Lição 06
Nas lições anteriores já aprendemos sobre a nossa constituição interior e sobre os defeitos psicológicos, e também como estes atuam nos centros da máquina humana.
Aprendemos também que podemos
ver e sentir estes defeitos agindo através do sentido da auto-observação.
Nesta
lição aprenderemos o principal tema de todo o curso, pois corresponde à etapa
principal para todas as pessoas que realmente querem mudar interiormente, que
desejam transformar a si mesmas em pessoas melhores, eliminando de seu interior
os elementos psicológicos indesejáveis que são os responsáveis pelas nossas
limitações, inconsciência e sofrimentos.
Este tema é a chamada morte psicológica, também
conhecida como morrer psicológico ou ainda morte mística.
Vamos agora fazer uma rápida
recordação de alguns pontos já estudados e que são fundamentais para a
compreensão deste tema. Vejamos abaixo o gráfico que mostra a nossa
constituição interior:
O que é importante entendermos
claramente nesta lição são os conceitos de ego e de Essência. Então vejamos:
O ego.
O ego é a soma de nossos muitos
defeitos psicológicos que vivem em nosso mundo interior, que foram criados e
continuam a ser alimentados inconscientemente por nós mesmos. Esses defeitos se
nutrem das energias dos centros da máquina humana. Cada um desses defeitos é
chamado também de “eu” ou ainda “detalhe do ego”.
O ego é realmente a causa de
nossos sofrimentos, inconsciência, erros, vícios, medos, fraquezas, etc.
No antigo Egito o ego era
conhecido como os demônios vermelhos de Seth.
No Bhagavad-Gita o ego é
simbolizado como os “parentes” com os quais Arjuna, iluminado diretamente pelo
Sr. Krishna, deveria travar terríveis batalhas.
Na mitologia o ego é, entre
outros simbolismos, representado pela Medusa, causadora de todo tipo de
sofrimento aos homens e que é decapitada pela espada de Perseu.
Na Bíblia podemos reconhecer o
ego na passagem na qual o grande Mestre Jesus pergunta ao demônio que possuía o
infeliz geraseno qual era o seu nome, sendo que este lhe responde: “Meu nome é
Legião, porque somos muitos.” (Marcos – 5.1-20).
Também dentro do cristianismo
podemos encontrar o ego representado nos chamados sete pecados capitais relacionados
por Tomás de Aquino: luxúria, ira, inveja, cobiça, gula, preguiça e orgulho.
Enquanto mantermos em nosso
interior essa natureza inumana, seremos criaturas limitadas, inconscientes,
sofredoras e vítimas das circunstâncias.
Se os seres humanos não
carregassem dentro de si o ego, o mundo seria um verdadeiro paraíso.
A Essência.
Nossa consciência é uma
partícula divina, que podemos também chamá-la de Essência. Conforme escreveu
Victor Hugo:
"Escuta
tua consciência antes de agir, porque a consciência é Deus presente no homem”.
A Essência é o que de mais
nobre levamos dentro e é imortal.
Conforme vamos eliminando os
detalhes do ego vamos fortalecendo essa consciência ou alma, já que cada eu mantêm
aprisionada uma fração de nossa Essência.
Considere cada eu como uma
garrafa que mantêm um pouco de nossa consciência aprisionada. Quebrando a
garrafa retorna a nós aquela parcela de consciência que estava aprisionada pelo
eu.
É dessa forma que vamos
realmente mudando interiormente, substituindo pouco a pouco nossos muitos
defeitos psicológicos por nobres e belas virtudes.
A Morte Psicológica.
O trabalho da morte psicológica
é antiquíssimo e sempre foi ensinado à humanidade pelos vários Mestres ou
Avataras que vieram para instruí-la, mostrando-lhe os meios para acabar com
seus próprios sofrimentos e limitações.
Jesus Cristo (o mais exaltado
de todos), Buda, Quetzalcoatl (O Cristo asteca), Hermes Trismegisto no Egito,
Krishina entre outros.
Cada um ensinou a mesma
doutrina, porém adaptada ao seu tempo, com seus próprios termos e símbolos.
Infelizmente quando o Mestre
parte, os homens, manipulados por seus próprios egos, começam a distorcer a
doutrina e pouco a pouco o principal se perde ou é oculto da humanidade.
Passemos a prática:
Primeiramente é fundamental
estar em auto-observação, da forma como aprendemos na lição 4, prestando
atenção em nossos sentimentos, pensamentos, etc.
Quando percebermos a atuação de
um defeito psicológico em algum dos centros da máquina humana, pedimos
mentalmente a nossa Consciência Divina para que ela elimine esse defeito, que o
desintegre.
O defeito psicológico é então
imediatamente eliminado e resgatamos a parcela de consciência que ele
aprisionava.
É
realmente muito simples. Cada pessoa faz o pedido à Consciência Divina de
coração, porém de forma enérgica, como quando um filho pede algo urgente à sua
mãe.
A mãe então atende prontamente.
Cada um tem suas próprias
palavras, mas um exemplo é:
“Consciência
Divina, elimina esse defeito, desintegra-o!”
Se um mesmo tipo de defeito
insiste em atuar seguidamente tornamos a pedir pela sua eliminação. Isso pode
ocorrer quando um defeito é muito forte, quando foi muito “alimentado” através
do tempo.
Contudo, utilizando a técnica
da morte psicológica toda vez que o defeito atuar, este irá perdendo sua força
até finalmente morrer.
Para
uma melhor compreensão, façamos uma comparação entre o ego e uma árvore. Uma
árvore se desenvolve e se mantém viva e forte retirando do solo os nutrientes
necessários para a sua sobrevivência, e para isso depende totalmente das suas
raízes, já que estas são a parte da árvore que efetivamente retira do solo os
nutrientes.
Agora consideremos o ego como
uma árvore que depende totalmente dos pequenos defeitos psicológicos ou eus
(que podemos comparar às raízes da árvore), já que são estes que retiram a
energia suficiente dos centros da máquina humana e assim mantém o ego vivo.
Se cortarmos as raízes do ego
(que são os defeitos psicológicos) através da morte psicológica, consequentemente
o ego irá gradualmente perdendo sua força, se desnutrindo e morrendo, tal qual
ocorreria com uma árvore se cortássemos as suas raízes.
O contrário também pode
ocorrer, ou seja, se permitimos que os defeitos psicológicos atuem todo o tempo
nos centros da máquina humana, o ego irá se tornando cada vez mais forte e
desenvolvido. Isso é o que infelizmente tem ocorrido até o momento conosco.
No decorrer do curso vamos
conhecer também novas facetas dos defeitos psicológicos, e entender porque
muitas vezes temos certas atitudes e comportamentos que na verdade somente nos
prejudicam.
De
qualquer forma o meio para eliminação de qualquer defeito psicológico é e será
sempre a morte psicológica, por isso não deixe de colocar em prática o que
aprendemos nesta lição.
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