vida e não há nenhuma razão para que você
não possa revivê-la. É tudo uma questão de compreensão do ‘eu sou’, aplicando-se a si mesmo e habitando nele. Se você
fizer isso você se torna ‘Ishwara’ (Deus) e tem uma chance de transcendê-lo e
tornar-se ‘Parameshwar’ (o Deus supremo ou o Absoluto).
Nota minha: Percebo que nesse estudo há
um diferenciação entre Deus e Deus. Não que haja mais de um Deus e sim níveis
de consciência Divina. Por exemplo: ‘Ishwara’ = Deus e ‘Parameshwar’ = o Deus
supremo ou o Absoluto. Cristo, em suas Cartas, explica a Consciência Universal,
como o Ser Supremo e da Consciência Divina com o desdobramento da Universal.
211. O sentimento ‘eu
sou’ vem a você só porque há algo mais antigo ou mais cedo em você para
que este ‘eu sou’ aparecesse.
Pondere sobre uma questão como: A quem o
sentimento ‘eu sou’ vem? Ou, o
que eu era antes da chegada do conhecimento ‘eu sou’? Quando você fizer isso, você vai perceber que tem
que haver algo mais antigo ou algo antes de que este ‘eu sou’ aparecesse. Quanto
mais tempo você gasta no ‘eu sou’ sem palavras, mais forte a convicção irá
crescer sobre esse ‘algo’
que é anterior ao ‘eu sou’. Finalmente, esse ‘algo’ se torna o seu objetivo, e algo para se
concentrar, pois essa é sua verdadeira natureza Absoluta.
212. O intervalo entre o início do ‘eu sou’ (nascimento ou acordar) e quando você perde ele
novamente (morte ou sono profundo) é chamado ‘tempo’.
Todo
este conceito de tempo é baseado no aparecimento e desaparecimento do ‘eu sou’.
A chegada e a partida do ‘eu sou’,
desde o nascimento até a morte é chamado de vida, enquanto que a partir de
acordar para adormecer é um dia. Assim, você diz ‘a sua vida chegou ao fim’ ou
‘É o fim do dia’. O ‘eu sou’
ligado com a memória mantém uma continuidade em toda a sua vida.
213. O sentimento ‘eu
sou’ é por si só uma ilusão, pois tudo o que é visto através desta
ilusão não pode ser real.
A essência dos cinco elementos e três
qualidades que compõem o corpo-mente é o conhecimento ‘eu sou’. O corpo-mente, como se sabe, é impermanente e
destrutível, o ‘eu sou’ depende
dele para se expressar. Assim, o ‘eu
sou’, já que é destrutível e dependente não pode ser a realidade que é
indestrutível e independente. O sentimento ‘eu
sou’ é, portanto, irreal e uma ilusão, tudo o que se ver ou sabe é
através do ‘eu sou’, portanto, é tudo uma ilusão e irreal. Aqui está se
tratando do ‘eu sou’ no
condicionamento, e “ego”.
214. Quando Krishna diz: ‘Lembro-me de todas as minhas vidas
passadas’, ele quer dizer o ‘eu sou’,
o sentimento fundamental por trás de todos os nascimentos. Não há ‘eu sou fulano de tal’.
Krishna é o Absoluto ou o ‘Parabrahman’,
sua verdadeira identidade. No Bhagavad Gita, Krishna faz uma declaração em que
ele diz que se lembra de todas as suas vidas passadas. A implicação é que ele
se lembra do ‘eu sou’,
princípio do nascimento, em cada nascimento e não que ele foi ‘fulano de tal’.
O ‘eu sou’ apareceu e
desapareceu sobre ele, como o princípio fundamental de todos os nascimentos.
Embora as personalidades ficavam mudando de acordo com os elementos, qualidades
e as circunstâncias, o ‘eu sou’
permaneceu o mesmo.
Nota minha: Quando uma pessoa morrer
sem se iluminar, o “eu sou” somente desaparece com a morte, mas depois
reaparece na mesma idade de três ou quatro anos
na outra vida.
Krishna é a oitava existência terrena de Vishnu, a divindade
responsável pela manutenção do Cosmos. Ele é a reencarnação sagrada mais amada
dos indianos, para quem foram edificados inúmeros santuários e a quem se dedica
um número incalculável de seguidores. É a maior divindade não ariana nas
crenças indianas. Wikipédia
215. Você não está sempre em contato com o ‘eu sou’ ou ele não é permanente. Quando você não está ciente
do ‘eu sou’, ‘Quem’ não tem
conhecimento?
