Lição 18
Nesta lição estudaremos duas leis mecânicas da natureza as quais todos estamos submetidos, e que são responsáveis por passarmos várias existências sucessivas repetindo os mesmos fatos, as mesmas ações, reencontrando as mesmas pessoas, etc.
Essas leis estão diretamente
relacionadas com os fatos de nossas existências passadas e da existência presente.
São
as leis de Retorno e Recorrência.
Abaixo veremos um capítulo do
livro “Tratado de Psicologia Revolucionária” que nos explica como funcionam
essas duas leis e o que precisamos fazer para transcendê-las:
“Um
homem é o que é sua vida; se um homem não modifica nada dentro de si mesmo, se
não transforma radicalmente sua vida, se não trabalha sobre si mesmo, está
perdendo seu tempo miseravelmente.
A
morte é o regresso ao próprio começo de sua vida, com a possibilidade de
repeti-la novamente.
Muito
se disse na literatura pseudo-esotérica e pseudo-ocultista sobre o tema das
vidas sucessivas; melhor é que nos ocupemos das existências sucessivas.
A
vida de cada um de nós, com todos os seus tempos, é sempre a mesma,
repetindo-se de existência em existência, através dos inumeráveis séculos.
Inquestionavelmente, continuamos na semente de nossos descendentes, isto é algo
que já está demonstrado.
A
vida de cada um de nós, em particular, é um filme vivo que ao morrer levamos
para a eternidade.
Cada
um de nós leva seu filme e torna a trazê-lo para projetá-lo outra vez na tela
de uma nova existência.
A
repetição de dramas, comédias e tragédias é um axioma fundamental da Lei de
Recorrência. Em cada nova existência se repetem sempre as mesmas circunstâncias.
Os atores de tais cenas, sempre repetidas, são essa gente que vive em nosso
interior, os "
egos ".
Se
desintegramos esses atores, esses egos que originam as sempre repetidas cenas de nossa vida,
então a repetição de tais circunstâncias se faria algo mais que impossível.
Obviamente,
sem atores não pode haver cenas; isto é algo irrebatível, irrefutável. Assim é
como podemos libertar-nos das Leis de Retorno e Recorrência, assim podemos
fazer-nos livres de verdade.
Obviamente,
cada um dos personagens (egos) que em nosso interior
levamos repete, de existência em existência, seu mesmo papel.
Se
o desintegramos, se o ator morre, o papel termina. Refletindo seriamente sobre
a Lei de Recorrência, ou repetição das cenas em cada Retorno, descobrimos, por
auto-observação íntima, os mecanismos secretos desta questão.
Se
na existência passada, na idade de vinte e cinco anos, tivemos uma aventura
amorosa, é indubitável que o eu de tal compromisso buscará a mulher de seus
sonhos aos vinte e cinco anos da nova existência.
Se
a dama em questão só tinha então quinze anos, o "ego" de tal aventura buscará seu
amado na mesma idade na nova existência.
Resulta
claro compreender que os dois egos, tanto o dele como o dela, buscam-se telepaticamente e
se reencontram novamente, para repetir a mesma aventura da existência passada.
Dois
inimigos que lutaram até a morte na passada existência se encontrarão outra vez
na nova existência, para repetir sua tragédia na idade correspondente. Se duas
pessoas tiveram uma disputa por bens de raiz, na idade de quarenta anos na
existência passada, na mesma idade se buscarão telepaticamente na nova
existência, para repetir o mesmo.
Dentro
de cada um de nós vivem muitas pessoas cheias de compromissos. Isso é
irrefutável. Um ladrão leva em seu interior um covil de ladrões, com diversos
compromissos delituosos.
O
assassino leva dentro de si mesmo um clube de assassinos e o luxurioso porta,
em sua psique, uma "casa de encontros".
O
grave de tudo isso é que o intelecto ignora a existência de tais pessoas ou egos dentro de si
mesmo e de tais compromissos que fatalmente vão se cumprindo.
Todos
esses compromissos dos egos
que moram dentro de nós acontecem sob a nossa razão. São fatos que ignoramos;
coisas que nos sucedem; acontecimentos que se processam no subconsciente e
inconsciente.
Com
justa razão nos foi dito que tudo nos acontece, como quando chove ou quando
troveja. Realmente temos a ilusão de fazer, mas nada fazemos, nos acontece.
Isto é fatal, mecânico. Nossa personalidade é tão só um instrumento de
diferentes pessoas (egos),
mediante a qual cada uma dessas pessoas (egos) cumpre seus compromissos.
Por
baixo da nossa capacidade cognitiva sucedem muitas coisas e desgraçadamente
ignoramos o que se passa por baixo de nossa pobre razão.
Cremo-nos
sábios, quando em verdade nem sequer sabemos que não sabemos. Somos míseros
troncos arrastados pelas embravecidas ondas do mar da existência.
Sair desta desgraça, desta
inconsciência, do estado tão lamentável em que nos encontramos, só é possível
morrendo em nós mesmos....”
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