Como o Absoluto ou o ‘Parabrahman’ você
não está sempre em contato com o ‘eu
sou’: ele aparece e desaparece durante a sua vida e não é permanente. O
‘eu sou’ é inicialmente adormecido
desde o nascimento até a sua aparição, e durante o sono está suspenso - mas ele
está sempre lá no fundo. Além disso, você geralmente não é consciente do ‘eu sou’, simplesmente porque você
está preso ou absorto com o ‘eu sou’
adicionado ‘isto’ e ‘aquilo’. Os complementos para o ‘eu sou’ torna você totalmente alheio à sua pureza, e de uma
forma de sonho você dirige sua vida. Agora
está sendo dito para você a ir para o ‘eu sou’ em sua forma pura nascente sem
palavras e permanecer nele. No processo desta permanência, o ‘eu sou’ desaparece ou você não
está ciente dele. Então, quem não estava ciente dele? Deve haver um princípio
permanente no fundo que o engoliu.
216. O ‘eu sou’
tem grande potência: toda a manifestação chegou a partir dele. Vá para o estado
de pureza do ‘eu sou’, permaneça lá, se funde a ele e vá além.
Apenas observe o enorme potencial do ‘eu sou’ que tem mantido o mundo
inteiro em execução, toda a manifestação chegou a partir dele, a sua teimosia
perpétua é surpreendente. Para ser
livre dele, você tem que entende-lo em sua maior pureza e, em seguida, meditar sobre isso por um período
de tempo razoável. A intensidade de sua meditação deve ser tal que você
se torne totalmente um com o ‘eu sou’.
Em seguida, um momento virá quando se funde em si mesmo e você vai além, a seu
verdadeiro Ser, que é o Absoluto ou o ‘Parabrahman’.
217. O ‘eu sou’
é o Guru em um corpo que é testemunhado pelo Ser ou ‘Satguru’ em você, que é
não-manifesto.
O ‘eu
sou’ está lá em tudo, em cada corpo. É a própria base ou princípio
fundamental de tudo o que você percebe. Você deve considerá-lo como o Guru, o
Deus, o Guia que vai levá-lo para o Ser ou o ‘Satguru’ (o grande Guru). É o
‘Satguru’ ou o Ser que testemunha o ‘eu
sou’ ou o Guru no corpo. O ‘Satguru’ é o Absoluto ou o
‘Parabrahman’, que está sempre lá e nunca se manifesta.
218. O ‘eu sou’
em sua pureza é ‘Turiya’ (o quarto estado), mas eu sou ‘turiyatita’ (além
turiya) e vivendo em (como) Realidade.
Ao descrever seu próprio estado ou ponto
de vista o Guru faz com que todo o ensinamento seja tão simples e claro, não
poderia ser colocado de uma forma mais simples. O ‘eu sou’ deve ser entendido em sua pureza, tal como ele surge
e é sem palavras. Isso pode ser feito por qualquer um recordando o momento em
que surgiu em torno dos quatro anos de idade ou tentando pegá-lo quando você
acabou de acordar de um sono profundo. Neste estado puro é o ‘Turiya’ ou o
quarto estado que está sempre lá no fundo e em que repousam os outros três: ou
seja, de vigília, sonho e sono profundo. Ao entrar e permanecer no ‘Turiya’ ou quarto
estado, você pode ir além dele para o ‘turiyatita’ ou além do quarto e viver
como o Absoluto ou ‘Parabrahman’, que é a realidade.
219. Repetição de um ‘mantra’ o leva para o puro ‘eu sou’, onde
todo o conhecimento é entregue, você se funde com o Absoluto além de todo nome
e forma.
‘Japa’ ou a repetição de um mantra como *‘So Hum’ (Eu sou
Aquilo) ou ‘Aham Brahmasmi’ (Eu sou Brahman) por um longo tempo leva você para o estado do puro ‘eu sou’.
Residindo no ‘eu sou’, chega
um momento em que a primeira e a última parte do conhecimento ‘eu sou’ também se rende. Uma vez
que o ‘eu sou’ desaparece,
você se funde ou entra no seu original estado natural, que é o Absoluto,
além de todo o nome e forma.
Nota minha: *O
que significa: “So hum?” O mantra “So
Hum” não é apenas uma reflexão do som respiratório mas traz também um significado contemplativo:
“Eu sou isto” (so= Eu sou e hum=isto). Neste sentido, “isto”
refere-se a toda a criação, o sopro unificado.
ikipédia)
Nesse caso,
o aquilo do mantra “So hum” não pode ser confundido com um adjetivo do
sentimento “eu sou”, como já foi estudado aqui.
220. Se você vier a morar no ‘eu sou’ e firmemente permanecer nele, todas as coisas
externas vão perder o controle sobre você.
Todos externalidade tem uma forte
influência sobre nós, na extensão da multidão, a poucos iria ocorrer que aquilo
tudo poderia ser falso. É apenas naqueles em quem esse desejo sem nome para os
desperta eterno e infinito, que a busca e questionamento começa. Se esse
candidato tem a sorte, ele vai se deparar com um verdadeiro Guru que vai
colocar um fim à sua busca. Para cortar todas as coisas externas, o Guru lhe
faz compreender a importância do conhecimento ‘eu sou’ sem
palavras ou no estado de pureza. Então ele lhe diz para permanecer
firmemente no ‘eu sou’, que é
o ‘Sadhana’. Se o candidato entender corretamente o ensinamento e seguir o
conselho do Guru, ele é obrigado a ter sucesso.
221. Não há mais ninguém, mas apenas ‘eu’ ou ‘eu sou’, esta
devoção não-dual é o mais alto, para desaparecer e ser perdido no vasto
desconhecido.
Você tem que meditar sobre o conhecimento ‘eu sou’ até que você
desenvolva uma forte convicção de que não há mais ninguém, mas somente ‘eu’ e
nada mais. Para ficar completamente infundido com o conhecimento ‘eu sou’, deve entrar no ‘Turiya’
ou o quarto estado e isso é a não-dual devoção em seu pico mais elevado. Você
deve estar totalmente imerso na comteplação do ‘eu sou’ na extensão em que você se torna o ‘eu sou’. E, o que vai acontecer quando você praticar esta intensa devoção
não-dual? Você vai desaparecer e ser perdido no vasto desconhecido e se tornar o Absoluto.
222. Investigue minuciosamente o aparecimento e desaparecimento
do ‘eu sou’ - você o desejou
ou apenas aconteceu?
Após o Guru fazer
você entender a importância do conhecimento ‘eu sou’ sem palavras, você tem que
investigá-lo completamente por conta própria. Para isso, você tem que refletir
sobre o que ele tem dito constantemente. Conforme
crescem juntos o entendimento, meditação e convicção, a questão importante
sobre o aparecimento e desaparecimento do ‘eu
sou’ surge. A pergunta é:
Será que isso ocorre por meio de sua
vontade ou desejo? Foi um processo voluntária? Se você entendeu
corretamente o ‘eu sou’ a sua
resposta seria a de que ele veio e vai espontaneamente, por conta própria.
223. O ‘eu sou’
é o único capital que você tem. Se debruçar sobre isso, nada mais é necessário.
A marca do ensinamento do Guru é a sua
simplicidade. Ele afirma muito claramente que o conhecimento ‘eu sou’ é tudo o que você tem, é
o único capital de que você tem. Este legado do ‘eu sou’ veio espontaneamente, por conta própria, sem
qualquer esforço de sua parte. Tente entender a sua importância e use-o da
melhor maneira possível. Apenas habite
no ‘eu sou’, nada mais é necessário. Por que isso? É porque o resto
virá por si só. Habitando com firmeza no ‘eu
sou’, chega um momento em que ele fica satisfeito com você e libera o domínio do condicionamento.
224. O ‘eu sou’
está bem próximo do verdadeiro estado, por isso é irreal, tudo que está longe
do estado Verdadeiro ou Realidade é irreal.
O ‘eu
sou’ pode ser visto como o último acampamento para você dimensionar a
altura da Realidade. Uma vez que você está estabilizado no ‘eu sou’ ou o Estado ‘Turiya’, seu
trabalho está feito. Este estado, embora muito próximo da realidade ou o
Absoluto, ainda tem que ser classificado como irreal. O ‘eu sou’ não pode permanecer como está, tem que desaparecer
ou dissolver-se e se fundi ao Absoluto ou o ‘Parabrahman’, só então ela vai
qualificar-se como a Realidade.
225. Todas as práticas vêm através da consciência do ‘eu sou’, que é em si uma ilusão.
Todos os acontecimentos desta ilusão são relativos e limitados no tempo.
Compreender o conhecimento ‘eu sou’ como a fonte de tudo, é
de importância primordial. Qualquer atividade que você possa fazer, se é
trabalho do dia-a-dia, qualquer prática, todos vêm através do ‘eu sou’. Este ‘eu sou’ que apareceu em você é
uma ilusão, é o início do tempo e vai acabar um dia. Todas as atividades são
baseadas na dualidade e duração, portanto, eles são relativos e portanto nunca
chegou perto da realidade e está limitado ao tempo. O conhecimento ‘eu sou’ é o mais próximo à realidade, de modo a
entender e permanecer nele.
226. O primeiro passo é ir e habitar no ‘eu sou’. De lá você vai além da consciência e sem
consciência para o Absoluto infinito, que é o estado permanente.
Após
a compreensão do ‘eu sou’, o primeiro passo consiste em habitar nele.
Você tem que habitar no ‘eu sou’,
colocando a ideia de corpo completamente de lado. Veja o ‘eu sou’ em sua pureza sem palavras e permaneça ali por um
tempo suficientemente longo. Quando você fizer isso, um momento virá
quando você vai além da consciência ou ‘eu
sou’ e sem consciência ou ‘eu não sou’. Quando isso acontece, você vai
se fundir em sua verdadeira natureza, o Absoluto, que é um estado
permanente.
Nota minha: Aqui se refere a consciência humana, o saber e razão humanos;
e não a Consciência Divina.
227. Você é a realidade além do ‘eu sou’, você é o ‘Parabrahma’. Medite sobre isso e
lembre-se disso, finalmente essa ideia do 'eu sou', também, deve deixá-lo.
O Guru tentou de todas as maneiras
fazê-lo entender o conhecimento ‘eu
sou’. Então, depois que você entendeu, ele aconselha a permanecer nele
e transcendê-lo, para ir além do ‘eu
sou’ para a realidade que você é. O Guru agora apontando diretamente
para você, dizendo: ‘Ei! Olhe aqui!’ ‘Você’ é o ‘Parabrahman’.’ Isto é como um
chamado final para o despertamento. Ele agitando você, chamando: ‘Venha oh
homem! Eu não posso dizer de forma mais simples do que isso. Ouça o que estou
dizendo! Medite sobre isso, até mesmo essa ideia se dissolve e você se torna o
que você é e o que eu quero que você seja’.
228. Compreender o ‘eu
sou’, transcendê-lo e realizar o Absoluto; de forma simplificada como
ninguém expôs este ensinamento profundo.
Você vê o nascer do sol e o pôr do sol
todos os dias no horizonte, mas isso realmente ocorre? Há sempre qualquer
horizonte? Você pode tentar se aproximar do horizonte, mas você nunca vai
alcançá-lo. O aparecimento e
desaparecimento do ‘eu sou’ é como o nascer e o pôr do sol, ele só parece ter
ocorrido no horizonte, mas na verdade não existe tal coisa. Do ponto de
vista do sol, que se destaca, ele nunca sabe do nascer ou do pôr. O sol está
sempre lá, brilhando longe em sua glória magnânima. Esta foi apenas uma
analogia para que possamos compreender o ‘eu
sou’, a compreensão do que tem sido repetidamente sublinhado pelo Guru.
A compreensão é, então, usada como base para o ‘Sadhana’, que tem de seguir,
que é permanência no ‘eu sou’
ou o conhecimento ‘eu sou’ meditando
sobre si mesmo. Isso é tudo o que tem que ser feito, se feito corretamente e
sinceramente, ele irá levá-lo para o seu destino final, o Absoluto ou
‘Parabrahman’. Muito certamente, este ensinamento profundo não poderia ter sido
exposto de forma mais simples do que isso.
229. Mesmo dizer que você não é o corpo não é totalmente verdadeiro.
De certo modo, você é todos os corpos,
corações e mentes, e muito mais. Aprofunde-se
no sentido de ‘eu sou’ e você descobrirá. Como você encontra uma coisa que você
perdeu ou esqueceu? Você a mantém em mente até que a lembre. O sentido de ser,
de ‘eu sou’, é o primeiro a emergir. Pergunte-se de onde ele vem ou
simplesmente observe-o tranquilamente. Quando a mente permanece no ‘eu sou’, sem mover-se, você entra
num estado que não pode ser verbalizado, mas pode ser experienciado. Tudo o que
necessita fazer é tentar e tentar novamente. Afinal de contas, o sentido de ‘eu sou’ está sempre com você, apenas
você acrescentou a ele todo tipo de coisas - corpo, sentimentos,
pensamentos, ideias, posses, etc. Todas estas auto identificações são
enganosas. Devido a elas, você aceita ser o que não é. (P.8 do livro “Eu sou aquilo”)
230. Tudo o que existe sou eu, tudo o que existe é meu.
Antes
de todos os começos, depois de todos os finais - Eu sou. Tudo tem sua existência em mim, no ‘eu sou’ que resplandece em todo
ser vivo. Inclusive a não existência é impensável sem mim. O que quer que
aconteça, eu tenho que estar presente para testemunhá-lo. (P.19 do livro “Eu sou aquilo”)
231. Recuse todos os pensamentos exceto um: o pensamento ‘eu
sou’.
A mente se rebelará a princípio, mas, com
paciência e perseverança, cederá e permanecerá quieta. Uma vez que você esteja
quieto, as coisas começarão a acontecer espontaneamente e de forma muito
natural, sem qualquer interferência de sua parte. ("P.21 do livro“Eu sou aquilo”)
232. Você pode dizer verdadeiramente que não existia antes de
nascer, e poderá dizer depois da morte: ‘Agora não existo mais?’
Você não pode dizer, pela sua própria
experiência, que não existe. Só pode dizer: ‘eu sou’. Os demais tampouco podem dizer-lhe que ‘você não
existe’. ("P.23 do livro “Eu sou aquilo”)
233. Aqui não há ‘como’
Implesmente conserve na mente o
sentimento ‘eu sou’,
fundindo-se nele até que sua mente
e seu sentimento se tornem um.
Por tentativas repetidas, você
topará com o equilíbrio adequado de atenção e afeto, e sua mente estará
firmemente estabelecida no pensamento-sentimento ‘eu sou’. Não importa o que você pense, diga ou faça, este
sentido de ser imutável e afetuoso permanecerá como o sempre presente
fundamento da mente. (P.44 do livro “Eu sou aquilo”)
234. Para conhecer o que você é, você deve em primeiro lugar,
investigar e conhecer o que não é.
E, para conhecer o que você não é, você
deve observar-se cuidadosamente, rejeitando tudo o que não tenha relação
necessária com o fato básico: Eu sou.
As ideias - eu nasci em um dado lugar, em tal data, de meus pais, e agora sou
assim e assado, vivendo em, casado com, pai de, empregado por, e assim por
diante - não são inerentes ao sentido ‘eu
sou’ no estado de pureza. Nossa atitude comum é ‘Eu sou isto’. Separe,
consistente e perseverantemente, o ‘eu
sou’ do ‘isto’ ou do ‘aquilo’ e tente sentir o que significa ser,
simplesmente ser, sem ser ‘isto’ ou ‘aquilo’. Todos os nossos hábitos resistem
a isto e a tarefa de combatê-los é longa e, às vezes, difícil, mas um
entendimento claro ajuda muito. Quanto
mais claramente entender que no nível da mente você só pode ser descrito em
termos negativos, mais rapidamente chegará ao fim da busca e à compreensão de seu ser ilimitado. (P.52 do livro “Eu sou aquilo”)
235. Quando você vê o mundo, vê Deus.
Não se pode ver Deus separado do mundo.
Além do mundo, ver Deus é ser Deus. A luz pela qual você vê o mundo, o qual é
Deus, é a minúscula faísca ‘eu sou’, aparentemente tão pequena e, ainda assim,
a primeira e a última em todo ato de amor e conhecimento. A janela pode estar
aberta ou fechada, o sol brilha todo o tempo. Ela faz toda a diferença para a
habitação, não para o sol. Ainda assim, tudo isto é secundário para a pequena
coisa que é o ‘eu sou’. Sem o ‘eu sou’, não há nada. Todo
o conhecimento se refere ao ‘eu sou’.
As ideias falsas sobre este ‘eu sou’
conduzem à servidão; a compreensão correta conduz à liberdade e à felicidade. O
‘eu sou’ se refere ao
interior; e abrange ao externo. Ambos têm como base o sentimento de ser. (P.54 do livro “Eu sou aquilo”)
236. Além da mente não existe tal coisa como a experiência. A
experiência é um estado dual.
Você não pode falar da realidade como de
uma experiência. Uma vez que isto seja entendido, você não mais verá o ser e o *devir
como separados e opostos. Na realidade são inseparáveis, como raízes e ramos
da mesma árvore. Ambos só podem existir à luz da consciência que, de novo,
surge no despertar do sentido de ‘eu
sou’. Este é o fato primário. Se você o perde, perde tudo. (P.84 do livro “Eu sou aquilo”)... Tanto quanto dar importância à auto realização, o eu falso deve ser abandonado antes que o eu
real possa ser encontrado. (P.89 do livro “Eu souaquilo”)
*Nota minha: Devir é um conceito
filosófico que indica as mudanças pelas quais passam as coisas. O conceito de
"tornar-se" apresentou-se primeiramente no leste da Grécia antiga
pelo filósofo Heráclito de Éfeso que no século VI a.C. com a famosa citação
"Nenhum homem jamais pisa no mesmo rio duas vezes"; é também
dito por ele que nada neste mundo é permanente, exceto a mudança e a transformação... Wikipédia
237. O que mais necessita ser feito? Já é o bastante recordar o
Guru e suas palavras.
Meu conselho para você é ainda menos
difícil que isto — simplesmente lembre de você mesmo. ‘eu sou’ é suficiente para curar sua mente e levá-lo além. Só
tenha um pouco de confiança. Eu não o enganarei. Por que o faria? Quero algo de
você? Desejo-lhe o melhor, tal é minha natureza. Por que teria que enganá-lo? (P.102 do livro “Eu sou aquilo”)... É correto dizer ‘eu sou’,
mas dizer ‘Eu sou isto’ ou ‘Eu sou aquilo' é um sintoma de falta de
investigação, de falta de exame, de fraqueza mental ou letargia. (P.106 do livro
“Eu sou aquilo”)
238. Não posso dizer o que sou porque as palavras descrevem apenas o que não sou.
Eu sou, e porque eu sou, tudo é. Mas eu estou além da consciência e, portanto, na consciência, não posso dizer o que eu sou. Ainda assim, eu sou. A pergunta ‘Quem sou eu?’ não tem resposta. Nenhuma experiência pode respondê-la, pois o “Eu” (nesse caso, o “Eu superior” ou Alma) está além de toda experiência. (P.107 do livro“Eu sou aquilo”)
239. Quando digo ‘eu
sou’, não quero dizer uma entidade separada com um corpo como seu
núcleo.
Quero dizer a
totalidade do ser, o oceano da consciência, o universo inteiro de tudo que é e
conhecido. Não tenho nada a desejar, pois
estou sempre completo. As palavras revelam seu próprio vazio. O real não pode
ser descrito, deve ser experienciado. Não posso encontrar melhores palavras
para o que conheço. O que digo pode parecer ridículo, mas o que as palavras
tentam transmitir é a mais elevada verdade. Tudo é um, por mais que nos
queixemos. E tudo está feito para dar satisfação à única meta e fonte de todo o
desejo, a quem todos conhecemos como o ‘eu
sou’. Deixe tudo isto e esteja
pronto para que o real se afirme. Esta autoafirmação é expressa melhor através
das palavras: ‘eu sou’. Nada mais tem existência. Disto você está absolutamente
certo. (P.124 do livro “Eu sou aquilo”)
240. A recordação de si mesmo, a Consciência do ‘eu sou’ amadurece poderosa e rapidamente.
Abandone toda ideia sobre si mesmo e simplesmente seja. Deus é apenas uma ideia – um conceito - em sua mente. O fato é você. A única coisa que você sabe com certeza é: ‘Aqui e agora Eu sou’. Elimine o ‘aqui e agora’, e o ‘eu sou’ permanecerá inexpugnável. O mundo existe na memória, a memória entra na consciência; a consciência existe na Consciência, e esta é o reflexo da luz nas águas da existência... Certamente. Tudo o que posso dizer verdadeiramente é: ‘eu sou’. Tudo o mais é inferência. Mas a inferência foi transformada em um hábito. Destrua todos os hábitos do pensar e do ver. O sentimento de ‘eu sou’ é a manifestação de uma causa mais profunda que você pode chamar “Eu Superior”, Deus, Realidade ou qualquer outro nome. O ‘eu sou’ está no mundo, mas ele é a chave que pode abrir a porta para sair do mundo. A lua que dança na água é vista na água, mas é causada pela lua no céu, não pela água. (P.151 do livro “Eu sou aquilo”)
241. Não há dúvida, esse mundo é pintado por você na tela da
consciência e é inteiramente seu próprio mundo privado.
Apenas o seu sentido de ‘eu sou’, apesar de estar no mundo, não é do mundo. Por nenhum esforço da imaginação ou da lógica você pode mudar o ‘eu sou’ pelo ‘Eu não sou’. ... Mesmo o sentido ‘eu sou’ é composto de pura luz e do sentimento de ser. O ‘Eu’ (nesse caso: “Eu Superior ou Alma) existe mesmo sem o ‘sou’. Assim, a pura luz está ali, diga você "eu" ou não. Torne-se ciente desta pura luz, e nunca a perderá. A existência no Ser, a Consciência na consciência, o interesse em cada experiência - isso não é descritível, ainda que perfeitamente acessível, pois nada mais existe. (P.152 do livro “Eu sou aquilo”) ...Você está no nível da mente. Quando o ‘Eu sou eu mesmo’ parte, o ‘Eu sou tudo’ vem. Quando o ‘Eu sou tudo' parte, ‘eu sou’ vem. (P.172 do livro “Eu sou aquilo”)
242. Não se identifique com uma ideia. Se você entende por Deus
o Desconhecido, então você meramente diz: ‘Eu não sei o que sou’.
Se você conhece
Deus como conhece seu ser, você não necessita falar. O melhor é o simples
sentido ‘eu sou’. More nele pacientemente. Aqui, a
paciência é sabedoria: não pense no fracasso. Não pode haver fracasso nesta
tarefa. Lembre-se de recordar: ‘o
que quer que aconteça - acontece porque eu sou. (P.179 do livro “Eu sou aquilo”)
243. Meu Guru me disse:
Esta criança, a qual é você mesmo agora, é seu ser real (Verdadeira
natureza ). Volte ao estado de puro ser, onde o 'Eu sou' ainda
está em sua pureza, antes de ser contaminado pelo 'eu sou isso' ou 'eu sou
aquilo'.
Seu fardo são as falsas identificações -
abandone todos elas. Meu Guru me disse - ‘Confie em mim. Eu lhe digo: você é
divino. Tome isto como a verdade absoluta. Sua alegria é divina, seu sofrimento
é divino também. Tudo vem de Deus. Lembre-se
sempre disto. Você é Deus.
Só sua vontade é feita’. Eu acreditei nele e logo compreendi quão
maravilhosamente eram verdadeiras e precisas as suas palavras. Não condicionei
minha mente pensando: ‘Sou Deus, sou maravilhoso, estou além'. Segui simplesmente suas instruções que
eram para focar a mente no puro ser ‘eu
sou' e permanecer nele. Estava
acostumado a sentar por horas com nada exceto o ‘eu sou’ em minha mente e logo a paz, a alegria e um profundo amor
universal tornaram-se meu estado normal. Nele tudo desapareceu - eu
mesmo, meu Guru, a vida que eu vivi, o mundo em torno de mim. Apenas a paz
permaneceu, e um silêncio insondável. Todos estão contentes em ser. Mas poucos
conhecem a plenitude disto. Você chega a conhecer por fixar a atenção de sua
mente no ‘eu sou’, ‘Eu
conheço’, ‘Eu amo’ - com a vontade de alcançar o significado mais profundo
destas palavras. (P.180 do livro “Eu sou aquilo”)
244. A Consciência toma o
lugar da consciência; na consciência há o ‘eu’, o qual é consciente, enquanto a
Consciência é unificada; a Consciência é ciente de si mesma.
O ‘eu sou' é um pensamento, enquanto a
Consciência não o é; não há nenhum 'Eu sou consciente' na Consciência. (P.196 do livro “Eu sou aquilo”)
245. O próprio fato da
observação altera o observador e o observado.
Afinal de contas, o que impede a
percepção dentro da própria natureza verdadeira é a fraqueza e a obtusidade da
mente, e sua tendência a omitir o sutil e focar apenas o grosseiro. Quando você segue meu conselho e tenta
manter sua mente na noção do ‘eu sou’
apenas, você se torna plenamente consciente de sua mente e de seus caprichos.
A Consciência, sendo harmonia lúcida (sattva) em ação, dissolve o embotamento e
aquieta a agitação da mente e, gentilmente, mas de forma firme, muda sua
própria substância. Esta mudança não
necessita ser espetacular; pode até ser imperceptível e, ainda assim, ela é uma
mudança profunda e fundamental da escuridão para a luz, da inadvertência para a
Consciência. (P.202 do livro “Eu sou aquilo”)
246. Pergunta: Tem que
ser a fórmula ‘eu sou’?
Qualquer outra sentença não funcionará? Se eu me concentrar sobre ‘há uma
mesa’, não servirá ao mesmo propósito?
Como um exercício
de concentração - sim. Mas não o levará além da ideia de uma mesa. Você não
está interessado em mesas, quer conhecer a si mesmo. Por esta razão, mantenha firmemente no foco da consciência a única
pista que você tem: sua certeza de ser. Esteja com ela, jogue com ela, pondere sobre ela, mergulhe
profundamente dentro dela, até que a casca da ignorância quebre e você venha a
emergir no domínio da realidade.
247. Pergunta: Há qualquer ligação causal entre meu enfoque do ‘eu sou’ e a ruptura da
casca?
A urgência para descobrir-se é um sinal
de que você está ficando pronto. O impulso sempre vem de dentro. A menos que
tenha chegado a hora, você não terá nem o desejo nem a força para começar de
todo o coração a auto investigação. (P.202 do livro “Eu sou aquilo”)
248. Pergunta: Como posso colocar em ordem uma confusão que
está inteiramente abaixo do nível de minha consciência?
Estando consigo mesmo, com o ‘eu sou'; por
observar-se em sua vida diária com um interesse desperto. Com a intenção de entender em vez de julgar,
na plena aceitação do que quer que possa emergir, porque está aí, você propicia
que o profundo saia à superfície e enriqueça sua vida e sua consciência com
suas energias cativas. Este é o grande trabalho da Consciência; ela remove
obstáculos e libera energias ao compreender a natureza da vida e da mente. A
inteligência é a porta para a liberdade, e a atenção alerta é a mãe da
inteligência. (P.206 do livro “Eu sou aquilo”)
249. De fato, a demolição é fácil, pois o falso é dissolvido
quando descoberto.
Tudo pende da ideia ‘eu sou’; examine-a a fundo. Ela está na raiz de todos os
problemas. É um tipo de pele que o separa da realidade. O real está dentro e
fora da pele, mas a própria pele não é real. Esta ideia ‘eu sou’ não nasceu com você. Você podia ter vivido muito bem
sem ela. Ela veio mais tarde devido à sua auto identificação com o corpo. Criou
uma ilusão de separação onde não havia nenhuma. Fez de você um estranho em seu
próprio mundo e fez o mundo estranho e inimigo. Sem o sentido de ‘eu sou’, a vida continua. Existem
momentos, sem o sentido de ‘eu sou’,
em que estamos em paz e felizes. Com o retorno do ‘eu sou’, os problemas começam. (P. 221 do livro “Eu sou aquilo”)
250. Você deve tratar com
o sentido de ‘eu sou’ se você quer ser livre dele.
Observe-o em operação e em paz, como ele
começa e quando cessa, o que ele quer e como o obtém, até que o veja claramente
e o compreenda por completo. Depois de tudo, todas as Iogas, seja qual for a
fonte e o caráter delas, têm apenas uma meta: salvá-lo da calamidade da
existência separada, de ser um ponto insignificante no vasto e belo quadro. Você sofre porque se alienou da realidade
e, agora, você busca uma fuga desta alienação. Você não pode escapar de
suas próprias obsessões. Pode apenas cessar de nutri-las. É porque o ‘eu sou’ é falso que ele quer
continuar. A realidade não necessita continuar - conhecendo-se como
indestrutível, é indiferente à destruição de formas e expressões. Para
fortalecer e estabilizar o ‘eu sou’,
fazemos todo tipo de coisas - tudo em vão, pois o ‘eu sou’ está sendo
reconstruído de momento a momento. É um trabalho incessante, e a solução
radical única é dissolver o sentido separativo de ‘Eu sou uma pessoa assim e
assado' de uma vez por todas. O ser permanece, mas não o eu pessoal. Nenhuma
ambição é espiritual. Todas as ambições são para o bem do ‘eu sou’. Se você quiser realmente progredir, você deve
abandonar toda ideia de realização pessoal. (P. 221 do livro“Eu sou aquilo”)
251. Posso apenas falar a você o que sei por experiência
própria. Quando encontrei meu Guru, ele me falou: “Você não é o que acredita
ser.
Descubra o que você é. Observe o sentido ‘eu sou’, encontre seu ser real”.
Eu obedeci a ele porque confiei nele. E fiz como ele me disse. Passava todo meu
tempo livre examinando-me em silêncio. E que diferença isso fez, e quão rápido!
Levei apenas três anos para compreender minha verdadeira natureza. Meu Guru
morreu logo após tê-lo encontrado, mas isto não fez nenhuma diferença.
Lembrei-me do que ele me falou e perseverei. O fruto disto está aqui comigo. (P.223 do livro “Eu sou aquilo”)
252. Todas as direções estão dentro da mente! Não estou lhe
pedindo para olhar em alguma direção particular.
Apenas desvie o olhar de tudo o que
acontece em sua mente e traga-a ao sentimento ‘eu sou’. O ‘eu sou' não é uma direção. É a negação de toda
direção. Finalmente. mesmo o ‘eu sou’
terá que desaparecer, pois você não necessita continuar afirmando o que é
óbvio. Trazer a mente ao sentimento ‘eu
sou’ meramente a ajuda a afastá-la de tudo mais. (P.227 do livro “Eu sou aquilo”)
253. Mas não estou fazendo outra coisa! Incansavelmente levo sua
atenção ao fator incontestável - o do ser.
O ser não precisa de provas - ele prova
todas as outras coisas. Se eles apenas se aprofundarem no fato de ser e
descobrirem a vastidão e a glória das quais o ‘eu sou' é a porta, cruzando-a e
indo além, suas vidas serão cheias de felicidade e de luz. Acredite em mim, o
esforço necessário não é nada comparado com as descobertas a que se chega. (P.238 do livro “Eu sou aquilo”)
254. Agarre-se ao sentimento ‘eu sou’, excluindo todo o resto. Quando conseguir isso, a
mente se tornará completamente silenciosa, brilhará com uma nova luz e vibrará
com um novo conhecimento.
Tudo vem espontaneamente, você necessita
apenas segurar-se no ‘eu sou’.
Exatamente como quando sai do sono, ou de um estado de êxtase, você se sente
descansado e mesmo assim, não pode explicar porque e como chegou a sentir-se
tão bem; da mesma maneira, na realização, você se sente completo, pleno, livre
do complexo prazer-dor e, ainda assim, nem sempre capaz de explicar o que
aconteceu, o porquê e o como. Você só pode pô-lo em termos negativos: ‘Nada
mais está errado comigo’. É apenas por comparação com o passado que você sabe
que está fora dele. De outra forma - você é exatamente você mesmo. Não tente
comunicá-lo a outros. Se puder fazê-lo, não será a coisa real. Seja silencioso
e observe-o expressando-se em ação. (P.244 do livro“Eu sou aquilo”)
255. A pessoa é meramente o resultado de um mal-entendido. Na
realidade, não existe tal coisa.
Sentimentos, pensamentos e ações correm
ante o observador em uma sucessão sem fim, deixando traços no cérebro, criando
uma ilusão de continuidade. Uma reflexão do observador na mente cria o sentido
de ‘Eu’ e a pessoa adquire uma
existência aparentemente independente. Na realidade não há nenhuma pessoa,
apenas o observador identificando-se com o ‘Eu’
e o ‘meu’. O mestre diz ao observador: você não é isto, não há nada seu nisto,
exceto o pequeno ponto do ‘eu sou’, que é a ponte entre o
observador e seu sonho. ‘Eu sou isto, eu sou aquilo’ é sonho, enquanto o puro ‘eu sou’ tem a marca da realidade
nele. Você experimentou tantas coisas - tudo deu em nada. Só o sentido ‘eu sou’ persistiu - inalterado.
Permaneça com o imutável entre o mutável, até ser capaz de ir além. (P.250/251 do livro “Eu sou aquilo”)
Nota minha: o “eu” aqui não se refere
ao “Eu Superior não, e sim, ao “eu” concebido na concepção.
256. Entregue seu coração e
sua mente à consideração sobre o ‘eu
sou’.
Sobre o que é, como
é, qual sua origem, sua vida, seu significado. É muito parecido com o cavar de
um poço. Você rejeita tudo o que não é água até que alcança o manancial doador
de vida. (P.300 dolivro “Eu sou aquilo”)
257. Quando há uma pessoa, também há consciência.
O ‘eu sou’, a mente e a consciência
denotam o mesmo estado. Se você diz ‘Eu sou
consciente' apenas significa: ‘Eu sou consciente de pensar no fato de ser
consciente'. Na Consciência, não há
‘eu sou’. (P.352 do livro “Eu sou aquilo”)
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